RESULTADOS 5.2 B
MAPEAMENTO grupos sociais - Pantanal
O mapeamento dos grupos sociais foi feita por uma nova metodologia de pesquisa, na pesquisa de doutorado em Ecologia e Recursos Naturais Programa de Pós-Graduação na Universidade Federal de São Carlos da Regina Silva. O método é baseado na auto-narrativa, através de entrevistas e seminários, com abordagens individuais ou coletivas.
Seguindo o fluxo de água, o Pantanal é um espaço em constante movimento, com sua paisagem alterada entre épocas de seca e inundações. Entrelaçada com a beleza da diversidade biológica, a região é habitada por um povo que tem características peculiares a viver com a dinâmica da água e se chamam Povos do Pantanal. Essas pessoas trazem o conhecimento local e revelam as mais variadas contribuições culturais, alimentares, danças, histórias, lendas, acentos e tantas outras expressões que não poderíamos citar toda a sua cobertura. Todas as celebrações festivas estão relacionados com as religiões e há santuários em quase todas as casas, às vezes em sincretismo religioso (SATO et al., 2001). Essas pessoas estão distribuídas ao longo de:
• Santo Antônio do Leverger
• Barão de Melgaço
• Nossa Senhora do Livramento
• Poconé
• Os Cáceres
Povos Indígenas que habitam a região do Pantanal estão localizados nos municípios de Barão de Melgaço, que são os povos indígenas da terra Guató e da Terras Indígenas (TI) da Baía de Guató, Bororo Perigara; em Santo Antônio do Leverger tem o povo Bororo de TI Tereza Cristina .
Os morroquianos são pessoas nos municípios de Cáceres (5), Nossa Senhora do Livramento (7), Poconé (26) e Santo Antônio do Leverger (1).
4.Os Artesãos
Os artesãos são homens e mulheres que estão presentes em todo o Mato Grosso. Seus ofícios, muitas vezes, são importantes referências culturais locais. Produção de artefatos à mão, com base nos mais variados materiais crus, citamos: Os artesãos produzem:
- escultura em madeira
- Trançado de bambu, cipó, fibra, palha, etc
- couro
- chifres
- redes de tecelagem
- barqueiros
Os povos ribeirinhos são uma forte expressão de identidade nas margens de rios e córregos de áreas úmidas, eles são um povo que vive na beira do rio, identificando-se mais com água do que com a terra, a atividade é predominantemente de pesca, apoiado pela agricultura de várzea e terras firmes. Com uma identidade ligada mais à água do que com a terra, podemos citar as suas principais atividades como:
- pescadores
- Isqueiros
- pilotos
- barqueiros
6. Grupos de Siriri de Cururu
Grupos de Siriri e Cururu são expressões fortes da cultura popular de Mato Grosso. São tradições seculares de origem indiana que ocorrem nas comunidades rurais das Zonas úmidas. Essas danças têm a viola de cocho como um elemento essencial;
Os agricultores familiares estão presentes em várias partes do estado, alguns estão inseridos em projetos de assentamento e também identificam-se como colonos, os 36 assentamentos estão localizados nos municípios do Pantanal. Alguns agricultores desenvolvem pequenas atividades, tais como: a produção de farinha de mandioca que eles usam no seu fazer, o dreno, caititu, imprensa, sucuri, pá, peneira, pilão e panelas para assar.
8. Os povos extrativistas
Os povos Extrativistas estão espalhados por todo o território e pode ser dividido através de várias identidades: Os curandeiros são extrativistas de plantas medicinais que coletam e vendem pequena escala em centros urbanos. A transformação da paisagem é uma ameaça à sua prática continuada; Os fruteiros coletam principalmente frutos do Cerrado e do Pantanal, a extração de látex da "mangabeira"regiões são encontradas no Pantanal, em municípios como Barão de Melgaço, Cáceres e Poconé. Com o látex se produz capas, ponchos chamadas para o uso dos cavaleiros do Pantanal;
Há grupos que trazem a identidade ligada às expressões de espiritualidade, são as pessoas como: benzedeiros (a curar as pessoas), as rezadeiras, candomblé e umbanda;
10. Os Articuladores e Apoiadores
Destacamos também o trabalho de ecologistas e movimentos de articulação e apoio a pessoas de zonas úmidas, tais como: Comunidades Eclesiais de Base, o BIOCONEXÃO, a Rede Mato-Grossense de Educação Ambiental (REMTEA), o Instituto de Ecologia e Populações Tradicionais do Pantanal (ECOPANTANAL); Rede Mato Grosso de Articulação dos Povos e Comunidades Tradicionais (REMARPCOMTRA), a FLEC, o Grupo Raízes e Vida Companhia de Fé e Cáceres;
Mapa dos grupos sociais no Pantanal, Mato Grosso, Brasil
Subsidiado pelo uso de tecnologias para o processamento de dados georreferenciados a demonstra uma distribuição espacial dos grupos sociais aqui apresentados, localizados em cinco cidades do Mato Grosso: Barão de Melgaço, Cáceres, Nossa Senhora do Livramento e Santo Antônio do Leverger Poconé. O Mapa dos grupos sociais no Pantanal, Mato Grosso, o Brasil foi produzido na escala de 1:2.000.000. É importante notar que a maioria dos pontos de mapa foram georreferenciados com as suas coordenadas geográficas, no entanto, alguns pontos trouxeram uma localização aproximada, de acordo com as narrativas dos grupos pesquisados. Mesmo os pontos mencionados durante as oficinas e entrevistas, quando eles tinham a informação disponível, foram confirmados através de consultas com dados secundários: artigos científicos, relatórios técnicos e acadêmicos, etc . Na elaboração do mapa foram utilizados programas de computador ESRI ArcGIS / ArcMap (versão 10.0) e Corel Draw X5 (Figura 1).
De acordo com o diagnóstico analítico do Pantanal e da Bacia do Alto Paraguai (ANA / GEF, PNUMA / OEA, 2003), as principais ameaças ambientais do Pantanal e bacia do Alto Paraguai podem ser verificadas através da Tabela 2.
Atividades impactantes | Características |
Contaminantes ambientais | Equipe de pesquisa científica detectou níveis de poluentes ambientais, como mercúrio no solo e na cadeia alimentar, decorrente da atividade de mineração de ouro. Houve também poluentes de práticas agrícolas por metais pesados e sintéticos - agroquímicos. Os problemas relacionados à urbanização e industrialização incluem a poluição por esgoto, mineração, metais e minerais, águas superficiais ou abertas; processamento de produtos agro-industriais, tais como álcool, produtos lácteos e carne, a ocupação de áreas residenciais, sem tratamento adequado de água e resíduos sólidos . |
Incêndios | Há uma tradição de queimada, na estação de seca, para "limpar" o pasto para o gado; o fogo que se espalha em incêndios, destruindo grandes áreas. |
Desflorestamento | Tem havido uma tendência de transformação da vegetação nativa, especialmente do cerrado, florestas e cerrado de galeria, pastagem para o gado implantados. |
Agrícola | A legislação do uso da terra está mal concebida e mal executada.O resultado é a conversão de vegetação nativa em monoculturas de campos de grãos e pastagens exóticas com espécies, que muitas vezes alcança as áreas de mananciais e invade áreas ribeirinhas. Assoreamento e perda de solo são conseqüências dessa prática; A degradação do solo, poluição da água, desmatamento, incêndios florestais, erosão e assoreamento são algumas das conseqüências do planejamento ineficaz do uso da terra e a dificuldade de aplicação da legislação existente, especialmente pela falta de supervisão. |
Turismo desorganizado | Turismo na região não teve controle de várias maneiras, incluindo o número de turistas em cada região.O turismo é desorganizado e há poucas instalações de pousadas e de pescas irregulares. A ampliação do turismo nos últimos anos tem aumentado a pressão sobre a pesca recreativa. |
Obras de infra-estrutura e expansão mal planejada | Houve a construção de hidrelétricas, como a Usina Hidrelétrica (UHE) de Manso, interferindo com a qualidade e o fluxo de água para o Pantanal.Tem havido uma proliferação de casas, subdivisões e outros tipos de ocupação de uma maneira desordenada, como é o caso das casas de recreio na lagoa Chacororé (MT). |
Perda de habitats e espécies nativas | O desmatamento no Pantanal tem sido grande, causando a fragmentação do habitat; A pesca predatória reduziu drasticamente as populações de peixes comerciais que contribuem para mudanças na composição de espécies resultantes da pesca seletiva; Há modificações do regime hidrológico natural do rio, que provaram ser particularmente destrutivas para os organismos que dependem da quantidade, qualidade, frequência e a velocidade de correntes para a sua sobrevivência e reprodução, bem como fontes de águas subterrâneas, que por sua vez dependem da água de superfície atual de recarga. |
Falta de áreas protegidas e a presença de espécies ameaçadas de extinção | As áreas protegidas no planalto e nas planícies ainda estão abaixo da meta estabelecida pelo Governo, 10% de cada bioma.O corredores para proteger a biodiversidade não foram implementadas. |
Tabela 02 - Principais ameaças ambientais do Pantanal e bacia do Alto Paraguai
Fonte: Adaptado de ANA / GEF, PNUMA / OEA, 2003.
Muitos desses conflitos são registrados no "Mapa dos conflitos ambientais do Pantanal" (Figura 2), foi possível registrar 42 locais que estão enfrentando conflitos e resistência em defesa do meio ambiente e culturas locais. Notavelmente, reconhecemos que existem muitos outros conflitos da região que não são registrados no mapa, mas acreditamos que este mapa mostra parte da dura realidade destes grupos sociais. Assim, per se já significa um relatório sobre a situação e as provas das fraquezas de MT de políticas públicas. O mapa foi elaborado à escala 1:2.000.000.
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