Friday, 27 July 2012

Plantando nas alturas

fapemat ciência
http://www.revistafapematciencia.org/noticias/noticia.asp?id=426


Agricultura
Plantando nas alturas
20/07/2012 12:49
A empresa sueca Plantagon é uma das líderes na área e já tem previsão para inaugurar em breve sua primeira fazenda vertical em Linkoping.
A população mundial deverá ser de cerca de 9 bilhões até 2050 e pelos menos 80% dessas pessoas viverão nas grandes cidades, segundo dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e da Agência Espacial Norte-Americana (Nasa).  Igualmente preocupante, é que quase de 80% das terras cultiváveis do planeta já estão em uso atualmente. Diante destes números, o primeiro pensamento que vem à cabeça é: “a conta não bate”. Alimentar um número tão grande de seres humanos com tão pouco espaço disponível é um dos grandes desafios das próximas décadas. A agricultura vem se preparando para isso, aumentando a produtividade, criando novas tecnologias e investindo maciçamente em pesquisa científica.
Um grupo de cientistas ao redor do mundo vem desenvolvendo a proposta da Fazenda Vertical. Trata-se de um prédio construído especialmente para a produção de alimentos. Funcionando como uma gigantesca estufa de 30 andares, terá capacidade para abrigar o cultivo de vários tipos de legumes e frutas, de forma totalmente controlada e livre de produtos químicos. Até mesmo pequenos animais, como galinhas e cabras, podem ser criados para a obtenção de carne, ovos e leite.
Esta solução, tipicamente urbana, é o que os cientistas vêm chamando de Terceira Revolução Verde. Até porque, mesmo a nossa aventura para desvendar os mistérios do espaço deve começar por aí, com o domínio do cultivo em espaços fechados. Não teremos como estabelecer colônias em outros planetas sem antes aprender a cultivar nosso alimento em ambientes controlados.
Por que verticalizar?
Outro ponto forte da agricultura vertical é o espaço. Por usar o sistema de multicamadas, um hectare de terra neste sistema pode produzir mais do que quatro a seis hectares no sistema tradicional, dependendo da espécie cultivada. Segundo cálculos do cientista Dickson Despommier, professor de saúde pública e microbiologia na Universidade de Columbia e maior popularizador da ideia no mundo, um hectare de morango em fazenda vertical pode equivaler a trinta hectares no plantio horizontal. Funcionando internamente, da mesma maneira que uma estufa, as plantações podem produzir o tempo todo, já que não ficam expostas aos “caprichos” do clima.
Além de ocupar menos espaço, as fazendas verticais podem estar em lugares onde, aparentemente não haveria como se plantar vegetais. Esse projeto de Blake Kurasek, Mestre em arquitetura pela Universidade de Illinois, é um bom exemplo.
O “A produção em sistemas fechados permite proteger as plantas das variáveis climáticas, que, além de outros problemas, podem causar doenças, como no caso do tomate. Na época das chuvas acontecem várias doenças que causam perda da produção. Além disso, existem as doenças causadas pela presença de certos microrganismos no solo, insetos, pragas. O cultivo em ambientes fechados permite o controle de todas essas variáveis, o que torna possível,  por exemplo, produção durante todo o ano”, explica Adalberto Santi, professor de Olericultura, na Unemat Tangará, e pesquisador do assunto.
É o monitoramento constante que permite uma plantação livre do ataque de pragas, possibilitando que todo alimento seja cultivado organicamente. Utilizando vidros especiais e iluminação artificial, o sistema pode entregar a quantidade necessária para cada estágio do crescimento das plantas. Cultivadas em hidroponia - sem solo, onde as raízes ficam imersas uma solução nutritiva balanceada – ou aeroponia – similar à hidroponia, mas cujas raízes tem contato apenas com um spray de nutrientes – elas recebem a quantidade ideal de substâncias necessárias para atingir seu pleno desenvolvimento.
“A hidroponia gera um aumento na produtividade porque fornece os nutrientes diretamente na raiz da planta. Aliado ao cultivo em ambiente fechado, possibilita que a planta cresça ao máximo do seu potencial. Mas não é toda espécie que suporta este processo, como a cenoura e a beterraba, por exemplo. Isso ocorre porque a raiz é o produto final, o que necessitaria de muito cuidado. Outras, como as plantas de vida longa, que demoram a produzir frutos, não têm um bom retorno financeiro”, explica o pesquisador.
Este é outro projeto de Blake Kurasek, que traz uma visão interna de como pode ser uma fazenda vertical. 
Os agricultores verticais não teriam que se preocupar também com conflitos de terra, escassez de água ou outros recursos, isso porque essas construções podem ser planejadas para reciclar toda a água consumida e todo o material vegetal que não é comestível pode ser reaproveitado para produzir adubo e gerar energia.
As fazendas verticais também apresentam a vantagem de estar localizadas dentro das grandes cidades, compondo um sistema integrado: o alimento é cultivado e consumido na área metropolitana. Isso reduz as emissões de poluentes gerados no transporte em caminhões, trens, aviões e navios.
As fazendas verticais também podem ajudar a resolver os problemas de poluição do ar e da água, além de melhorar o clima e mitigar o efeito das ilhas de calor. Há projetos que incluem um sistema de tratamento, que filtra o esgoto conhecido como “água negra” através do uso de algas e o transforma em “água cinza”, que é estéril e pode ser utilizada para irrigação. Posteriormente essa água pode ser coletada da evapotranspiração – respiração das plantas – e reciclada em água potável. O gás metano liberado pelo esgoto pode ser coletado e utilizado para a geração de energia.
“Além disso, seria possível oferecer emprego para aquelas pessoas que migraram do interior para os centros urbanos e que estão perdidas, sem conseguir um emprego justo, decente. Poderia ser um pontapé inicial para a revitalização de alguma área urbana que já está degrada, pois você ‘dá uma vida’ àquele local, as pessoas começam a ter interesse por ele”, diz Rafael Grinberg, arquiteto e urbanista formado pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo e um dos maiores entusiastas do sistema no Brasil.
INOVAÇÃO
O zoológico de Paignton, na Inglaterra, já usa o conceito de fazenda vertical para produzir alimentos para os animais e para um pequeno restaurante que funciona no local.
O Dr. Dickson Despommier, professor de saúde pública e microbiologia na Universidade de Columbia, mantém um site dedicado somente a esse assuntowww.verticalfarm.com (em inglês). Para ele, além de resolver o problema da escassez de alimentos, as fazendas verticais têm o potencial de elevar o padrão de alimentação em todo o mundo.  A utilização de sistemas verticais também pode reduzir a tensão ambiental, possibilitando que vastas áreas de terra que hoje são utilizadas apenas para cultivo sejam reflorestadas.
O projeto tem sido aplicado em outros países, em pequena escala. Um jardim zoológico de Paignton, na Inglaterra, começou a usar esse conceito para produzir comida para os animais. Em um espaço de aproximadamente100 metros são cultivadas cerca de 11 mil plantas, o que na produção convencional iria demandar um espaço 20 vezes maior.  O sucesso foi tamanho que, logo, o projeto foi ampliado para fornecer vegetais também ao restaurante do parque.
Conheça aqui Zoológico de Paignton
Clique aqui e veja o vídeo da fazenda vertical do Zoológico de Paignton
A empresa sueca Plantagon também vem investindo essa tecnologia e deverá inaugurar em breve o primeiro edifício dedicado apenas à agricultura. O projeto prevê a construção de uma estufa vertical na cidade de Linkoping, na Suécia. O prédio, que ocupa uma área de 10 mil m², produzirá o equivalente a 100 mil m², segundo as estimativas da empresa, com 5 a 10 vezes mais eficiência, gerando o dobro de lucro por metro quadrado e produzindo três vezes mais do que o sistema tradicional.
“Hoje existem apenas plantações verticais, que são locais onde se cultivam alface e outras espécies pequenas. Uma ideia de fazenda vertical se propõe a alimentar ao menos 10 mil pessoas todo mês com o que produz. Essa ideia já existe há uns 10 anos, mas parece que acabam desistindo da vontade de implantar um projeto deste no meio do caminho. Na hora em que pintar a necessidade é que deverão surgir vários protótipos pelo mundo inteiro”, conta Rafael.
Este é um antes e depois, mostrando como ficaria o centro de São Paulo com a instalação de uma fazenda vertical utilizando a estrutura dos edifícios São Vito e Mercúrio. O projeto do arquiteto Rafael Grinberg não foi levado adiante e os prédios acabaram sendo demolidos em 2011.
Um dos impedimentos para a existência de mais fazendas verticais é financeiro: construir essas obras de arte pode ser muito caro. Alguns cálculos apontam o custo em até 200 milhões de dólares para estruturar uma unidade dessas. Em São Paulo, o arquiteto Rafael Grinberg elaborou um projeto para transformar prédios abandonados do centro em fazendas-protótipo. Com essa reutilização do espaço urbano, o Brasil poderia ser um dos primeiros a desenvolver a tecnologia e exportá-la para outros países.
“Minha ideia foi utilizar a estrutura dos edifícios São Vito e Mercúrio para implantar esse projeto no Brasil, evitando assim os grandes custos para construir esse tipo de prédio. Já havia vários projetos habitacionais para aquela área, mas pela localização – entre as avenidas Do Estado e Mercúrio –, temíamos que virasse uma favela vertical. Então propus que se utilizasse a estrutura para uma fazenda vertical. Mas infelizmente a Prefeitura e o Ministério Público não aceitaram o projeto e os prédios foram demolidos em 2011”, explica Grinberg.
Passo estratégico
Ser pioneiro no desenvolvimento dessa tecnologia pode ser extremamente vantajoso para o Brasil.“Qualquer país que desenvolver esse sistema tomará a frente, pois quando realmente for necessário, já estará preparado para reproduzir ou vender esta tecnologia. É um passo estratégico. Você pode montar uma fazenda modelo associada às universidades, e desenvolver o estudo. Quando chegarem à conclusão de que realmente sai mais barato produzir nos grandes centros urbanos do que continuar desmatando e utilizando toda essa logística para o escoamento da produção, poderemos reproduzir para o país inteiro”, explica Rafael.
Gabriel Soares / Infográfico: Gabriel Soares / Imagens: Divulgação e Arquivo dos pesquisadores

Reservas falham na proteção de espécies

IHU - UNISINOS
http://www.ihu.unisinos.br/noticias/511837-reservas-falham-na-protecao-de-especies


Reservas falham na proteção de espécies

Criadas para conservar a biodiversidade, áreas protegidas em florestas tropicais estão falhando neste compromisso. Análise de dados dos últimos 20 a 30 anos de 60 reservas na África, na Ásia e na América, incluindo o Brasil, aponta que metade delas está experimentando uma queda na quantidade de indivíduos de diversas espécies analisadas.
A reportagem é de Giovana Girardi e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 26-07-2012.

Apesar de serem tecnicamente preservadas, essas reservas continuam sofrendo ameaças como perda de hábitat, caça e superexploração de produtos florestais. Falta, em boa medida, proteção às áreas protegidas.

"Alguns parques não passam de linhas desenhadas nos mapas. A biodiversidade naqueles mais desprotegidos certamente está indo pior, na média, do que naqueles que contam com melhor proteção", disse ao Estado o biólogoWilliam Laurance, da Universidade James Cook, na Austrália. Ele coordenou um grupo de mais de 200 cientistas que assinam hoje um artigo de alerta na revista Nature.

Os pesquisadores analisaram indicadores de 31 grupos de espécies (de árvores e borboletas a primatas e grandes predadores) e observaram que nas reservas com a "saúde mais frágil", como eles chamaram, o declínio é amplo entre várias espécies.

O levantamento apontou que a queda mais significativa foi observada em três locais: Kahuzi Biega, na República Democrática do Congo, na Reserva Botânica Xishuangbanna, na China, e no Parque Nacional Sierra Madre do Norte, nas Filipinas.

No Brasil, apenas quatro reservas foram incluídas na pesquisa (três na Amazônia e uma em São Paulo) e uma acabou entrando na metade mais crítica do levantamento (a Reserva Biológica do Alto da Serra de Paranapiacaba). Na métrica da saúde das reservas usada pelos pesquisadores, ela ficou nos 10% com a pior performance, explicaLaurance.

"O problema que percebemos lá é a contínua perda de cobertura florestal e o crescimento, ao longo do tempo, de caça ilegal e da ação de madeireiros tanto dentro quanto fora da reserva. O aumento da população fora do parque também está pressionando a área", diz o pesquisador.

A condição do entorno é um dos principais fatores apontados pelos autores como responsáveis pela saúde das áreas voltadas para a preservação. Em alguns casos, as reservas são verdadeiras ilhas no meio de um ambiente muito pressionado ou já bastante degradado e sem nenhum tipo de ligação com outros remanescentes florestais - situação bastante conhecida no Brasil. Os pesquisadores propõem a criação de zonas de amortecimento, onde haja algum tipo de controle do uso da terra.

A proximidade com a cidade, por exemplo, é um dos fatores que pressiona a reserva Ducke, próxima de Manaus, também analisada no estudo. O pesquisador australiano William Magnusson, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, lembra que a poluição da cidade, tanto do ar, quanto de um riacho que corre para a reserva, é um dos problemas. Lá o macaco-aranha está quase extinto e as onças-pintadas e pardas estão mudando seus hábitos alimentares, o que é sinal de pressão. Para ele e Laurance, que atuou por anos na Amazônia, a pesquisa serve como alerta para as pressões que as unidades de conservação nacionais estão sofrendo.

Tuesday, 24 July 2012

1/10 [rel2012] - DADOS GERAIS


1.RELATÓRIO SEMESTRAL DE PESQUISA
fevereiro 2012 ~ agosto de 2012

FE


NÚMERO E NOME DO LABORATÓRIO ASSOCIADO:
Laboratório 5- EDUCAÇÃO, SOCIOECONOMIA E PRÁTICAS CULTURAIS

1.2    NÚMERO E TÍTULO DO PROJETO:
5.1. Comunicação e Formação
Coordenação: Maria Liete Alves & Giseli Nora

5.2. Trabalho, Território e Identidade
Coordenação: Regina Silva & Rosana Manfrinate

5.3. Avaliação Ecossistêmica do Milênio
Coordenação: Michèle Sato & Lúcia Kawahara

1.3   COORDENADOR DO PROJETO:
 Michèle Sato

1.4   EQUIPE CIENTÍFICA:
Nome
titulação
instituição
proj
tema de pesquisa
Michèle Sato
Dra
UFMT
5.3
Mitologia
Edson Caetano
Dr
UFMT
5.2
Economia solidária e popular
B. Dielcio Moreira
Dr
UFMT
5.1
Jornalismo científico
Regina Silva
Dra
UFMT
5.2
Mapeamento social
Samuel B. de Oliveria
Dr
iC
5.3
Etnoconhecimento das aves
Michelle Jaber
Dra
UFMT
5.2
Conflitos socioambientais
Imara Quadros
doutoranda
UFMT
5.3
Canoa pantaneira
Maria Liete Silva
doutoranda
UFMT
5.1
Educomunicação
Lúcia Kawahara
doutoranda
UFMT
5.3
Festas e dimensão cultural
Giseli Nora
MS
UFMT
5.1
Educação do campo
Giselly Gomes
MS
SEDUC
5.1
Formação de professores
Rosana Manfrinate
MS
SEMA
5.2
Gênero e trabalho
Herman Oliveira
MS
OPAN
5.3
Musicalidade
Sonia Palma
MS
REMTEA
5.3
Mitologia
Eloísa Azeredo
mestranda
UFMT
5.2
Economia solidária e popular
Adriana W. Regina
mestranda
UFMT
5.3
Mitologia
André Manfriante Silva
PIBIC
UFMT
5.3
Leis do Pantanal
Iara Barcelos
médio
ELPC
5.1
Anfíbios e educação ambiental
Yáskara Camila Vandoni
médio
ELPC
5.1
Anfíbios e educação ambiental
João Quadros
médio
IFMT
5.1
Fotografia e ambiente
Luigi Teixeira de Sousa
fundamental
ELPC
5.1
Animais do Pantanal
Péricles Vandoni
fundamental
ELPC
5.1
Animais do Pantanal

COLABORADORES
José Eduardo dos Santos, Ecologia / UFSCar
Débora Pedrotti, SEDUC
Denize Amorim, SEPLAN

1.5    ÁREA GEOGRÁFICA DE EXECUÇÃO:
Comunidade de São Pedro de Joselândia – Distrito de Joselândia - Município de Barão de Melgaço – Estado de Mato Grosso 


Relatórios em PDF e individuais:
http://sdrv.ms/NxGS8R

3/10 [rel2012] - JUSTIFICATIVA


Englobando 3 projetos, o laboratório 5 tem destaque aos processos de comunicação, formação e educação popular, com forte orientação ao trabalho, tanto em nível da economia solidária e popular como dos serviços ecossistêmicos. Os processos formativos e comunicacionais do Lab 5 estão conectados aos estudos dos grupos sociais invisibilizados que devem ser incluídos na história. Por meio de uma lupa de aumento, estamos também dando visibilidade aos principais problemas socioambientais do Pantanal, gerando táticas de enfrentamento e resolução de problemas. Conseguimos dar atenção aos trabalhos locais, valorizando o artesanato, a construção de canoas, aos serviços de agricultura, pesca e gado, potencializando meios de empoderamento econômico solidário e popular. Mapeamos os tipos de serviços ecossistêmicos e valorizamos os saberes biorregionais (popular) conjugados com os universais (científicos). Sublinhamos a importância da cultura como condição sinequa non da formulação de políticas públicas, favorecendo a alto-estima, o orgulho identidário e a conservação das tradições como as festas, músicas e mitos. A conservação do Pantanal está diretamente relacionada com a preservação também de sua gente e a comunicação entre a cultura e a natureza pode ser revigorada pela educação ambiental.

2/10 [rel2012] - OBJETIVOS


PROJETO 5.1. – edu-comunicação e formação
Promover o jornalismo científico, a edu-comunicação e a formação, reconhecendo que a educação e a comunicação são duas fortes dimensões que promovem opiniões e tomadas de decisões, e portanto podem contribuir à formulação de políticas públicas que favoreçam a qualidade de vida das comunidades pantaneiras.

PROJETO 5.2. – trabalho, território e identidade
Compreender a noção de trabalho que oferece o perfil dos grupos sociais, seus conflitos e os tipos de alternativas de sobrevivência que garantem a qualidade de vida, especialmente na economia solidária, popular e também nas relações de gênero, desde que existem várias associações de mulheres trabalhadoras no Pantanal.

PROJETO 5.3. – avaliação ecossistêmica do milênio
Popularizar as leis do Pantanal, auxiliando na manutenção do conjunto de signos, crenças e valores que se relacionam com a felicidade das comunidades tradicionais (qualidade de vida). Propor a incorporação da cultura nas políticas públicas para que as populações e suas crenças sejam sustentáveis.

4/10 [REL2012] - METODOLOGIA




Nossa metodologia é qualitativa, modificando-se conforme os projetos e subprojetos de cada membro da equipe. Com predomínio da fenomenologia e sociopoética, há também pesquisas histórico-dialéticas e cartográficas. Não utilizamos questionários, mas nossas entrevistas são abertas, seguindo um roteiro de itens que pode ser formal ou informal. As entrevistas não estruturadas possibilitam melhor diálogos, descobertas, detalhamento e interação, além de um conjunto de signos, valores e percepções que é de extrema importância na interpretação dos fenômenos sociais. Observações participativas, oficinas e reuniões também são outros meios utilizados, e a arte desempenha função vital não somente porque permite a criação, mas porque representa uma outra forma de linguagem de luz, som ou aspecto cênico. Além disso, favorece a comunicação e educação popular com pessoas que não possuem o letramento e o numeramento escolar.

5/10 [rel2012] - RESULTADOS

RESULTADOS 5.1. - 5.2 - 5.3



•     Cursos de formação para comunitários, estudantes e professores em ação conjunta com a SEDUC;
•     Material pedagógico sobre os diálogos de saberes na educomunicação;
•     Evento nacional de jornalismo científico;
•     Construção de ações e táticas que possam resolver alguns conflitos socioambientais, favorecendo os grupos sociais vulneráveis;
•     Intensificação dos trabalhos com associações, cooperativas ou grupos de trabalho ligados à economia solidária e popular;
•     Estudos relacionados com empoderamento feminino;
•     Continuação do mapeamento dos serviços ecossistêmicos;
•     Caderno pedagógico sobre as leis do Pantanal, musicalidade, festejo e mitologia;
•     Caderno pedagógico especificamente sobre a mitologia indígena;
•     Oficinas e cursos de formação aos membros da comunidade (extensão);
•     Um subsídio pedagógico sobre educação ambiental ao ensino fundamental e médio, englobando todas as disciplinas e áreas do saber transversalizado, com considerações acerca do Pantanal, e das pesquisas realizadas no âmbito do INAU.
•     Publicação de artigos científicos, livros e capítulos, além da participação em eventos científicos com apresentação de trabalhos.


5.2. MAPEAMENTO DE TRABALHO, GRUPOS SOCIAIS E CONFLITOS 

Importante para a atividade que está sendo inserido na economia popular, ele deve negar a força de trabalho como mercadoria:
Trabalhadores com a posse e / ou a propriedade individual ou meios associativos de produção, em vez de empregar força de trabalho estrangeira, o princípio é a utilização da força de trabalho para garantir não só sobrevivência, mas também para imediatamente produzir um excedente que pode ser trocado no mercado da produção de mercadorias pequenas, ou outros valores de uso. Não se caracterizado pelo investimento de capital, mas o investimento na força de trabalho, o trabalho é o principal fator de produção, tornando-se a gênese e, ao mesmo tempo, resultados de todos os outros fatores dos bens do processo de produção e serviços (Tiriba e Icaza, 2003 : 104).

              Ao contrário da economia formal, as Economia Popular e Solidária estão preocupados não com a produção de bens materiais, mas com o aumento da produção de vida. Portanto, toda atividade que ocorre fora da economia formal é parte da economia popular solidária. Assim, a Tabela 1 mostra o mapeamento dos TRABALHOS ECOSSISTÊMICOS com algumas atividades que se desenrolam em São Pedro de Joselândia e podem ser vistos como manifestações dos setores populares.

Tabela 1 - atividades de trabalho, realizada em Joselândia
Atividade
Material
CLASSIFICAÇÃO
Reciclagem de materiais
Latas e papelão
Economia Popular
Produção de doces caseiros
Cana-de-açúcar e frutas da região como o caju e goiaba.
Economia Popular
Feitura da Canoa
Vochysia sp
Economia Popular
Feitura  da Viola de cocho
madeira, região, especialmente Vochysia sp
Economia Popular
Produção de amidos
milho e mandioca
Economia Popular
comércio de roupas usadas
Roupas
Pessoas e economia solidária
Pintura em tecidos de pano de  prato
Têxteis, tintas e crochê 
Economia Popular
Venda de verduras e legumes
Verduras e legumes colhidos na região
Economia Popular
Feira de sábados
Produção e emprego dos membros da Associação dos Produtores Rurais de São Pedro de Joselândia
Pessoas e economia solidária
Fabricação de Coxonilhos (uma espécie de tapete nas costas dos cavalos)
Algodão [plantada]
Economia Popular
Feitura de Gamela (grande pan)
Vochysia sp e outras madeiras na região
Economia Popular
Confecção de pilão
Vochysia sp e outras madeiras na região
Economia Popular
Fabricação de colheres de pau e baixos
madeiras da região
Economia Popular
Preparação de jaca (cestas para embalar peixe submerso no rio)
Bambu, palma e outros cipós
Economia Popular
Fazer cestas e retalhos
Folhas, cipós, palmeiras (trançado)
Economia Popular
Fabricação de couro
Couro
Economia Popular
Produção de mel
Mel de abelha (Apis mellifera)
Economia Popular (Associação de Apicultores Retirense - ARIPO)