Monday, 18 June 2012

José Afonso Portocarrero e o espaço sustentável.

FAPEMAT CIÊNCIA
http://www.revistafapematciencia.org/noticias/noticia.asp?id=392
José Afonso Portocarrero é o responsável por um planejamento arquitetônico que propõe a criação de um espaço sustentável.


Tecnologia
Será possível?
14/06/2012 11:12
À primeira vista, parece um campo de futebol, mas trata-se do projeto do novo campus da UFMT em Várzea Grande.
A Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) está desenvolvendo um projeto inovador para a construção do novo campus em Várzea Grande. O professor e arquiteto José Afonso Portocarrero é o responsável por um planejamento arquitetônico que propõe a criação de um espaço sustentável. As ideias do pesquisador foram expostas em um evento que discutiu a implantação da nova unidade acadêmica (leia mais aqui). O encontro aconteceu no auditório da Faculdade de Arquitetura, Engenharia e Tecnologia (FAET) da UFMT e contou com a participação de servidores dos quatro campi e representantes da sociedade civil.
O terreno do novo campus da UFMT fica na região da Passagem da Conceição, onde a instituição oferecerá, inicialmente, cinco cursos: Engenharia de Transporte, Engenharia de Minas, Engenharia da Computação, Engenharia de Automação e Controle e Engenharia Química. A verba para concretizar o projeto é de R$ 48 milhões.
Caso a proposta saia do papel, o prédio, que adota o sistema pilotis (edificação sustentada por pilares ou colunas), não vai precisar de ar-condicionado nas salas, a iluminação será natural e a água, reutilizável. Um ambiente ecologicamente correto. “O prédio pode custar mais na construção, mas vai representar economia depois de pronto”, explica o professor. Ele aponta que a universidade gasta em torno de R$ 800 mil mensais em energia em seus quatro campi.
O projeto arquitetônico prevê construção de um anel (círculo) que ocuparia 12 mil m². São 100
O desenho da construção vai favorecer a circulação de ar dentro as salas. É um dos trunfos para garantir um espaço quase livre de aparelhos de ar-condicionado, apesar de todo o calor de Várzea Grande.
salas genéricas, a serem distribuídas aos cursos de engenharia e tecnologia. A prefeitura, quadras esportivas, piscinas, teatros seriam satélites, ou seja, ficariam na parte de fora do anel. À medida que novos cursos forem criados, outros anéis serão erguidos. O terreno tem 800 mil m² e é grande o bastante para agregar vários modelos como esse, diz o autor do projeto.
A estrutura da laje também será aproveitada com a implantação de um telhado verde. Esse tipo de construção já foi tema de reportagem da Revista Fapemat Ciência (leia aqui) e traz diversas vantagens para as edificações. A cobertura verde seria a principal responsável pelo clima ameno nas salas, que, salvo exceções, não vão precisar de ar-condicionado.
Irão se aliar ao telhado verde para deixar o clima fresco, janelas grandes nas duas laterais do edifício. Elas permitirão ventilação cruzada e arejamento natural do ambiente. Concomitantemente, dutos serão implantados vindos do subsolo para ajudar a climatizar as salas. O professor explica que, num nível de 3 metros abaixo da terra, a temperatura se mantém quase constante, em aproximadamente 20°C. Os condutores vão insuflar o ar e levá-lo à superfície por meio de exaustores eólicos a serem instalados na cobertura. O duto, construído debaixo do edifício, teria cerca de dois metros de diâmetro. “A laje também vai ter beiral, que sombreia o prédio e reduz a temperatura”, explica.
Portocarrero conta que o terraço poderá ser um local de lazer para visitantes e de pesquisa para professores. Estes poderão fazer medições, observação de estrelas, além de experimentos que precisem da exposição ao sol, em lugares reservados na laje.
O terreno do novo campus da UFMT fica na região da Passagem da Conceição e tem 800 mil m².
No centro do anel, vai permanecer a paisagem natural do cerrado. Na região prevalece a árvore da espécie conhecida como lixeira. A informação é da professora da UFMT e engenheira sanitarista Eliana Rondon. Ela também lançou ideias para a reutilização da água, inclusive as águas cinzas, popularmente chamadas de esgoto. Depois de tratadas, elas poderiam ser usadas na criação de peixes e irrigação de viveiros.
Todas essas ideias, no entanto, podem sofrer inúmeras alterações. Isso porque os debates estão só começando. Nos próximos meses os projetos, arquitetônico e pedagógico, vão receber contribuição de toda a comunidade. Os grupos de trabalho são abertos e os professores disponíveis a ouvir sugestões.
Para saber as datas dos GTs ou obter mais informações, entre em contato com a Pró-reitoria de Ensino de Graduação da UFMT pelo telefone 3615-8101 ou pelo e-mail proeg@ufmt.br.
Valérya Próspero / Imagens: Divulgação e Revista Fapemat Ciência

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