Monday, 27 March 2023

Isabelle Stengers: carta aos cientistas que leem os relatórios do IPCC

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Isabelle Stengers: carta aos cientistas que leem os relatórios do IPCC

A tarefa dos cientistas seria “trabalhar para um progresso no conhecimento que forneça uma solução para um problema de interesse geral. Eles devem confiar na ‘sociedade’ que decidirá sobre o uso adequado do que seu trabalho torna possível. A ciência deve ser ‘politicamente neutra’; ‘politizá-la’ seria o mesmo que matá-la. Dá a impressão, para os cientistas que protestam assim, que não há nada de político em fazer com que o Estado e a indústria se interessem pelo que sai de seus laboratórios”, analisa Isabelle Stengers, em artigo publicado por Socialter, 09-03-2023. A tradução é do Cepat.

E alerta: “Que a maioria de vocês continue afirmando que a ciência é ‘apolítica’ e que serve a um interesse maior do que os interesses ‘pé no chão’ dos humanos comuns, é o contrário da imaginação: o imaginário”.

Finalmente, faz um convite ao engajamento: “Alguns jovens pesquisadores ousam se engajar como cientistas ali onde o IPCC é obrigado a se abster. Eles entenderam que não basta tornar os números e os modelos mais precisos e fazer avançar o conhecimento do clima, mas devem encontrar os meios para se deixar afetar por uma situação que exige que saiam do papel de cientista que ‘diz os fatos’”, o que implica também em “designar os inimigos”, à maneira de Bruno Latour.

Eis o artigo.

Bom dia,

Socialter sugeriu que eu escrevesse uma carta aos cientistas que contribuem para a elaboração dos relatórios do IPCC, mas preferi alargar meu endereço àquelas e àqueles que, entre os cientistas, os leem. Elas e eles estão, acredito, longe de serem tão numerosos quanto se poderia pensar. Na verdade, esses relatórios não são dirigidos principalmente a eles. Eles são escritos por cientistas, mas destinam-se principalmente a informar os governos. Como tais, devem ser aprovados antes de serem publicados pelos representantes desses governos que assim reconhecem a legitimidade do seu conteúdo científico. Por conseguinte, pretendem ser “úteis para a tomada de decisões, mas sem a pretensão de ditar a ação a ser tomada”, nos termos da apresentação oficial do IPCC.

Vocês dirão que essa ausência de intenção corresponde à definição atual de objetividade científica quando se trata de uma questão de interesse público. “Nós comunicamos os ‘fatos’, mas cabe a vocês decidirem como vão levá-los em consideração”. Só que, neste caso, o que será declarado “fato” já foi ratificado pelos representantes do governo que têm em vista os interesses e as prioridades de seus respectivos governantes. E assim, quem contribui para a redação desses relatórios sabe que quem os lê terá o cuidado de censurar qualquer possibilidade de questionar a política de seu governo, por mais irresponsável que seja.

Devem esperar que os fatos falem por si ou, mais precisamente, que os cientistas, livres para debater, os transmitam, isto é, deem a eles o significado que os autores tiveram que deixar um tanto implícito, dotando-os de consequências que abrem a imaginação para o que realmente está acontecendo e o que isso demanda. É o que certamente esperavam os climatologistas que estão por trás da criação do IPCC (1). Mas não foi bem assim que aconteceu. Onde estava o erro deles?

Vocês que me leem, há uma boa chance de não estarem entre aquelas e aqueles a quem esta carta é formalmente endereçada. Os cientistas leem pouco. Ou melhor, leem sobretudo o que contribui para a questão que pretendem avançar – os artigos dos colegas que podem contribuir para isso. Mas repassar os “fatos” do IPCC exigiria outras leituras, aquelas que são consideradas na melhor das hipóteses uma perda de tempo, e na pior, sinal de um interesse nefasto: elas podem criar dúvidas. O espírito científico tem sido frequentemente associado à arte de duvidar. Mas a dúvida não deve afetar a confiança no avanço do conhecimento como serviço ao bem comum.

No entanto, “más” leituras podem fazer surgir ideias que podem abalar essa confiança. Assim, quem se dedica a melhorar as baterias dos carros elétricos do futuro retém dos trabalhos do IPCC de que participa a necessária “transição energética”. Mas não acredito que eles leiam – e menos ainda discutam – um texto como o de Jean-Baptiste Fressoz, segundo o qual “nunca houve, de fato, uma transição energética. Não passamos da madeira ao carvão, depois do carvão ao petróleo, em seguida do petróleo à energia nuclear. A história da energia não é de transições, mas de adições sucessivas de novas fontes de energia primária. O erro de perspectiva deve-se à confusão entre o relativo e o absoluto, entre o local e o global: se, no século XX, a utilização do carvão diminuiu relativamente ao petróleo, a verdade é que o seu consumo não para de crescer e que, globalmente, jamais queimamos tanto carvão como em 2013”.

Os pesquisadores e pesquisadoras que trabalham nas baterias do futuro se apegam ao fato científico “nu”: é preciso reduzir as emissões de CO2. Eles não estão interessados no papel desempenhado pela fada da eletricidade nas canções de ninar que nos falam sobre a transição. Eles não se perguntam, pelo menos publicamente, porque é que o seu trabalho não é contraposto por medidas que impliquem um futuro de sobriedade em termos de mobilidade. Por que tais medidas são rejeitadas como parte de uma ecologia “punitiva”.

Eles protestarão dizendo que não é da sua conta. Sua tarefa é trabalhar para um progresso no conhecimento que forneça uma solução para um problema de interesse geral. Eles devem confiar na “sociedade” que decidirá sobre o uso adequado do que seu trabalho torna possível. A ciência deve ser “politicamente neutra”; “politizá-la” seria o mesmo que matá-la. Dá a impressão, para os cientistas que protestam assim, que não há nada de político em fazer com que o Estado e a indústria se interessem pelo que sai de seus laboratórios. É isso que esses aliados os encorajam a pensar.

O discurso oficial é que a “ciência” contribui dessa maneira para o progresso do gênero humano. E agora se entende que essa contribuição deve levar em conta ativamente as exigências da competitividade e da submissão às leis do mercado. Tudo isso, ao que parece, não tem nada a ver com política. Seria justo que os pesquisadores levassem em conta a “realidade” se quisessem se beneficiar do financiamento de que precisam. Porque a “governança” da ciência mudou muito nas últimas décadas. Na Europa, tivemos primeiro direito à “sociedade do conhecimento”, mas esta expressão foi mais ou menos enterrada a favor dessa outra da “economia do conhecimento” (2).

Da mesma forma, o adjetivo “sustentável” foi inicialmente associado ao termo “desenvolvimento” (Cúpula do Rio de Janeiro, 1992), mas depois passou a ser associado ao de “crescimento”. Não falarei de distorção entre essas duas perspectivas salutares. Mas a economia, ao substituir a sociedade, fecha a porta entreaberta pela questão das práticas que permitiriam que os conhecimentos fossem efetivamente “socializados”, compartilhados, avaliados e apreciados de modo lúcido quanto ao seu alcance e suas consequências. E o crescimento prega a porta, porque transforma o avanço do conhecimento em fonte de inovação, preferencialmente passível de ser patenteado.

Hoje, está claro que nem todos os avanços no conhecimento são iguais. Alguns são reconhecidos como portadores de inovação e tornaram-se peças da máquina econômico-financeira, ao passo que outros resistem desesperadamente. E as equipes de pesquisa que não querem resistir devem escrever projetos que se enquadrem nos objetivos da sustentabilidade e da competitividade, ou seja, de submissão à lógica do mercado. Sob o regime agora estabelecido da economia do conhecimento, eles tiveram, além disso, de procurar atrair o interesse das indústrias e, portanto, também aprender sobre os constrangimentos do segredo industrial, da obtenção de patentes e mesmo do lançamento de spin-off (3) encarregando-se de pesquisas que a indústria considera muito arriscadas, mas que ela comprará se cumprirem suas promessas.

Alguns de vocês que leem esta carta podem ter feito protestos, organizado manifestações para “salvar a pesquisa”. Mas vocês não reclamaram primeiro a liberdade de prosseguir a busca desinteressada do avanço do conhecimento, o único, vocês defenderam, capazes de “além disso” dar respostas aos problemas que preocupam a humanidade? O que vocês denunciam ou lamentam é a traição dos seus aliados, do Estado e da indústria, que deixaram de respeitar as distâncias que protegiam sua relativa autonomia.

Mas será que vocês se privaram, durante o feliz tempo em que foram respeitados, de apresentar essa aliança como “natural”, geradora de progresso, permitindo que o “saber desinteressado” “servisse à humanidade”? Vocês não concordaram com esses aliados a fim de ter distância de um público que seria acusado de cauteloso, reacionário, movido por medos irracionais se recusasse o progresso proposto? E os seus especialistas não mostraram um viés bastante sistemático em favor das inovações tecnocientíficas, às vezes alertando contra certos riscos, é claro, mas com uma perspectiva “realista” de preservar sua viabilidade, ou seja, sua lucratividade

Ainda me lembro, há vinte anos, durante o caso dos OGM, de como se formou o que poderia ser uma “sociedade do conhecimento”, quando cidadãos recalcitrantes e bem informados faziam perguntas lúcidas que faziam os seus especialistas gaguejarem. Esses mesmos especialistas, ou seus sucessores, agora defendem com todas as forças a livre comercialização de sementes “que não são OGM” já que não adicionamos genes estranhos, mas cujo genoma “editamos” com a ajuda das “tesouras moleculares”, um método muito mais preciso (embora não de maneira exata).

Vocês mesmos devem ter lido nas advertências do IPCC o anúncio de uma época em que a inovação tecnocientífica seria mais vital do que nunca. Não será mais apenas uma questão de “alimentar o planeta”, mas de salvá-lo. Como vocês podem estar surpresos? As histórias que são passadas de geração para geração também são “editadas”. Elas celebram como a “ciência” tornou possível a resolução de problemas cruciais para o futuro da humanidade e a realização de sonhos que julgávamos loucos. Mas elas “cortam” com a tesoura do “progresso” o questionamento de como esses problemas foram formulados, e o que permitiu financiar a satisfação desses sonhos.

Essas histórias fizeram vocês pensar que as indústrias e os Estados ouviram vocês por respeito ao conhecimento de vocês? Que esse conhecimento, se hoje leva a questionar o próprio sentido do progresso, seria bem-vindo como o são aqueles que trazem a possibilidade de inovações lucrativas? Ou aceitaram a ideia de que se tratava de uma “crise”, à qual soluções inovadoras certamente saberiam responder, mesmo que isso significasse esperar com confiança o milagre da geoengenharia? Em todo o caso, o que é inconcebível para vocês é que a grande aventura humana na conquista do conhecimento seja travada, até mesmo contestada, por medos que afinal são bastante “pés no chão” e correm o risco de “politizar” a pesquisa.

Que a maioria de vocês continue afirmando que a ciência é “apolítica” e que serve a um interesse maior do que os interesses “pé no chão” dos humanos comuns, é o contrário da imaginação: o imaginário. A imaginação é cultivada através do contato com os outros, que pensam e sentem de forma diferente, ao passo que o “imaginário” é transmitido de geração em geração, de modo essencialmente repetitivo e estereotipado. Quando os cientistas reclamam, é sempre para seus antigos aliados. Como se fossem acabar entendendo que só o livre avanço do conhecimento pode lhes trazer o que a “sociedade” espera da “sua” ciência. Aprender a tecer vínculos com os afastados e afastadas seria sair da zona de conforto de um imaginário que os protege da “política”. Mesmo aqueles que são especialistas em climatologia têm a maior dificuldade de sair dessa zona de conforto.

Quando o negacionismo climático eclodiu na França, tendo Claude Allègre (4) como sua figura de proa, os pesquisadores que responderam ao seu livro sobre a impostura climática certamente defenderam detalhadamente os trabalhos do IPCC, apontando os erros e as falsificações desses negacionistas, mas eles cuidadosamente evitaram desenvolver a questão que, no entanto, era tão óbvia quanto um elefante no meio de um salão social. Claude Allègre acusou os especialistas do clima de divulgarem resultados com um viés político. Eles responderam como se o problema fosse “puramente científico”, prolongando assim o que os relatores do IPCC eram obrigados a fazer. Mantinham-se, assim, à distância do público, sem partilhar com ele o desalento de serem obrigados pelos fatos a fazer soar o alarme e serem acusados de “alarmistas” (5).

Mas, nos últimos anos, “fatos” muito mais intrusivos do que as medições, cálculos e modelagens científicos assumiram o controle e estão efetivamente soando o alarme. Os desastres, em franco aumento, sinalizam que as possibilidades que ainda existiam na década de 1990, quando o IPCC publicou seus primeiros relatórios e o protocolo (não vinculante) de Kyoto foi adotado, são coisas do passado. E, no entanto, nossos governantes continuam agindo como se estivéssemos lidando com uma “crise” que poderíamos superar por meio de reformas passo a passo.

Parece que a perspectiva para 2030 de uma “Europa sustentável” é um fim em si mesmo para as autoridades europeias, ao passo que o esforço está apenas começando e a perspectiva de uma “neutralidade de carbono” surge com vinte anos de atraso. E aí teremos que chegar a um balanço de emissões cada vez mais negativo. Nesse cenário, perduram apenas os efeitos dos gases de efeito estufa, que continuarão a ser emitidos nesse chamado “passo a passo” e a se acumular na atmosfera.

É muito difícil aceitar que, mesmo que os compromissos sejam cumpridos, o tempo perdido durante anos será pago em catástrofes que se multiplicarão e se ampliarão. Não haverá recompensa, manhã calma de pós-crise. É difícil para todos, e nos perguntamos como os socioterapeutas podem ousar diagnosticar a eco-ansiedade como um “sintoma”. A situação não é realmente desesperadora? Como não tratar o eco-otimismo ao qual nossos governantes nos incitam como um “sintoma”?

Esse sintoma, temo que muitos de vocês com quem falo sofram dele também, redobrado pelo senso de responsabilidade diante de um público que deve ser tranquilizado, do que seria capaz se entrasse em pânico? Mas os jovens, e não tão jovens, que interrompem os estudos ou abdicam da carreira para participar de ocupações de terra ou de ZADs, ou de “levantamentos da terra” contra os que a envenenam e/ou cobrem de cimento, não entram em pânico. Eles transmitem os “fatos” que gritam contra o saque dos mundos humano e não humano.

Podemos dizer, à maneira de Greta Thunberg, que eles e elas “escutam os cientistas”, mas fazem o que os cientistas do IPCC não conseguiram: designar os inimigos, aqueles que, imperturbavelmente, continuam a sua obra de morte. Prejudicá-los tanto quanto possível e, ao mesmo tempo, reaprender as práticas de resistência, de cooperação e de solidariedade que despertam os sentidos e a imaginação contra o desespero, não é esta a resposta “racional”, não sintomática daquelas e daqueles que sabem que pode ser tarde demais, mas que está apenas começando? E que, se não é mais hora de fugir da provação, é questão de aprender a responder a ela

Na verdade, vocês sabem, a imaginação científica que paralisa vocês está começando a trincar. Alguns jovens pesquisadores ousam se engajar como cientistas ali onde o IPCC é obrigado a se abster. Eles entenderam que não basta tornar os números e os modelos mais precisos e fazer avançar o conhecimento do clima, mas devem encontrar os meios para se deixar afetar por uma situação que exige que saiam do papel de cientista que “diz os fatos”. Devem, contra a oposição que serve para desqualificar o público, entre razões objetivas e subjetivas, aprender a compartilhar a tentação do desespero e a vontade de resistir. Alguns cientistas do próprio IPCC estão resistindo e vazando a versão original, antes da censura, do relatório sobre medidas para limitar as mudanças climáticas, onde ficamos sabendo que os “fatos” agora condenam o tipo de medidas que nossos governos consideram “realistas”.

Esta versão foi divulgada pelo coletivo transnacional Scientist Rebellion, que está engajado em ações de desobediência civil desde a COP26 em Glasgow no outono de 2021. Não se trata mais de informar o público, mas de apontar os responsáveis pela falta de ação climática e pelas empresas de greenwashing, sejam elas academias, museus de ciência (6), meios de comunicação, bancos ou consórcios industriais. Mas os pesquisadores recalcitrantes e os estudantes, portanto entre os mais talentosos, que “desertam” ou “bifurcam”, juntam-se a ativistas nas ruas, nos campos e nas florestas, estão eles, como muitos de seus mais velhos pensam, entristecidos e perturbados, “perdidos e perdidas para a ciência”?

Sim, se por “ciência” entendemos aquilo que é definido contra a “opinião”. Mas não necessariamente se, pelos laços que se forjam, pelos interesses que se partilham, pelos encontros que transformam, pela imaginação que se repovoa, aquelas e aqueles que fogem da “ciência” se descobrem capazes de algo diferente daquilo a que seus aliados tradicionais os condenaram. Rejeitar o papel atribuído a eles de fornecedores de soluções ditas “racionais”, ou seja, quase por definição hoje, de cúmplices de lucrativas operações de greenwashing, não significa rejeitar a razão, mas entendê-la como aquilo que exige que nos tornemos dignos da situação com a qual nos deparamos.

Este é talvez um sentido daquilo que Bruno Latour chama de “a nova libido scindi” (7) requerida pelas “ciências da terra”: não mais definir a Terra como o terreno oferecido ao “avanço do conhecimento”, imaginário guerreiro, mas como o que exige sempre aprendizagem situada, que só pode ser feita numa relação de interdependência com os outros, que também se preocupam com a forma como esta situação vai se caracterizar e com o que ela pede.

Vocês que me leram até aqui podem achar que minha proposta é utópica porque “as pessoas não são capazes desse tipo de aprendizado”. Mas vocês mesmos são? Todos nós estamos abismados e abismadas, vocês pastores e aqueles/as que vocês trataram, nos últimos dois séculos em que o progresso se tornou uma palavra de ordem, como um rebanho a ser conduzido, contra a sua vontade, à luz. Sair da zona de conforto, bifurcar, é uma aposta sem garantia, é verdade, mas a é para todos. É uma aposta pela vida que vai continuar, com ou sem nós.

Atenciosamente.

Notas

1. O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) foi criado em 1988 sob a égide das Nações Unidas, com a missão de estabelecer um consenso científico sobre as mudanças climáticas e seus efeitos, a partir de uma síntese aceita por todos os dados e estudos conhecidos, com vista a esclarecer os governos sobre as estratégias a serem implementadas (Nota do Editor).

2. A “estratégia de Lisboa”, adotada em 2000, tem como objetivo transformar a União Europeia na “economia do conhecimento mais competitiva e dinâmica do mundo” até 2010 (Nota do Editor).

3. Empresa comercial criada a partir de um laboratório de pesquisa (Nota do Editor).

4. O geoquímico e ex-ministro Claude Allègre apareceu nos anos 2000 como uma figura da negação das mudanças climáticas na França, por meio de fóruns na imprensa e do livro L'Imposture climatique (Plon, 2010) (Nota do Editor).

5. Quando, em 2009, publiquei No tempo das catástrofes (Editora Ubu, 2015), que infelizmente não perdeu sua atualidade, foi o termo “catástrofe” que primeiro atraiu comentários. Eu não era “catastrofista”?

6. Uma primeira pequena ação aconteceu no dia 9 de abril no Museu Nacional de História Natural.

7. “Desejo de conhecer”.

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