Saturday, 2 April 2022

Pantanal: último grande refúgio de fauna do Brasil tem futuro incerto

 

foto: G1, MT

Pantanal: último grande refúgio de fauna do Brasil tem futuro incerto

https://www.nationalgeographicbrasil.com/meio-ambiente/2021/11/pantanal-ultimo-grande-refugio-de-fauna-do-brasil-tem-futuro-incerto


Pela primeira vez desde sua construção, em 1965, as vigas de sustentação da ponte Marechal Rondon, em Cáceres (MT), ficaram completamente expostas devido ao baixo nível do rio Paraguai.

FOTOS DE JULIANA ARINI E ROGÉRIO FLORENTINO
PUBLICADO 12 DE NOV. DE 2021 09:28 BRT

De Porto Jofre, Poconé e Cáceres, em Mato Grosso | O Pantanal é um bioma que se originou de um rio, o Paraguai. Portanto, se há algo errado nesse rio, todo o bioma vai mal. E a situação desse curso de água em Cáceres, a 220 km da capital de Mato Grosso, é um sinal de emergência. Na ponte Marechal Rondon, a cena é catastrófica para a maior área úmida do mundo, com 195,7 km2, parte de um dos maiores sistemas hidrológicos, a Bacia do Paraná/Paraguai. Com chuvas irregulares há três anos, pesquisadores alertam sobre o que poderá acontecer se nada for feito.

As vigas de sustentação da ponte são vistas pela primeira vez desde a sua construção, em 1965. Ali, o pequeno barco de alumínio mal navega entre tantos bancos de areia. Na maior parte de seu leito, o antes gigante Paraguai não cobre os joelhos de quem tenta atravessá-lo. Uma tempestade de poeira – algo cada vez mais corriqueiro na região – silencia um grupo que faz um churrasco no meio do rio. Como se caçoassem da doma das águas, os homens rapidamente retomam à churrasqueira assim que o vento desaparece.

Em minutos, um pequeno incêndio surge na margem esquerda do rio, na forma de um redemoinho de fogo. Mas nem a ventania ou o fogo interrompem por completo a população que busca algum alívio para o calor de 40ºC daquela tarde de outubro, um dos meses mais quentes do Pantanal.  

A grande praia que alegra a população é resultado da pior seca já registrada no ponto conhecido como Tramo Norte do rio Paraguai, entre as cidades de Corumbá, em Mato Grosso do Sul, e Cáceres, Mato Grosso. A seca nessa região é um alerta importante para quem não acredita nos sinais de esgotamento do bioma.

A falta de chuvas é um dos primeiros problemas. O bioma – que conecta três países: Brasil, Bolívia e Paraguai – padece há três anos sem chuvas regulares. Estudos indicam que a região enfrenta a pior seca dos últimos 50 anos.

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