http://www.tyrannusmelancholicus.com.br/cronicas/5764/destrinchando-liu-arruda-e-o-gambiarra
Andhressa Barboza e Lorenzo Falcão
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Uma performance teatral bem humorada evocou as estripulias do espevitado Liu Arruda e do Grupo Gambiarra
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O grande amigo e parceiro de trabalho de Ivan Belém era uma daquelas “pestes” que vivia pregando peças no companheiro de palco teatral. Certo dia aquela pessoa talentosa que marcou a história de Cuiabá e a vida de Ivan ficou doente e morreu. Todos os dias quando Ivan estacionava seu carro na garagem de casa, se preparava para o susto que poderia vir ao descer e ser surpreendido com mais uma peça que Liu Arruda lhe pregaria.
“Porque ele não era desse mundo, e agora literalmente, ficava pensando que se vivo me dava cada susto, imagina se viesse em espírito, então eu já estava preparado”, contou Ivan, com nostalgia e gargalhadas que marcaram a apresentação da tese de Doutorado na Academia MatoGrossense de Letras (AML) na noite da última terçafeira (12/05).
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Liu Arruda e Meire Pedroso em ação nas ruas cuiabanas, nos anos 80. Uma foto embaçada pelo tempo... e pela precariedade deste fotógrafo
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Com uma plateia de mortais e imortais, o ator, historiador e agora doutor, Ivan Belém, imortalizou a memória do “bufão” cuiabano Liu Arruda por meio de um trabalho de pesquisa que resultou na tese “Liu Arruda: A travessia de um bufão cuiabano sob inspiração de Augusto Boal”, orientado pela professora Michèle Sato do Programa de Pós Graduação em Educação Ambiental da UFMT.
Além de trazer uma análise sobre o trabalho de Liu Arruda nos palcos e nas ruas com sua sátira a aspectos da cultura local, Ivan ainda apresentou um registro histórico sobre a trajetória do Grupo de Teatro Gambiarra o qual foram, ele e Liu, fundadores. A apresentação foi marcada por intervenções teatrais de alguns nomes de peso para as artes cênicas de Mato Grosso, como: Vital Siqueira, Luiz Carlos Ribeiro e Meire Pedroso.
O sentimento e o conceito da expressão “cuiabania”, seja ele da parte da elite cuiabana, ou das populações menos abastadas - como os ribeirinhos, permeou a fala de Ivan que, ao final, respondeu inúmeras perguntas da plateia. Não faltou o toque emocional que deve ter acometido a todos os presentes. Alguns se manifestaram com espontaneidade, destacando o amor à terra e evidenciando orgulho de ser e/ou estar cuiabano.
Foi um momentos histórico para a Academia Mato-grossense de Letras, assim como também na UFMT – outra Academia, quando a tese ali foi defendida. Quando uma manifestação popular que teve seu embrião nas ruas invade as portas de academias com a devida licenciosidade, quem ganha é a população e a cultura de uma sociedade secular. Valeu, Ivan!!!
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Ao final, muitas e muitas fotos e alegria. O evento não deixou de ser também, uma ação entre amigos
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O presidente da AML, Eduardo Mahon; Teresinha Arruda, autoridade cultural de MT... e Ivan
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Um bom público compareceu e tudo leva a crer que quem foi, curtiu bastante
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ABAIXO, imagem e chamada publicadas na capa na edição original deste texto
uma noite agradável e cheia de emoções, para além das quatro paredes que qualquer academia sugere. Foi assim que os escritos acadêmicos para a UFMT, desse sujeito ao lado, o do centro do trio, foram apresentados numa segunda academia, a de Letras de MT, na terça-feira. E o Tyrannus estava por lá em dose dupla, o que quer dizer que a crônica desta edição foi escrita a quatro mãos. E registramos com gosto o lance de uma manifestação artística popular, que se tornou uma tese acadêmica...
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Lúcia Palma, Ivan Belém e Luís Carlos Ribeiro... Os Crônicos, grupo teatral capitaneado pela imortal Marília Beatriz
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