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O que o tempo descura o que o tempo transmite o que o tempo desmente Orides Fontela Francisco Goya: CHRONOS |
Diretório CNPq - http://dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/2093413507529778
aniversário de 20 anos do GPEA (fundação em 1997)
SATO, Michèle. Grupo Pesquisador em Educação Ambiental, Comunicação e Arte (GPEA). In: Programa de Pós-Graduação em Educação (Org.) Mostra de Posteres dos Grupos de Pesquisa. Cuiabá: PPGE-UFMT, 2019 [poster].
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O Grupo
Pesquisador em Educação Ambiental, Comunicação e Arte (GPEA) possui diversas
experiências de pesquisa, mas tem mais foco com a educação popular,
especialmente com pequenas comunidades. Temos também considerado a comunidade
escolar dessas comunidades, na perspectiva da construção de Projetos Ambientais
Escolares Comunitários (PAEC). Temos vivências com os três biomas do estado
(Amazônia, Pantanal e Cerrado) e investigado o território mato-grossense por
meio de suas narrativas, percepções, existências e esperançares. Somos os
estudiosos que se aventuram nas ciências tentando interpretar o mosaico humano
em contato com a natureza.
Construímos
sonhos para “um outro mundo possível” por meio de políticas públicas, aliando
conceitos, teorias e campos epistemológicos; tateando na prática, criando
métodos, errando e construindo saberes praxiológicos; e queremos alicerçar a
pesquisa no substrato axiomático de valores, da fé, da ideologia e ética de
quem não se cansa em tentar combater as injustiças sociais, reconhecendo que
elas estão intrinsecamente conectadas ao ambiente, que se dinamiza entre o
equilíbrio e o clinâmen, num rodopio da dança dos contrários.
A lógica
científica da Modernidade foi movida por uma abordagem racionalista e fria,
marcando claramente o distanciamento entre a cultura erudita da popular, para
que a elite se apropriasse do poder material e mantivesse o status quo. Entendemos
que a fidalguia não é somente uma casta social, mas aquela também impregnada no
âmbito das universidades, que ainda despreza a educação popular como se fosse
de qualidade inferior que não tivesse lugar na história econômica do
"sucesso".
Todavia, o que
nos motiva, é exatamente esta outra parte “fracassada”, porque marginalizada,
tanto do ponto de vista econômico ou social, pulsa um poder político e
imaterial que oferece um denso arcabouço teórico de pesquisa. É preciso
admitir, neste contexto, que não temos apenas uma pretensão científica, mas
também temos um compromisso social.
Coordenamos
diversos projetos e muitos não permaneceram somente no solo brasileiro, mas
tiveram intercâmbios, parceiros e convênios internacionais envolvendo países da
América, Europa, África, Ásia e Oceania. No cenário nacional e regional,
possuímos intercâmbios científicos com diversas universidades. Tivemos (e ainda
temos) inúmeros estudantes de iniciação científica, extensão universitária,
especialização, mestrado, doutorado e estágios de pós-doutorado. Fomos
fundadores do Fórum de Direitos Humano e da Terra, no âmbito da sociedade
civil, que acolheu a dimensão ambiental intrínseca ao enfoque humano.
Eu penso
renovar o humano
usando
borboletas
~ Manoel de
Barros Pantanal MT
Foto: MSato |
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A partir de
2014, temos nos dedicado à crise climática, envolvendo Pessoas com Deficiências
(PcD), quilombolas, indígenas, mulheres negras, crianças, professores,
adolescentes, LGBTQ+, pescadores, mariscadoras, redeiras, pequenos agricultores
e diversos migrantes, entre outros grupos relacionados ao contexto de justiça
climática. Formamos uma rede entre Brasil, México, Cuba, Portugal e Espanha
(REAJA) com foco na educação ambiental. Buscamos construir políticas públicas
que favoreçam o bem-viver dos povos e grupos, principalmente aqueles em
situação de vulnerabilidade. Um de nossos princípios é a tessitura de
“confetos”: de conceitos com afetos.
No campo da
política, é possível que tenhamos uma tendência quixotesca em acumular
derrotas, desertos, labirintos... Porque não basta apenas fortalecer a
democracia - queremos construir um outro jeito de se situar no mundo. Assim
construímos uma espécie de ecologia de resistência: uma espécie de transposição
onde se criam instantes de carícias contra a tirania da eternidade trágica. Ou
simplesmente porque seja a latente esperança pela vida, e um planeta que seja
de todos e não somente da minoria.
Ouço o tamanho oblíquo
de uma folha.
Atrás do ocaso fervem os insetos.
~ Manoel de Barros São Pedro de Joselândia Pantanal MT Foto: MSato |
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