Tuesday 20 November 2012

Temperatura da Terra pode subir até 4 graus

ihu
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Temperatura da Terra pode subir até 4 graus

Um relatório encomendado pelo Banco Mundial alerta para os efeitos de um aquecimento de 4°C na temperatura do planeta até o fim do século. Caso sejam mantidas as emissões nos níveis atuais, ondas de calor, longos períodos de estiagem, enchentes e outros desastres naturais deixariam de ser eventos ocasionais.
A reportagem é de Bruno Deiro e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 20-11-2012.

Segundo o estudo, o cenário para 2100 projeta um aumento de temperaturas de forma desigual - em áreas continentais, a temperatura pode subir até 6°C até meados de 2060. Os picos de calor ocorrerão nos países de maior latitude, mas o maior aumento de temperatura média será nos trópicos, com 15% a 20% a mais de elevação no nível do mar do que o restante do planeta. Secas e ciclones também serão mais frequentes nessas regiões, de acordo com o Instituto Potsdam de Pesquisa de Impacto do Clima (PIK).

Em locais como o Mediterrâneo, o norte da África e o Oriente Médio, quase todos os meses de verão devem ser mais quentes do que as ondas de calor extremo sentidas hoje. Em julho, a região do Mediterrâneo poderá ter temperaturas 9° C mais altas que as atuais.

Para o físico Paulo Artaxo, do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), os países mais pobres podem sofrer mais. "Países em desenvolvimento, como o Brasil, são mais vulneráveis pela falta de estrutura para lidar com desastres naturais. Além disso, temos áreas em que as temperaturas já são elevadas."

Os pesquisadores estimam que desde o período pré-industrial a temperatura já aumentou em 0,8°C. O estudo, porém, deixa claro que se as medidas de redução de emissões forem tomadas nos próximos meses ainda é possível manter o aumento em 2°C nos próximos 80 anos. "Seria o cenário mais otimista. Não é a tábua da salvação, mas poderia evitar desastres maiores", diz Artaxo.

Agricultura
Estudos da Embrapa Informática, com dados do Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE), projetam os danos causados por um aquecimento de 2ºC na agricultura do País.

"Há soluções de adaptação, como manejo diferenciado, modificações genéticas e adubagem correta. Culturas como soja, milho, arroz e feijão sofreriam riscos grandes, enquanto que para cana de açúcar e mandioca haveria aspectos positivos", diz Eduardo Assad, agroclimatologista da Embrapa. As regiões Sul e Nordeste seriam as mais atingidas.

As revelações arqueológicas da Gruta do Sumidouro

o eco
http://www.oeco.com.br/adriano-gambarini-lista/26665-as-revelacoes-arqueologicas-da-gruta-do-sumidouro?utm_source=newsletter_561&utm_medium=email&utm_campaign=as-novidades-de-hoje-em-oeco


As revelações arqueológicas da Gruta do Sumidouro

Uma caverna pode ser considerada uma universidade natural. São inúmeras as ciências associadas ou que tem nestes ambientes subterrâneos uma verdadeira biblioteca prática, um laboratório para as mais variadas pesquisas. Desde intricados estudos de química, geocronologia e evolução, a uma arqueologia high tech envolvendo modelagens e refinados processos de escavação. 

Um dos mais importantes cenários de estudos históricos é o Carste de Lagoa Santa, em Minas Gerais. Lá, existem enormes painéis rupestres, com pinturas e gravuras datados de até 10 mil anos atrás. 

Um dos principais personagens a se deparar com a arqueologia mineira foi o naturalista dinamarquês Peter Wilhelm Lund. De família abonada, chegou ao Brasil em 1825 com problemas de saúde, mas logo seus interesses científicos o fizeram "esquecer" de suas debilidades físicas, e seus intensos estudos deram à região de Lagoa Santa o título de berço da Arqueologia e Paleontologia brasileiras. 

Lund se interessava pelos assuntos mais variados da história natural. Na sua época, a noção de pré-história ainda não havia surgido e a Bíblia era a referência para aqueles que fossem indagar sobre o passado remoto da humanidade. Tanto que, em camadas sedimentares consideradas antigas, qualquer vestígio animal encontrado  era definido como ‘antediluvianos’. 

Neste contexto, a região da Lagoa do Sumidouro foi um dos pontos mais importantes para o trabalho de Lund e seu parceiro, Peter Andreas Brandt, desenhista norueguês, cujo trabalho foi vital para retratar com precisão as descobertas de Lund. 

A Gruta do Sumidouro, entre tantas estudadas pelo naturalista, ficou conhecida mundialmente pelos elementos que proporcionou para a formulação de uma teoria revolucionária. Ao encontrar esqueletos humanos misturados com grandes animais extintos, Lund notou que tais ossadas tinham sido transportadas para dentro da gruta. Comparou o grau de fossilização dos esqueletos humanos com o dos animais e percebeu uma nítida semelhança temporal. Levantou assim a hipótese de que os homens antigos haviam coexistido com esta fauna extinta, teoria ousada para a época. Apenas cerca de 20 anos depois, na metade do século 19, essa ideia começou a ser considerada.

É possível afirmar que as descobertas de Lund, apoiadas em minucioso método científico, contribuíram para reformular a história da Humanidade, abrindo caminho para a aceitação das ideias evolutivas de Darwin. 

Segundo os manuscritos do dinamarquês, em um período de 9 anos, visitou mais de 800 cavernas na região central de Minas Gerais. Atribui-se a ele as primeiras interpretações detalhadas sobre os processos de formação das cavidades subterrâneas, com explicações sucintas e técnicas. 

Analisando a morfologia dos crânios encontrados do chamado “Homem de Lagoa Santa”, percebeu uma nítida diferença em relação aos homens atuais, por ele definidos como "raça americana". Novos estudos confirmaram essas observações, reformando as teorias até então difundidas sobre o povoamento do continente americano. 

Ainda hoje, a região de Lagoa Santa é alvo de importantes pesquisas arqueológicas, agora interessadas não apenas nos esqueletos humanos, mas na forma como eram sepultados. Escavações na Lapa do Santo revelaram um cuidado especial com o pós-morte, assunto que abordarei em outro artigo. 

A Lagoa do Sumidouro está localizada no Parque Estadual do Sumidouro, criado em 1980 numa área total de 1.300 hectares. O parque protege 52 cavernas calcárias e cerca de 170 sítios arqueológicos históricos e pré-históricos, com vegetação típica de cerrado, matas ciliares e vegetação rupícola. Denominado “Parque da Memória”, está aberto à visitação e possui trilhas interpretativas. Abriga a Gruta da Lapinha, uma das mais importantes da região. 

Agradecimentos: Parque Estadual do Sumidouro e Luciano Faria. 

Escritorio do Parque Estadual do Sumidouro
Testemunhos cársticos em meio à vegetação da região.


Vista geral da Lagoa do Sumidouro com o paredão ao fundo.
A Lagoa do Sumidouro na época da chuvas pode chegar a 15 km de perímetro


Grupos de biguás e outras aves usam a região como abrigo e dormitório.
As trilhas interpretativas encontradas no Parque estão atualmente estruturadas para visitação


Vista do paredão calcário do Sumidouro
O sumidouro propriamente dito, cuja água entra pelos blocos abatidos de rocha.


Gruta do Sumidouro (MG)
Lago dentro da gruta; acredita-se que foi neste trecho da gruta onde Lund fez importantes escavações.


Gruta do Sumidouro (MG)
Atualmente é possível encontrar marcas de escavações mais recentes, feitos pelas inúmeras equipes de arqueólogos que trabalharam na região.


Morcegos se abrigam entre os poucos espeleotemas da gruta.
Grupo de morcego Desmodus rotundus.


Pinturas rupestres representam formas geométricas.
A incidência diária do sol sobre o paredão contribui para o desgaste das pinturas no alto paredão do Sumidouro.
 

Sunday 18 November 2012

PAIXÃO

A PAIXÃO

luiz augusto passos, TVU-UFMT

(apaixonante tema pelo apaixonante PASSOS!)

http://www.youtube.com/watch?v=8Z5XieGkJyk&feature=g-all-esi


A Paixão PASSOS TV Universitária

 
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Saturday 17 November 2012

A educação para a paz na proposta de Rousseau

ihu
http://www.ihu.unisinos.br/noticias/515560-a-educacao-para-a-paz-na-proposta-de-rousseau


A educação para a paz na proposta de Rousseau

“A paz não é fundamentalmente uma teoria, mas um pensar e um agir arraigado no reconhecimento da liberdade do outro e na necessidade de aprender a conviver com os outros”, afirmam o Prof. Dr. Paulo César Nodari do PPG em Educação – Universidade de Caxias do Sul - UCS e Mateus Boldori, bacharel em Filosofia, também pela UCS na publicação pelosCadernos IHU Ideias, nº 179.
O texto é de Afonso Maria das Chagas, mestrando do PPG em Direito da Unisinos e colaborador do Instituto Humanistas Unisinos – IHU.
O texto é publicado no 300º aniversário de nascimento de Jean-Jacques Rousseau.
Eis o texto.
O contexto de um mundo marcado por profundas mudanças deu a tônica da passagem do século XX para o século XXI. Osmeios de comunicação e especialmente no campo da informática redefiniram as formas de relacionamento. Encurtaram-se as distâncias e passamos a nos sentir como num mundo sem fronteiras, uma aldeia global. Por parte dos avanços técnico-científicos o progresso ressignificou nossas possibilidades, inclusive quanto ao próprio conceito de qualidade de vida.
No entanto, passamos a sentir também os efeitos das contradições e dos dilemas deste mundo moderno: campos de guerras por várias partes do planeta, diferentes formas de violência, especialmente urbana e o aprofundamento do abismo entre ricos e pobres. O medo e a esperança constituíram-se como duas faces da mesma moeda.
Estas contradições que vão da experiência de um mundo novo à crueza de insuperados e seculares dramas apontam para as não vingadas promessas da modernidade, e mais, colocam uma interpelação ética frente à realidade da ciência e da técnica.
Partindo desta ambivalência contextual, Paulo César Nodari e Mateus Boldori propõem uma releitura do pensamento deJean-Jacques Rousseau (1712-1778), sobretudo no campo da filosofia política e da pedagogia, como uma proposta de educação para paz.
De ídolo a crítico do iluminismo, Rousseau atesta que se muitos valores são encontrados na contribuição das ciências, das artes e da tecnologia, muitos erros e vícios também o são, sobretudo sob a forma de um progresso que torna os seres humanos menos virtuosos e menos felizes. Neste sentido, para Rousseau, se as ciências subtraem a bondade original do ser humano, torna-os, por outro lado, submissos a um sistema injusto.
A dimensão moral desta perspectiva, por exemplo, chega a ponto de considerar a desigualdade como uma consequência da Lei natural ou por ela autorizada. Trata-se de uma desigualdade convencional, cujas origens se encontram, sobretudo na propriedade privada e se formaliza em diferentes maneiras como desigualdade de capacidades. Tais convencionalismos, muitas vezes “acariciados” pelas ciências e pelas artes, acabam se perpetuando através de uma organização social de forma hierárquica e estamentária. Logo, não sobrevive o argumento de que existam somente desigualdades naturais uma vez que elas podem ser criadas pelos próprios homens. Eis aí o paradoxo do “contrato social”.
A conjugação da vontade particular com a vontade geral deveria então encontrar sua base e legitimação na plenificação da democracia. Isso só se tornaria possível através de um processo pedagógico-político que recuperasse o sentido da liberdade humana. É aqui que entraria a dimensão instrumental da educação, como espaço e ferramenta de construção tanto da liberdade e da autonomia quanto também do respeito.
Por esta lógica inverter-se-ia o processo de naturalização das desigualdades, sobretudo da exclusão, do etnocentrismo e da opressão de um gênero sobre outro. Assim, tanto para a superação da desigualdade quanto para a construção da paz a educação é vista como um caminho. Uma educação, portanto, que contribuirá tanto na proposição da igualdade não como uniformidade, mas como igualdade de condições, quanto na lógica de um compromisso sob a forma de contrato, que ajude a superar, antes de tudo, as disparidades básicas. Por fim, na lição de Rousseau, a educação pensada sob tal paradigma, vai promover os Direitos humanos, principalmente na ideia do reconhecimento de todos como iguais e na construção de uma sociedade onde todos consigam ser protagonistas. Eis o caminho para a paz.
Os Cadernos IHU ideias nº 179 podem ser adquiridos na Livraria Cultural, no campus da Unisinos ou pelo endereço livrariaculturalsle@terra.com.br.
A versão completa desta edição estará disponível neste sítio a partir de 23 de novembro de 2012 para download em formato PDF.
Veja também:

Friday 16 November 2012

Boletim do Desmatamento (SAD)

isa
http://www.imazon.org.br/publicacoes/transparencia-florestal/transparencia-florestal-amazonia-legal/boletim-do-desmatamento-sad-outubro-de-2012


Boletim do Desmatamento (SAD) (Outubro de 2012)

Martins, H., Fonseca, A., Souza Jr., C., Sales, M., & Veríssimo, A. 2012. Boletim Transparência Florestal da Amazônia Legal (outubro de 2012) (p. 13). Belém: Imazon.
Ações do documento
Boletim do Desmatamento (SAD) (Outubro de 2012)
Em outubro de 2012, o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) detectou 487 quilômetros quadrados de desmatamento na Amazônia Legal. Isso representou um aumento de 377% em relação a outubro de 2011 quando o desmatamento somou 102 quilômetros quadrados. Devido a cobertura de nuvens, foi possível monitorar 83% do território, um valor bem superior a outubro de 2011 (51%).
O desmatamento acumulado no período de agosto de 2012 a outubro de 2012 totalizou 1.151,6 quilômetros quadrados. Houve  aumento de 125% em relação ao período anterior (agosto de 2011  a outubro de 2011) quando o desmatamento somou 511 quilômetros quadrados.
Em outubro de 2012, pouco mais de um terço (36%) do desmatamento ocorreu no Pará e um pouco menos (30%) em Mato Grosso. O restante ocorreu no Amazonas com 17%, Rondônia com 12% e outros Estados (Acre, Tocantins e Roraima).
As florestas degradadas na Amazônia Legal somaram 266,5 quilômetros quadrados em outubro de 2012. Em relação a outubro de 2011, quando a degradação florestal somou 456 quilômetros quadrados, houve uma diminuição de 42%.
A degradação florestal acumulada no período (agosto 2012 a outubro 2012) atingiu 611 quilômetros quadrados. Em relação ao período anterior (agosto de 2011 a outubro de 2011), quando a degradação somou 1.245 quilômetros quadrados, houve redução de 51%.
Em outubro de 2012, o desmatamento detectado pelo SAD comprometeu 26 milhões de  toneladas de CO2 equivalente.  No acumulado do período (agosto 2012 a outubro de 2012) as emissões de CO2 equivalentes comprometidas com o desmatamento totalizaram  57 milhões de toneladas, o que representa  um aumento de 27% em relação ao período anterior (agosto de 2011 a outubro de 2011).

Thursday 15 November 2012

EBA 2012: As ferramentas naturais da Bioarquitetura

((eco))
http://www.oeco.com.br/reportagens/26655-eba-2012-as-ferramentas-naturais-da-bioarquitetura?utm_source=newsletter_558&utm_medium=email&utm_campaign=as-novidades-de-hoje-em-oeco


Peter van Lengen, o curador do evento e fundador do Centro de Tecnologia Intuitiva e Bioarquitetura (Tibá), abre o EBA 2012.

"Vemos muitas casas repletas de materiais tóxicos e com o ar-condicionado ligado todo o tempo. Não estou satisfeito com isso. Procuramos antes de tudo pela saúde", disse Peter van Lengen na abertura do primeiro Encontro de BioArquitetura, o EBA 2012. O evento ocorreu em Nova Friburgo durante os dias 8,9 e 10 de novembro e pretende disseminar os princípios do movimento que quer mudar conceitos e técnicas de construção convencional. A organização foi do Instituto Serrano de Economia Criativa (ISEC) e o Centro de Tecnologia Intuitiva e Bioarquitetura, o Tibá. Legen, curador do encontro, é filho de Johan Van Lengen, o precursor holandês da bioarquitetura e autor do livro "O Manual do Arquiteto Descalço".
 
Fechando o ciclo

Um dos palestrantes foi Marcelo Bueno, idealizador do Instituto de Permacultura da Mata Atlântica (IPEMA). Ele contou como o período que passou ao lado de aborígenes australianos e sherpas no Nepal o estimularam a viver dos recursos contidos em sua propriedade, localizada em Ubatuba (SP). "Os ciclos fechados dentro de uma casa imitam a natureza e embasam o design em sustentabilidade. Por exemplo, na cozinha você pode lavar seu prato sujo de comida, e essa água vai para um filtro, que vai gerar água biofertilizada para irrigar sua horta. Quer dizer, essa água incorporada nas plantas volta para a cozinha na forma de comida, e os restos orgânicos da refeição são enviados para um biodigestor, transformando-se, novamente, em adubo para a terra da horta".

 

O esforço para criar um miniecossistema dentro de casa serve ao bem comum reduzindo o uso de recursos naturais. "Recentemente, para que todos pudessem assistir ao último capítulo da novela, o Brasil teve de comprar energia fora do país e muita gente não se dá conta disso. Quando há abundância, as pessoas têm dificuldades de enxergar os limites", disse Bueno.

Lixo é uma perspectiva

Outro destaque do evento foi o americano Michael Reynolds. "Nós inventamos o conceito de lixo, mas ele pode se tornar nosso novo recurso natural", disse ele que é protagonista do filme "The Garbage Warrior" (em português, “O guerreiro do lixo"). Ele surpreendeu ao expor como é possível construir casas autossustentáveis a base de pneus, latas de cerveja e garrafas de vidro - materiais que ocorrem em qualquer parte do planeta. 

Reynolds teve sua licença de arquiteto cassada há uma década. Hoje, convenceu as associações de arquitetura de que ele é um bioarquiteto. Ele executa uma média de 6 casas por ano com preços que variam de 4 à 400 mil dólares. "Temos clientes normais querendo uma casa diferente, empresas pedindo condomínios e hospitais que querem cortar custos. No Haiti, há pessoas em crise, que necessitam de água, energia e abrigo de forma otimizada e eficiente. Fazemos projetos para pessoas ricas ou pobres, mas buscamos igualdade entre todos através do acesso aos recursos básicos da vida", afirmou.

Banheiro da “Earthship” Phoenix usa paredes de adobe e garrafas de vidro. A água usada nas pias e no banho é reutilizada na descarga e depois tratada na própria casa.
No projeto Earthship (algo como Nave Terra) placas de metal extraídas de velhas geladeiras e fogões, podem se tornar componentes de turbinas eólicas verticais, que irão facilitar autonomia energética. Usando técnicas de biofertilização, água da chuva e várias camadas para produzir isolamento térmico, Reynolds e sua equipe construíram um pomar indoor em meio à aridez do estado do Novo México. A “Earthship” chamada Phoenix é capaz de produzir 50 tipos de vegetais, frutas e legumes e mantém um pequeno lago para a criação de peixes.

Para cidades já existentes, ele sugere adaptar as novas tecnologias orgânicas. "Olhe os passarinhos, eles fazem seus ninhos em cima dos prédios", disse.

Terra, bambu e gosto pessoal

Gernot Minke, alemão e professor de construção experimental da Universidade de Kassel, deu uma aula sobre limites de compressão e resistência de materiais como o adobe e o tijolo cru. 

Ele mostrou fotos da cidade de Shibam, no Iemen, cujos prédios de 5 a 11 andares foram feitos de terra há aproximadamente 1.400 anos. Shibam é um exemplo de resiliência ao tempo e uso zero de cimento, o que evita a extração do calcário, que degrada montanhas inteiras e pode contaminar os lençóis freáticos.

Minke é referência mundial em bioconstrução desde a década de 1980. Já publicou manuais sobre o uso de terra, bambu, fardos de palha, telhados verdes e jardins verticais, traduzidos em 10 idiomas.

Uma das caracteristicas seus projetos são os tetos em forma de domo, que podem chegar a 7 metros de altura e são necessariamente cobertos por vegetação: "Não faço o projeto se o cliente não quiser um teto-verde. Seus benefícios para o interior da casa são incontáveis", afirmou. Quanto ao motivo de desenhar tetos em forma semicircular, ele explicou: "Para isso não há método científico que responda. Se trata apenas da boa sensação que sinto lá dentro".

Durante os três dias do encontro, 200 participantes lotaram o auditório do Hotel Bucsky, em Nova Friburgo. Eles receberam uma ecobag de fibras naturais, um crachá em papel-semente e um copo de plástico reciclado, para uso nos “coffe-breaks”. O evento foi patrocinado pela Apex Brasil, Energisa e Sebrae.