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PROJETOS EM ANDAMENTO

REDE INTERNACIONAL DE PESQUISADORES EM JUSTIÇA CLIMÁTICA E EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Mais detalhes em https://gpeaufmt.blogspot.com.br/p/reaja_31.html

Financiamento: FAPEMAT
EDITAL REDES DE PESQUISA EM MATO GROSSO Nº. 037/2016


- Coordenação
Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT
Programa de Pós-Graduação em Educação – PPGE
Grupo Pesquisador em Educação Ambiental, Comunicação e Arte – GPEA
- Vice-coordenação
Universidade de Estado de Mato Grosso – UNEMAT
Grupo de Pesquisa: Conceitos Ecológicos e Etnoecológicos Aplicados a Conservação da Água e da Biodiversidade do Pantanal

Entidades participantes
Associação Portuguesa de Educação Ambiental, ASPEA (Portugal)
Centro de Controle e Monitoramento de Acidentes e Desastres Naturais – CEMADEN
Instituto Caracol - ICA
Instituto Federal de Mato Grosso – IFMT (Cuiabá, São Vicente e Cáceres)
Operação Amazônia Nativa, OPAN
Universidad Veracruzeana – UV (México)
Universidade Católica Dom Bosco - UCDB
Universidade da Coruña – UDC (Galícia, Espanha)
Universidade de Brasília - UnB
Universidade de Estado de Mato Grosso - UNEMAT
Universidade de Estado do Rio Grande do Norte - UERN
Universidade de Santiago de Compostela -USC (Galícia, Espanha)
Universidade de São Paulo – USP (ESALQ)

Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT (Cuiabá e Rondonópolis)

O presente projeto propõe a formação de uma Rede de Educação Ambiental e Justiça Climática (REAJA), envolvendo pesquisadores de 13 entidades, que representam 10 universidades, 2 entidades governamentais e 1 entidade não governamental, num total de 10 instituições brasileiras e 3 estrangeiras. É possível ainda, que tenhamos mais uma universidade, caso a Universidade Federal de Rondonópolis seja oficialmente criada. Fazem parte das universidades: a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT, campi Cuiabá e Rondonópolis), tendo o Grupo Pesquisador em Educação Ambiental, Comunicação e Arte (GPEA), os 3 campi do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), que agrega a educação básica (Cuiabá) e o ensino superior de São Vicente e de Cáceres, a Universidade de Brasília (UnB), a Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), a Universidade de São Paulo (USP) no campus em Piracicaba, especificamente pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ), a Universidade de Estado de Mato Grosso (UNEMAT) e a Universidade de Estado do Rio Grande do Norte (UERN). As 3 universidades internacionais são a Universidade de Veracruzana (UV), na capital federal do México, e as Universidades espanholas da Coruña (UDC), e a de Santiago de Compostela (USC), ambas da região da Galícia. As entidades governamentais são o Centro de Controle e Monitoramento de Acidentes e Desastres Naturais (CEMADEN), em SP e a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA) em MT. A Organização Não Governamental (ONG) é o Instituto Caracol (ICA), tradicionalmente forte no campo da educação ambiental.

Uma vez aceita a teoria de que o Homo sapiens é um dos grandes causadores das mudanças globais na Terra, compreendemos que as mudanças climáticas serão dramáticas e as consequências serão catastróficas. Contudo, reconhecemos que as calamidades socioambientais não afetarão a humanidade de forma homogênea, senão contraditória, desigual, injusta e comprometerão muito mais as parcelas economicamente desfavorecidas, como os povos indígenas, ribeirinhos, canoeiros, pescadores artesanais, mulheres, crianças e idosos, entre outros grupos sociais expostos aos riscos em função da vulnerabilidade econômica.

Por meio de diálogos permanentes, este coletivo quer fortalecer as políticas públicas em justiça climática, nos repertórios da pesquisa, da formação e da comunicação. No tocante à pesquisa, 5 linhas temáticas compõem a proposição investigativa:

[1] JUSTIÇA CLIMÁTICA – que transcende o debate da mudança climática, incidindo o foco no modelo insustentável de desenvolvimento e consequente geração de desigualdades. Os efeitos drásticos desta alteração terão proporção, magnitude e escala de forma desigual e injusta, acometendo mais as camadas economicamente desprivilegiadas, os que vivem na periferia, aqueles que estão à margem da história ou de maneira inviabilizada pela sociedade competitiva e que ainda mantém o modelo de crescimento econômico como meta do bem-estar humano. Buscamos interpretar os conflitos socioambientais e os desastres relacionados às mudanças climáticas, identificando os grupos sociais que são mais acometidos por estes agravos, estudando suas táticas de lutas, seus mecanismos de resistência e de que modo conseguem enxergar um futuro mais feliz. Um mapeamento dos conflitos, dos desastres e a identificação dos grupos sociais é a proposta básica das pesquisas relacionadas com a justiça climática.

[2] CULTURA – A rede busca dar o foco nos grupos sociais vulneráveis, povos e comunidades tradicionais que estão invisibilizados e que certamente serão os mais afetados pelos desastres provocados pelo clima. Para uma enorme quantidade de pessoas, a cultura local se mantém também pelas crenças, fé e mitos que se entrelaçam com a natureza. Buscamos construir uma epistemologia popular, que alicerçada na potência etnográfica, consiga revelar as entidades ou valores imateriais que frequentemente determinam as escolhas e os caminhos políticos do bem-viver comunitário. Além dos povos tradicionais, há diversos grupos sociais que são mais vulneráveis às mudanças climáticas, como é o caso das mulheres, responsabilizadas pelo uso e acesso das águas, a exemplo das cozinheiras, pescadoras artesanais, marisqueiras (mariscadoras galegas), ou simplesmente das mães que cuidam dos banhos das crianças, da comida e da limpeza das casas. Será cada vez mais comum vermos as cenas de mulheres com latas de água na cabeça, baldes pesados nos ombros e, com elas, levam junto as crianças ao trabalho de acesso da água em poços artesianos, cisternas, cacimbas ou rios.

[3] FORMAÇÃO – Temos experiências nos processos formativos, fomentando que a escola dialogue com seu entorne por meio dos Projetos Ambientais Escolares Comunitários (PAEC), que ressignificam o currículo e o projeto político pedagógico à luz da realidade de cada escola. Examinaremos diversas possiblidades como as escolas sustentáveis, o projeto ciência pés no chão do Cemaden, a pegada ecológica e outras boas propostas da educação científica que somam oferecendo uma sinergia aos processos de aprendizagem escolar. No âmbito das comunidades, propomos a educação popular de inspiração totalmente Freireana, considerando que todo saber é igual por direito e que nem só o saber científico pode ensinar. Há um campo fértil de saberes, fazeres e sentires nas comunidades, que intitulamos por “epistemologia popular”, que transcendem significados das letras ou grafias, incidindo na construção das aprendizagens mais significativas, como a sabedoria em escutar a natureza e compreender suas linguagens.

[4] COMUNICAÇÃO – A poética comunicacional se reinventa em duas grandes proposições: a primeira que busca construir uma cultura científica por meio da mídia e do jornalismo científico, interpretando os signos e as mensagens emitidas pelos grandes veículos de comunicação que noticiam a abordagem do clima. Porém, para além de um signo duro, podemos comunicar a poesia dos sentidos, sem convenções semânticas ou semiológicas, mas com a interpretação do leitor-ouvinte, que interpreta a imagem, o som ou o texto na liberdade de sua própria percepção. Nos processos da transmídia ou educomunicação, há um campo de construção de sentidos que rompe as funções fixas do destinatário e do remetente, na reinvenção da conversação. Na comunicação poética, o outro é sempre um poema.

[5] POLÍTICAS PÚBLICAS – os estudos no campo das políticas públicas buscam compreender o significado lato da governança e da governabilidade, na exigência de que elas devam ser construídas em processos dialógicos entre governos e a sociedade civil. Cientes que a maioria da população ainda está à margem dos processos históricos, e sem conseguir fazer o enfrentamento contra os agravos da mudança climática, a governança aqui proposta visa a superação das desigualdades sociais e das destruições ecológicas. Buscamos construir uma pesquisa que consiga ser essencial ao fortalecimento das comunidades capazes de cuidar de seus próprios ambientes com autonomia e responsabilidade, estudando seus mecanismos de resistência ao capital e as táticas de lutas capazes de revirar do avesso as injustiças socioambientais na democratização das esperanças. Por meio da fenomenologia, nossa proposta ainda possui duas outras dimensões: os processos de realização de cursos e momentos de aprendizagens com as escolas e fora delas, no âmbito da formação escolarizada e da educação popular. Somado a este processo formativo, a educomunicação tem a proposta da geração de mídias alternativas, por meio de blogs, redes sociais, vídeos, cadernos pedagógicos e outros equipamentos que possam fortalecer as estruturas educadoras. As 3 dimensões juntas buscam fortalecer as políticas públicas em justiça climática e educação ambiental, em constante processo de fórum de discussão, construindo táticas educativas que possam enfrentar os efeitos drásticos da mudança climática, defendendo os direitos humanos e da Terra à construção de sociedades sustentáveis.
Palavras-Chave: educação ambiental * justiça climática * políticas públicas



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