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Pesquisador desenvolve estudo que comunica as dificuldades ambientais em Mata Cavalo
Publicado em Notícias | 18/02/2020
Por meio da educomunicação socioambiental, pesquisador da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) desenvolve pesquisa com o objetivo de comunicar como a crise climática afeta o quilombo de Mata Cavalo. O estudo consiste em ensinar técnicas jornalísticas à estudantes da comunidade, do ensino fundamental e médio, para a produção de uma narrativa que comunique às pessoas quais as dificuldades ambientais que a população quilombola enfrenta diante do colapso climático.
O autor da pesquisa e docente da Faculdade de Comunicação e Artes (FCA), professor Thiago Cury, explica que foi possível observar como o colapso climático afeta o quilombo a partir de materiais artísticos e comunicacionais produzidos pelos participantes e das entrevistas realizadas com os alunos quilombolas. Segundo o docente, a comunidade manifestou preocupação com as queimadas corriqueiras, problemas de má distribuição de água, assoreamento dos rios em função da atividade de garimpo, entre outras dificuldades socioambientais.
“Apesar das dificuldades que eles enfrentam morando em uma região em condições de vulnerabilidade, quando tiveram a possibilidade de expressar o local, comunicaram os fatores positivos também. Nos depoimentos fica muito claro o posicionamento de resistência que se manifesta por meio do orgulho que eles sentem do local onde vivem. Apresentaram suas questões culturais, religião, dança, canto, música, culinária, arquitetura e aspectos da natureza”, explica.
Para o professor, a educomunicação ambiental, em caráter popular, é a única alternativa de se apresentar como a crise climática afeta uma comunidade em situação de vulnerabilidade, diante da falta de interesse dos grandes meios de comunicação. Segundo o docente, a experiência foi importante para que a população quilombola tivesse a exata dimensão do que é a crise climática e que ela tem o componente da causa humana como motivação direta, uma vez que o aumento drástico nas temperaturas aconteceu justamente depois da revolução industrial.
“É evidente que o colapso do clima vai gerar consequência para todos, mas essas populações vão sentir mais os impactos porque têm menos condições de evitar os efeitos desta crise. Nós ouvimos relatos de que anos atrás um lavrador não precisava de protetor solar para realizar o seu trabalho, hoje isso já não é possível. Identificamos esta e outras dificuldades socioambientais que o quilombo enfrenta graças aos depoimentos e da narrativa transmídia”, afirmou
A narrativa foi publicada na tese de doutorado do docente, defendida no ano passado junto ao Programa de Pós-graduação em Educação (PPGE) da UFMT. Assim, a medida que o leitor acompanha o texto científico em um arquivo digital, é possível migrar para a narrativa produzida pelos estudantes de Mata Cavalo. A experiência passa a ser transmídia e quem a lê terá um entendimento maior da crise climática e da resistência quilombola por meio da narrativa produzida.
O autor da pesquisa e docente da Faculdade de Comunicação e Artes (FCA), professor Thiago Cury, explica que foi possível observar como o colapso climático afeta o quilombo a partir de materiais artísticos e comunicacionais produzidos pelos participantes e das entrevistas realizadas com os alunos quilombolas. Segundo o docente, a comunidade manifestou preocupação com as queimadas corriqueiras, problemas de má distribuição de água, assoreamento dos rios em função da atividade de garimpo, entre outras dificuldades socioambientais.
“Apesar das dificuldades que eles enfrentam morando em uma região em condições de vulnerabilidade, quando tiveram a possibilidade de expressar o local, comunicaram os fatores positivos também. Nos depoimentos fica muito claro o posicionamento de resistência que se manifesta por meio do orgulho que eles sentem do local onde vivem. Apresentaram suas questões culturais, religião, dança, canto, música, culinária, arquitetura e aspectos da natureza”, explica.
Para o professor, a educomunicação ambiental, em caráter popular, é a única alternativa de se apresentar como a crise climática afeta uma comunidade em situação de vulnerabilidade, diante da falta de interesse dos grandes meios de comunicação. Segundo o docente, a experiência foi importante para que a população quilombola tivesse a exata dimensão do que é a crise climática e que ela tem o componente da causa humana como motivação direta, uma vez que o aumento drástico nas temperaturas aconteceu justamente depois da revolução industrial.
“É evidente que o colapso do clima vai gerar consequência para todos, mas essas populações vão sentir mais os impactos porque têm menos condições de evitar os efeitos desta crise. Nós ouvimos relatos de que anos atrás um lavrador não precisava de protetor solar para realizar o seu trabalho, hoje isso já não é possível. Identificamos esta e outras dificuldades socioambientais que o quilombo enfrenta graças aos depoimentos e da narrativa transmídia”, afirmou
A narrativa foi publicada na tese de doutorado do docente, defendida no ano passado junto ao Programa de Pós-graduação em Educação (PPGE) da UFMT. Assim, a medida que o leitor acompanha o texto científico em um arquivo digital, é possível migrar para a narrativa produzida pelos estudantes de Mata Cavalo. A experiência passa a ser transmídia e quem a lê terá um entendimento maior da crise climática e da resistência quilombola por meio da narrativa produzida.