O cineasta Fábio Barreto enfrenta atualmente dois dramas. Um, real e pessoal, pois há vários dias está internado em estado grave no Rio de Janeiro, em consequência de um acidente de carro; na telona, acabou de dirigir ”Lula, o filho do Brasil”, cujo lançamento nacional está previsto para o dia 1º de janeiro. Aguardadíssimo, o filme é um dramalhão. Conta a história do presidente Lula, filho de Aristides, um alcoólatra violento e cafajeste, que vem a conhecer o filho quando este já estava com três anos de idade. Coube à Lindu, a mãe, a barra de criar sozinha sete filhos. Quando reaparece, Aristides fica em casa apenas uma semana. Resolve ir embora para São Paulo e leva consigo um dos filhos. Este, cansado de maus tratos, escreve uma carta à mãe, fazendo-se passar pelo pai, e chama a família para morar em Santos. Lindu, a mãe, vende tudo e embarca para lá com os filhos. Chegando, descobre que Aristides vive com outra mulher. É um drama caro. Aliás, um dos mais caros do cinema nacional. Segundo a imprensa os custos giraram em torno de 16 ou 12 milhões de reais. Dizem que esse dinheiro não saiu de nossos bolsos. Ok, mas tem entre seus patrocinadores a má falada “Camargo Corrêa”, por exemplo. Tem também o patrocínio de um milhão de reais saído das mãos daquele sujeito que atende pelo nome de Eike Batista. Enfim, “Lula, o filho do Brasil” parece ter sido feito para arrancar lágrimas de muita gente. Vai bombar!
Tuesday, 29 December 2009
CINEMA ELITISTA?
Aliás, o valor dos ingressos para cinema em Cuiabá está bastante salgado, para esta que pode ser considerada uma forma de lazer popular. Apesar disso, o público aumentou consideravelmente este ano, segundo pesquisas. E as expectativas para o próximo ano são animadores. Daí, concluo que o brasileiro é, sobretudo, um forte!
UMA ESMOLINHA...
O Vale Cultura é uma iniciativa do governo federal que vem no rastro do vale transporte e vale refeição. Prevendo beneficiar 116 milhões de trabalhadores das classes C e D, o vale será no valor de R$ 50,00, a ser adquirido pelas empresas, que o distribuirão a esse segmento de seus trabalhadores, sem nenhum desconto no salário, para que estes adquiriam livros, CDs, dvs, além de comprar ingressos para teatros, shows e cinemas. Parece, à primeira vista, algo interessante, pois o acesso aos bens culturais neste país é restrito a uma elite. No entanto, R$ 50,00 é um valor ínfimo, em se tratando da indústria cultural. Melhor seria uma política de salários dignos e justiça social. Pensem no valor de um livro ou num show de Caetano Veloso, por exemplo. Aquecerá o mercado cultural, sem dúvida, mas o que isso representará para a população? Sei não, mas isso tem cheiro de esmola!
E A DECORAÇÃO DE NATAL?
Não sei quem fez, mas a decoração de Natal da cidade de Cuiabá tem, certamente, seus méritos: o baixo custo, a tentativa de reciclagem e a busca de uma identidade regional. No entanto, o resultado obtido foi desastroso. Ficou muito ruim, vocês não concordam? O que são aquelas caixas cobertas por chitão? Vista de longe, à noite, causa até um efeito bonito, mas quando se chega perto, vem a decepção. A sensação que dá é de miséria, falta de inspiração e inventividade.
JOÃO SEBASTIÃO
Esta semana visitei meu amigo João Sebastião da Costa, que eu não via há mais ou menos dois anos. Rever o artista plástico que trouxe para as artes os cajus e as onças, transformando-os em símbolos caros para a iconografia mato-grossense, é sempre um prazer, uma alegria. Dedicado e disciplinado, João trabalha incansavelmente horas e horas, diariamente. É um exercício quase ritualístico, religioso. Apesar de passar a maior parte do tempo em seu ateliê, no bairro Consil, João tem olhos aguçados, críticos, e acompanha tudo o que se passa na sua cidade, que tanto ama e respeita. Se indigna e vibra com os fatos. Nada escapa ao seu olhar e à sua análise. Vida longa ao João Sebastião!
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