Thursday, 30 April 2015

Documentário aborda retomada de território por quilombolas no Espírito Santo

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Notícias

27/04/2015ESPÍRITO SANTO

Documentário aborda retomada de território por quilombolas no Espírito Santo

“As Sementes de Angelim”, que será lançado na quarta-feira (29), conta a experiência de retomada de terras por quilombolas, após 30 anos de monocultura de eucalipto. O território ancestral, retomado há 5 anos, hoje gera alimentos saudáveis


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(Foto: Reprod. do filme /FASE)
“O eucalipto trouxe muita coisa ruim, acabou com as nossas caças. Nós, que somos do quilombo, estamos tentando recuperar o que eles tomaram da gente”.  Essa é uma das declarações do documentário “As Sementes de Angelim”, que será lançado na quarta-feira (29) no município capixaba de Conceição da Barra. Com imagens e edição de Fabíola Melca e realização da FASE no Espírito Santo, a produção conta com o apoio da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR).
O filme aborda a experiência de retomada de um território quilombola no Sapê do Norte e as consequências da plantação de eucalipto na região, formando o chamado “deserto verde” no cemitério quilombola de Angelim.  Por meio do filme, percebe-se que o sentimento das populações locais é o mesmo: a vontade de reconstruir uma terra explorada 30 anos pela monocultura de eucalipto. Para contar a história de retomada, que teve início em agosto de 2010 e ainda segue em curso, o documentário foi gravado entre 2013 e 2014.
Sem energia elétrica ou água encanada, a comunidade resiste  cheia de sonhos e perspectivas. A luta dos quilombolas de Angelim para reaver a área começou com um grande mutirão. Na ocasião, eles fizeram a retomada de 35 hectares do eucaliptal,  abandonados desde 2008.  O filme retrata, então, a relação que a comunidade passa a desenvolver com as terras, partindo para o cultivo de gêneros alimentares como feijão, mandioca, melancia, abóbora, bananeiras e coco.
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Mudas de coco. (Foto: Reprod. do filme/FASE)
Os quilombolas cercaram a área agrícola, demarcando a posse e o uso comunitários determinados a fazer dali uma “área livre de eucalipto e agrotóxicos”. A ideia foi ocupar a área e construir um saber agroecológico estratégico, através de um experimento concreto de transição da monocultura do eucalipto para a produção de alimentos e da recuperação da Mata Atlântica, a partir de nascentes, córregos e matas ciliares.
Hoje, a resistência em Angelim já está experimentando caminhos de transição que mostram ser possível reconstruir a agricultura por meio de modelo não industrial, que é pautado pela lógica de mercado e esgota os solos, tornando-os impróprios para o cultivo.
A área ainda está em litígio com a empresa Fibria Aracruz. Os quilombolas de Angelim pretendem ocupá-la de forma permanente com cultivos de “bem de raiz”, como são chamadas as plantas e árvores tradicionais da Mata Atlântica. Eles sabem que a Fibria tem uma enorme dívida ambiental com a comunidade e se organizam para cobrar, pressionando a empresa e o Estado para a posse e uso definitivo do território. A terra onde antes só se plantava eucalipto, retomada há 5 anos,  hoje colhe alimentos. E a luta dos quilombolas não para: eles sonham com a reconquista e a reconversão de todo o Sapê do Norte.
Serviço:
Lançamento: Filme “As Sementes de Angelim”.
Dia e horário: 29 de abril, às 18h.
Local: Centro Cultural  Teodorinho Trica Ferro – Vila de Itaúnas – Conceição da Barra – Espírito Santo.
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Tuesday, 28 April 2015

44 Essential Movies for the Student of Philosophy

open culture
http://www.openculture.com/2014/10/44-essential-movies-for-the-student-of-philosophy.html



44 Essential Movies for the Student of Philosophy

What comes to mind when you hear the phrase “philosophical film”? The Matrix, most likely, an obvious example of a movie—or franchise—that explores timeless questions: Who are we? What is reality? Are our lives nothing more than elaborate simulations programmed by hyperintelligent supercomputers? Okay, that last one may be of more recent vintage, but it’s closely related to that ancient cave allegory of Plato’s that asks us to consider whether our experiences of the world are nothing more than illusions emanating from a “real” world that lies hidden from view. Another influence on The Matrix is Rene Descartes, whose dualistic separation of consciousness and body receives the maximum of dramatic treatment.
But The Matrix is only one film among a great many that concern themselves with classic problems of philosophy. In a 2010 post for Mubi, Matt Whitlock compiled a list of 44 “Essential Movies for a Student of Philosophy.” Along with The Matrix, other films of the past couple decades get mentions—The Truman Show (“the true home of Plato’s Cave in modern movies”), Eternal Sunshine of the Spotless MindI Heart HuckabeesBeing John MalkovichInception. Also appearing on the list are classics like Akira Kurosawa’s Rashomon and Ingmar Bergman’s The Seventh Seal—which illustrates, Whitlock writes, “The Angst of The Absurd.” All of these films appear under the subheading “Famous thought experiments or discussion of a famous philosophical problem.”
Another category on the list is “Movies featuring a philosopher.” The media-savvy Slavoj Žižek gets two mentions, for 2006’s The Pervert’s Guide to Cinema and 2005’s Žižek! (excerpt above). Since Whitlock compiled the list, Žižek has received yet another feature-length treatment—2012’s The Pervert’s Guide to Ideology. Astra Taylor, director of Žižek!, also included him in 2009’s The Examined Life, alongside Peter Singer, Michael Hardt, Judith Butler, Sunaura Taylor, and Cornel West. After the documentaries, we have “Movies with philosopher as a character,” including Derek Jarman’sWittgenstein, with Clancy Chassay as the irascible logician (at the top of the post), Roberto Rossellini’s 1958 Socrates, starring Jean Sylvere in the title role, and, of course, Bill and Ted’s Excellent Adventure, with Tony Steedman as “So-Crates” (below).
The final three subcategories in Whitlock’s list are “Movies featuring the ideas of particular philosophers,” “Movies based on Novels written by famous philosophers,” and “Other.” In the last basket, Whitlock places the PBS string-theory documentary The Elegant Universe and Finnish performance artist M.A. Numminen’s bizarre adaptation of Wittgenstein’sTractatus. Whitlock narrows the field by ruling out “movies that make you think deep crazy stuff” or those with “some new ‘existential twist’ on common topics.” Instead, he sticks to those films “that (seem to be) incarnations of classic philosophical thought experiments or movies that have a major philosophical problem as a main theme… that include topics that a serious student of philosophy needs to understand.”
Like most such lists, this one doesn’t claim to be definitive, and the four years since its compilation have produced several films that might warrant inclusion. Yet another reference from 2010—William G. Smith’s Socrates and Subtitles: A Philosopher’s Guide to 95 Thought-Provoking Movies from Around the World—casts a wider net. But Whitlock’s list seems to me a very useful starting point for thinking about the relationship between philosophy and film. Below, see the first ten films on the list:
Zizek! (2005)
Examined Life (2008)
Derrida (2002)
The Ister (2004)
The Pervert’s Guide To Cinema (2009)
Being In The World (2010)
Bill And Ted’s Excellent Adventure (2001)
When Nietzsche Wept (2007)
The Last Days Of Immanuel Kant (1994)
The Alchemist Of Happiness (2004)
Take a look at his full list here, and by all means, offer your own suggestions for films that fit the criteria in the comments section below.
Related Content:
Josh Jones is a writer and musician based in Durham, NC. Follow him at @jdmagness

13 libros de Eduardo Galeano para descargar gratis

narino
http://narino.info/blog/2015/04/14/13-libros-de-eduardo-galeano-para-descargar-gratis/




13 libros de Eduardo Galeano para descargar gratis

13 libros de Eduardo Galeano para descargar gratis

13 libros de Eduardo Galeano para descargar gratis. Compartimos 12 escritos de fallecido Eduardo Galeano, quien murió en Montevideo, el 13 de abril de 2015 a los 74 años.   Galeano  Eduardo Galeano, fue periodista y escritor uruguayo, ganador del premio Stig Dagerman, considerado como uno de los más destacados autores de la literatura latinoamericana.
“Sus libros más conocidos, Las venas abiertas de América Latina (1971) y Memoria del fuego (1986), han sido traducidos a veinte idiomas. Sus trabajos trascienden géneros ortodoxos y combinan documental, ficción, periodismo, análisis político e historia”.
Esperamos que los 13 enlaces de descarga para algunas obras de este recordado autor latinoamericano sean de su agrado y utilidad



  1. Días y noches de amor y de guerra
  2. El fútbol a sol y sombra
  3. El libro de los abrazos
  4. Las palabras andantes
  5. La piedra arde
  6. Las venas abiertas de América Latina
  7. Memoria del fuego I – Los nacimientos
  8. Memoria del fuego II- Las caras y las máscaras
  9. Patas arriba, la escuela del mundo al revés
  10. Bocas del tiempo
  11. Espejos, una historia casi universal
  12. Extraño “dictador” este Hugo Chávez
  13. Memoria del fuego III El siglo del_viento

Tuesday, 14 April 2015

Eduardo Galeano: Os donos do mundo usam o mundo como se fosse descartável

http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/eduardo-galeano-os-donos-do-mundo-usam-o-mundo-como-se-fosse-descartavel.html


Eduardo Galeano: Os donos do mundo usam o mundo como se fosse descartável

publicado em 13 de abril de 2015 às 14:24
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Economia
O império do consumo
Por Eduardo Galeano
A produção em série, em escala gigantesca, impõe em todo lado as suas pautas obrigatórias de consumo. Esta ditadura da uniformização obrigatória é mais devastadora que qualquer ditadura do partido único: impõe, no mundo inteiro, um modo de vida que reproduz os seres humanos como fotocópias do consumidor exemplar.
O sistema fala em nome de todos, dirige a todos as suas ordens imperiosas de consumo, difunde entre todos a febre compradora; mas sem remédio: para quase todos esta aventura começa e termina no écran do televisor. A maioria, que se endivida para ter coisas, termina por ter nada mais que dívidas para pagar dívidas as quais geram novas dívidas, e acaba a consumir fantasias que por vezes materializa delinquindo.
Os donos do mundo usam o mundo como se fosse descartável: uma mercadoria de vida efémera, que se esgota como se esgotam, pouco depois de nascer, as imagens disparadas pela metralhadora da televisão e as modas e os ídolos que a publicidade lança, sem tréguas, no mercado. Mas para que outro mundo vamos mudar-nos?
A explosão do consumo no mundo atual faz mais ruído do que todas as guerras e provoca mais alvoroço do que todos os carnavais. Como diz um velho provérbio turco: quem bebe por conta, emborracha-se o dobro. O carrossel aturde e confunde o olhar; esta grande bebedeira universal parece não ter limites no tempo nem no espaço. Mas a cultura de consumo soa muito, tal como o tambor, porque está vazia. E na hora da verdade, quando o estrépito cessa e acaba a festa, o borracho acorda, só, acompanhado pela sua sombra e pelos pratos partidos que deve pagar.
A expansão da procura choca com as fronteiras que lhe impõe o mesmo sistema que a gera. O sistema necessita de mercados cada vez mais abertos e mais amplos, como os pulmões necessitam o ar, e ao mesmo tempo necessitam que andem pelo chão, como acontece, os preços das matérias-primas e da força humana de trabalho.
O direito ao desperdício, privilégio de poucos, diz ser a liberdade de todos. Diz-me quanto consomes e te direi quanto vales. Esta civilização não deixa dormir as flores, nem as galinhas, nem as pessoas. Nas estufas, as flores são submetidas a luz contínua, para que cresçam mais depressa. Nas fábricas de ovos, as galinhas também estão proibidas de ter a noite. E as pessoas estão condenadas à insônia, pela ansiedade de comprar e pela angústia de pagar.
Este modo de vida não é muito bom para as pessoas, mas é muito bom para a indústria farmacêutica. Os EUA consomem a metade dos sedativos, ansiolíticos e demais drogas químicas que se vendem legalmente no mundo, e mais da metade das drogas proibidas que se vendem ilegalmente, o que não é pouca coisa se se considerar que os EUA têm apenas cinco por cento da população mundial.
“Gente infeliz os que vivem a comparar-se”, lamenta uma mulher no bairro do Buceo, em Montevideo. A dor de já não ser, que outrora cantou o tango, abriu passagem à vergonha de não ter. Um homem pobre é um pobre homem. “Quando não tens nada, pensas que não vales nada”, diz um rapaz no bairro Villa Fiorito, de Buenos Aires. E outro comprova, na cidade dominicana de San Francisco de Macorís: “Meus irmãos trabalham para as marcas. Vivem comprando etiquetas e vivem suando em bicas para pagar as prestações”.
Invisível violência do mercado: a diversidade é inimiga da rentabilidade e a uniformidade manda. A produção em série, em escala gigantesca, impõe em todo lado as suas pautas obrigatórias de consumo. Esta ditadura da uniformização obrigatória é mais devastadora que qualquer ditadura do partido único: impõe, no mundo inteiro, um modo de vida que reproduz os seres humanos como fotocópias do consumidor exemplar.
O consumidor exemplar é o homem quieto. Esta civilização, que confunde a quantidade com a qualidade, confunde a gordura com a boa alimentação. Segundo a revista científica The Lancet, na última década a “obesidade severa” aumentou quase 30% entre a população jovem dos países mais desenvolvidos. Entre as crianças norte-americanas, a obesidade aumentou uns 40% nos últimos 16 anos, segundo a investigação recente do Centro de Ciências da Saúde da Universidade do Colorado.
O país que inventou as comidas e bebidas light, os diet food e os alimentos fat free tem a maior quantidade de gordos do mundo. O consumidor exemplar só sai do automóvel para trabalhar e para ver televisão. Sentado perante o pequeno écran, passa quatro horas diárias a devorar comida de plástico.
Triunfa o lixo disfarçado de comida: esta indústria está a conquistar os paladares do mundo e a deixar em farrapos as tradições da cozinha local. Os costumes do bom comer, que veem de longe, têm, em alguns países, milhares de anos de refinamento e diversidade, são um patrimônio coletivo que de algum modo está nos fogões de todos e não só na mesa dos ricos.
Essas tradições, esses sinais de identidade cultural, essas festas da vida, estão a ser espezinhadas, de modo fulminante, pela imposição do saber químico e único: a globalização do hambúrguer, a ditadura do fast food. A plastificação da comida à escala mundial, obra da McDonald’s, Burger King e outras fábricas, viola com êxito o direito à autodeterminação da cozinha: direito sagrado, porque na boca a alma tem uma das suas portas.
O campeonato mundial de futebol de 98 confirmou-nos, entre outras coisas, que o cartão MasterCard tonifica os músculos, que a Coca-Cola brinda eterna juventude e o menu do MacDonald’s não pode faltar na barriga de um bom atleta. O imenso exército de McDonald’s dispara hambúrgueres às bocas das crianças e dos adultos no planeta inteiro. O arco duplo desse M serviu de estandarte durante a recente conquista dos países do Leste da Europa. As filas diante do McDonald’s de Moscou, inaugurado em 1990 com fanfarras, simbolizaram a vitória do ocidente com tanta eloquência quanto o desmoronamento do Muro de Berlim.
Um sinal dos tempos: esta empresa, que encarna as virtudes do mundo livre, nega aos seus empregados a liberdade de filiar-se a qualquer sindicato. A McDonald’s viola, assim, um direito legalmente consagrado nos muitos países onde opera. Em 1997, alguns trabalhadores, membros disso que a empresa chama a Macfamília, tentaram sindicalizar-se num restaurante de Montreal, no Canadá: o restaurante fechou. Mas em 1998, outros empregados da McDonald’s, numa pequena cidade próxima a Vancouver, alcançaram essa conquista, digna do Livro Guinness.
As massas consumidoras recebem ordens num idioma universal: a publicidade conseguiu o que o esperanto quis e não pôde. Qualquer um entende, em qualquer lugar, as mensagens que o televisor transmite. No último quarto de século, os gastos em publicidade duplicaram no mundo. Graças a ela, as crianças pobres tomam cada vez mais Coca-Cola e cada vez menos leite, e o tempo de lazer vai-se tornando tempo de consumo obrigatório.
Tempo livre, tempo prisioneiro: as casas muito pobres não têm cama, mas têm televisor e o televisor tem a palavra. Comprado a prazo, esse animalejo prova a vocação democrática do progresso: não escuta ninguém, mas fala para todos. Pobres e ricos conhecem, assim, as virtudes dos automóveis do último modelo, e pobres e ricos inteiram-se das vantajosas taxas de juros que este ou aquele banco oferece.
Os peritos sabem converter as mercadorias em conjuntos mágicos contra a solidão. As coisas têm atributos humanos: acariciam, acompanham, compreendem, ajudam, o perfume te beija e o automóvel é o amigo que nunca falha. A cultura do consumo fez da solidão o mais lucrativo dos mercados.
As angústias enchem-se atulhando-se de coisas, ou sonhando fazê-lo. E as coisas não só podem abraçar: elas também podem ser símbolos de ascensão social, salvo-condutos para atravessar as alfândegas da sociedade de classes, chaves que abrem as portas proibidas. Quanto mais exclusivas, melhor: as coisas te escolhem e te salvam do anonimato multitudinário.
A publicidade não informa acerca do produto que vende, ou raras vezes o faz. Isso é o que menos importa. A sua função primordial consiste em compensar frustrações e alimentar fantasias.
Em quem o senhor quer converter-se comprando esta loção de fazer a barba? O criminólogo Anthony Platt observou que os delitos da rua não são apenas fruto da pobreza extrema. Também são fruto da ética individualista. A obsessão social do êxito, diz Platt, incide decisivamente sobre a apropriação ilegal das coisas. Sempre ouvi dizer que o dinheiro não produz a felicidade, mas qualquer espectador pobre de TV tem motivos de sobra para acreditar que o dinheiro produz algo tão parecido que a diferença é assunto para especialistas.
Segundo o historiador Eric Hobsbawm, o século XX pôs fim a sete mil anos de vida humana centrada na agricultura desde que apareceram as primeiras culturas, em fins do paleolítico. A população mundial urbaniza-se, os camponeses fazem-se cidadãos.
Na América Latina temos campos sem ninguém e enormes formigueiros urbanos: as maiores cidades do mundo e as mais injustas. Expulsos pela agricultura moderna de exportação, e pela erosão das suas terras, os camponeses invadem os subúrbios. Eles acreditam que Deus está em toda parte, mas por experiência sabem que atende nas grandes urbes.
As cidades prometem trabalho, prosperidade, um futuro para os filhos. Nos campos, os que esperam veem passar a vida e morrem a bocejar; nas cidades, a vida ocorre, e chama. Apinhados em tugúrios [casebres], a primeira coisa que descobrem os recém chegados é que o trabalho falta e os braços sobram.
Enquanto nascia o século XIV, frei Giordano da Rivalto pronunciou em Florença um elogio das cidades. Disse que as cidades cresciam “porque as pessoas têm o gosto de juntar-se”. Juntar-se, encontrar-se. Agora, quem se encontra com quem? Encontra-se a esperança com a realidade? O desejo encontra-se com o mundo? E as pessoas encontram-se com as pessoas? Se as relações humanas foram reduzidas a relações entre coisas, quanta gente se encontra com as coisas?
O mundo inteiro tende a converter-se num grande écran de televisão, onde as coisas se olham mas não se tocam. As mercadorias em oferta invadem e privatizam os espaços públicos. As estações de ônibus e de comboios, que até há pouco eram espaços de encontro entre pessoas, estão agora a converter-se em espaços de exibição comercial.
O shopping center, ou shopping mall, vitrine de todas as vitrines, impõe a sua presença avassaladora. As multidões acorrem, em peregrinação, a este templo maior das missas do consumo. A maioria dos devotos contempla, em êxtase, as coisas que os seus bolsos não podem pagar, enquanto a minoria compradora submete-se ao bombardeio da oferta incessante e extenuante.
A multidão, que sobe e baixa pelas escadas mecânicas, viaja pelo mundo: os manequins vestem como em Milão ou Paris e as máquinas soam como em Chicago, e para ver e ouvir não é preciso pagar bilhete. Os turistas vindos das povoações do interior, ou das cidades que ainda não mereceram estas bênçãos da felicidade moderna, posam para a foto, junto às marcas internacionais mais famosas, como antes posavam junto à estátua do grande homem na praça.
Beatriz Solano observou que os habitantes dos bairros suburbanos vão ao center, ao shopping center, como antes iam ao centro. O tradicional passeio do fim de semana no centro da cidade tende a ser substituído pela excursão a estes centros urbanos. Lavados, passados e penteados, vestidos com as suas melhores roupas, os visitantes vêm a uma festa onde não são convidados, mas podem ser observadores. Famílias inteiras empreendem a viagem na cápsula espacial que percorre o universo do consumo, onde a estética do mercado desenhou uma paisagem alucinante de modelos, marcas e etiquetas.
A cultura do consumo, cultura do efêmero, condena tudo ao desuso mediático. Tudo muda ao ritmo vertiginoso da moda, posta ao serviço da necessidade de vender. As coisas envelhecem num piscar de olhos, para serem substituídas por outras coisas de vida fugaz.
Hoje a única coisa que permanece é a insegurança, as mercadorias, fabricadas para não durar, resultam ser voláteis como o capital que as financia e o trabalho que as gera.
O dinheiro voa à velocidade da luz: ontem estava ali, hoje está aqui, amanhã, quem sabe, e todo trabalhador é um desempregado em potencial. Paradoxalmente, os shopping centers, reinos do fugaz, oferecem com o máximo êxito a ilusão da segurança. Eles resistem fora do tempo, sem idade e sem raiz, sem noite e sem dia e sem memória, e existem fora do espaço, para além das turbulências da perigosa realidade do mundo.
Os donos do mundo usam o mundo como se fosse descartável: uma mercadoria de vida efêmera, que se esgota como esgotam, pouco depois de nascer, as imagens que dispara a metralhadora da televisão e as modas e os ídolos que a publicidade lança, sem tréguas, no mercado. Mas a que outro mundo vamos nos mudar? Estamos todos obrigados a acreditar no conto de que Deus vendeu o planeta a umas quantas empresas, porque estando de mau humor decidiu privatizar o universo?
A sociedade de consumo é uma armadilha caça-bobos. Os que têm a alavanca simulam ignorá-lo, mas qualquer um que tenha olhos na cara pode ver que a grande maioria das pessoas consome pouco, pouquinho e nada, necessariamente, para garantir a existência da pouca natureza que nos resta.
A injustiça social não é um erro a corrigir, nem um defeito a superar: é uma necessidade essencial. Não há natureza capaz de alimentar um shopping center do tamanho do planeta.

Tuesday, 7 April 2015

Educación Ambiental

palido de luz
http://palido.deluz.mx/articulos/2441


LA CLASE

Educación Ambiental

Daniel Lara Sánchez
Resumen de la Tesis de Maestría en Educación Ambiental, con mención honorífica, que se presentó en la Universidad Pedagógica Nacional 095 Azcapotzalco, en diciembre del 2014, Dirigida por el Dr. Rafael Tonatiuh Ramírez Beltrán.

Educación Ambiental en movimiento: el cine de animación como estrategia de educación ambiental y comunicación para estudiantes de FES Acatlán, UNAM, 2014

Dividida en cinco capítulos, esta tesis de Maestría aborda la problemática ambiental a partir de las relaciones posibles entre la comunicación, la sustentabilidad y, por supuesto, la educación ambiental, a partir y a través del uso didáctico del cine de animación en las aulas universitarias, en este caso, de la Facultad de Estudios Superiores Acatlán, institución satélite de la UNAMubicada en Naucalpan, Estado de México.
La animación, normalmente, es entendida como un género cinematográfico dirigido al público infantil, por lo que sobre todo se le ha utilizado como recurso didáctico en los niveles básicos, especialmente preescolar y primaria. Lo que se documenta en este trabajo de titulación es una intervención en educación ambiental basada precisamente en cine animado, pero dirigida a estudiantes universitarios a punto de terminar su carrera de Comunicación en la institución citada.
Para llegar a ello, en el primer capítulo, que tiene una orientación contextual, se exponen las causas y consecuencias de la crisis ambiental global por la que atraviesa casi toda la humanidad. Así, se presentan definiciones como modelo de desarrollo, modelo civilizatorio, crisis ambiental, sustentabilidad, comunicación o calidad ambiental, que permiten entender el contenido de la tesis en conjunto. Se realiza una crítica al neoliberalismo como modelo depredador del medio ambiente y de las relaciones humanas, para terminar con un atisbo a la sustentabilidad como forma de vida alternativa y en cuya construcción la educación ambiental tiene un papel fundamental.
Además de la presentación y discusión de términos importantes en el cuerpo de la tesis, resaltan en este capítulo, por un lado, el recorrido histórico que se realiza por la presencia de los temas ambientales en los medios de comunicación mexicano así como la mención de varios medios impresos, electrónicos y virtuales que tocan y analizan la temática en la actualidad.
En el segundo capítulo, con un enfoque teórico, se explicitan los conceptos básicos en los que se sustenta toda la tesis, como Educación, Educación Ambiental y Comunicación para la Sustentabilidad. El basamento teórico se recarga sobre todo, en la propuesta liberadora de Paulo Freire pues, como se indica en el texto, el trabajo del gran pedagogo brasileño resulta adecuado para trabajar educación ambiental, dada su orientación liberadora y crítica. Así mismo, la fundamentación teórica se complementa, desde el lado de la comunicación, con los postulados de la Ecología de los Medios, corriente fundada por Marshall McLuhan en la que se entiende a los medios de comunicación como ecosistemas y a la educación como una actividad termostática, la cual debe equilibrar el rumbo de una sociedad. Esta última idea, patrimonio de Neil Postman, se explicita y se trabaja en la tesis.
El tercer capítulo presenta el protocolo de investigación que fungió como guía de la planeación ejecución y evaluación del trabajo académico. También se presentan las fichas técnicas de las películas de animación trabajadas durante toda la intervención, en donde se encuentran tanto éxitos estadounidenses de taquilla hasta propuestas diferentes, originarias de países tan distantes como Francia, Malasia, México y Japón. La lista de películas trabajadas es: Rarámuri, pie ligero (México); Abuela grillo (Dinamarca-Bolivia); Wall-E (Estados Unidos);Vecinos invasores (Estados Unidos); El Lórax: en busca de la trúfula perdida(Estados Unidos); Los Simpson: la película (Estados Unidos); Los Thornberry(Estados Unidos); Happy Feet: el pingüino (Estados Unidos); La princesa Mononoke (Japon); Nausicaä, Guerreros del Viento (Japón); PompokoLa guerra de los mapaches (Japón); Las aventuras de Sammy: un viaje extraordinario (Bélgica); Tiburones al ataque (Malasia) y Mia y Migoo (Francia). El abanico de cintas trabajadas permitió identificar, clasificar, rescatar y llevar al aula los diversos contenidos ambientales de las películas, las cuales reflejan diversos aspectos ambientales, desde la relación ser humano/naturaleza hasta la depredación del medio ambiente, el consumismo, la urbanización las catástrofes ambientales, e incluso las posibles soluciones a estas problemáticas y el papel central de la especie humana en todo ello.
El cuarto capítulo es el más extenso y en él se documenta todo el proceso de intervención, desde el diagnóstico (es interesante cómo en la FES Acatlán existen programas sustentables pero con un enfoque y aplicación poco certeros) hasta la planeación y diseño de diecisiete estrategias didácticas, su aplicación y un primer acercamiento a su evaluación. Es importante señalar que no todas las estrategias están basadas en el cine de animación, pero las que no lo están funcionan como basamento para que los alumnos comprendieran conceptos ambientales básicos y, con ayuda de las cintas animadas, pudieran formar un juicio crítico sobre los mismos. Así, desfilan por las estrategias autores como Lucie Sauvé, Víctor Toledo o Edgar Morin, y se realizaron análisis de medios de comunicación en relación con sus contenidos ambientales, trabajos de creatividad y de interpretación y crítica. La metodología utilizada fue cualitativa, así que los instrumentos de trabajo de cada estrategia tuvieron ese enfoque, como grupos de discusión y cuestionarios cualitativos.
La asignatura en la que se diseñaron y aplicaron las diecisiete estrategias de educación ambiental fue Seminario de Cultura de Masas, materia optativa dentro del plan de estudios de la licenciatura en Comunicación de la FESAcatlán, lo que permitió al autor insertar los contenidos educativos ambientales para ligarlos con los conceptos propios de la materia. Así, la crisis ambiental se trató en clase como el resultado de un modelo civilizatorio en el que la cultura de masas ha tenido un rol importante en el mantenimiento de dicho modelo. Las películas de animación proyectadas en el aula, y mediante la guía del profesor, permitió hacer esas relaciones conceptuales, cognitivas y reflexivas.
Una de las partes más significativas de este capítulo es en el que se documenta la presentación de trabajos finales de los alumnos, en donde la indicación fue construir propuestas, desde la disciplina de la comunicación, que conjugaran la educación ambiental y la propia comunicación para la construcción de la sustentabilidad. Los estudiantes diseñaron y presentaron ideas y construcciones diferentes pero que mostraron la aprehensión de los contenidos del curso: blogs, guiones televisivos y cinematográficos, fanzines y un cortometraje. El apartado se complementa con una serie de fotografías que muestran el trabajo en el aula.
El capítulo cinco presenta la evaluación al proceso de intervención realizado, a partir de las categorías teóricas de Freire y de la Ecología de los Medios expuestas en el capítulo dos. Contiene, además, un apartado de evaluación realizado por los propios alumnos en el que se pueden apreciar las opiniones y reflexiones de los mismos acerca de lo que pudieron aprender sobre la problemática ambiental, el modelo neoliberal, la sustentabilidad y el propio cine de animación. Es un capítulo que no evalúa los resultados a partir de gráficas o de una orientación positivista, sino con base en una visión más hermenéutica, en la que los resultados son interpretados más que medidos. Esto, en total congruencia con la metodología cualitativa desarrollada en el cuarto capítulo.
La tesis cierra, en su parte expositiva, con un apartado que, en lugar de titularse “Conclusiones”, se llama “A manera de reflexión”, dado que el autor considera y postula que un trabajo de tesis en realidad nunca queda concluido, toda vez que investigaciones posteriores podrán enriquecerlo o contrastarlo. También porque, en palabras del autor, en la educación ambiental no puede decirse que un tema está completamente agotado, pues el campo se encuentra en construcción y cada investigación o proceso de intervención representa un elemento más que lo enriquece y lo complementa.
Un aspecto que vale la pena resaltar es que las Referencias Bibliográficas Básicas son comentadas, algo poco usual en las tesis de cualquier disciplina. El trabajo se complementa con un disco de anexos en el que se pueden escuchar los grupos de discusión llevados a cabo en el aula de la FES Acatlán, ver videos en los que se ve a los alumnos trabajando, así como varios de los materiales usados en las estrategias didácticas aplicadas. Otro aspecto resaltable, aunque también podría resultar criticable, es el uso de los epígrafes, pues cada apartado se acompaña con alguna frase o cita que resume el contenido del mismo a partir de la visión de otro autor.
En cuanto al contenido en sí mismo, la tesis deja ver un enfoque crítico y reflexivo, reflejo de la formación recibida en la Maestría en Educación Ambiental de la UPN 095, que es el programa académico de posgrado en educación ambiental más antiguo de América Latina. La educación ambiental se entiende, así, como un proceso reflexivo y multidireccional de construcción y transmisión colectiva de saberes y contenidos educativos encaminados al reconocimiento de la crisis ambiental global y el posible diseño e implementación de estrategias que impulsen a las personas a vivir en equilibrio con su medio ambiente. Un proceso que se construye tanto en espacios educativos formales como en aquellos no formales y está dirigido a todas las personas, sin importar su clase social, etnia, grupo de identidad o edad. Un espacio educativo basado en una comunicación humanista, preocupada por el futuro de la humanidad. Así, las estrategias diseñadas y planeadas en el aula siguieron esa dirección y se intentó guiar a los alumnos a formarse una posición crítica en relación con el modelo neoliberal y su consecuente crisis ambiental.
Entre las cualidades o aportaciones al campo de la educación ambiental por parte de esta tesis, están: la posible articulación de la comunicación y la educación ambiental, algo que, aunque no es nuevo, en este trabajo se trabaja desde perspectivas teóricas novedosas; la incorporación, precisamente, de elementos teóricos de la comunicación a la educación ambiental, específicamente la propuesta de la escuela de Toronto o Ecología de los Medios; el trabajo propio con el cine de animación, género cinematográfico que desde casi siempre se ha preocupado por reflejar y, en algunos casos criticar, la crisis ambiental global; la narración de la historia de los medios de comunicación en México que han tocado temas ambientales y de la historia de la animación; el uso del cine animado como recurso educativo a nivel universitario; varias referencias y bases bibliográficas, hemerográficas y electrónicas; la propia narrativa de la tesis; el valor de proponer términos propios y hacerlos operacionales en el proceso de investigación/intervención.
Entre los elementos que podrían mejorarse están: la aclaración de algunos términos que parecen un tanto confusos, como modelo civilizatorio o modelo de desarrollo; el fortalecimiento y afinamiento de los conceptos propios; la reducción en el uso de los epígrafes; el incluir un buen análisis curricular de el plan de estudios de Comunicación en la FES Acatlán; los elementos técnicos en la planeación y diseño de estrategias; la construcción de las categorías de trabajo y la discusión teórica entre los autores consultados y citados.
Finalmente, la tesis, efectivamente, pone en movimiento a la educación ambiental, resulta agradable en su lectura y demuestra que, desde la guía del educador ambiental formado, este campo del conocimiento refrenda su existencia y, sobre todo, su importancia medular en el mundo de hoy.