Relatório indica que todo
o Brasil deverá ficar ao menos 3ºC mais quente até o fim do século
16/08/2013 - Autor: Marcos
Pivetta - Fonte: PBMC
Os cientistas familiarizados com a obra do historiador
inglês marxista Eric Hobsbawm, falecido no ano passado, bem que poderiam tomar
emprestado o título de seu livro dedicado às transformações político-econômicas
do século XX e empregá-lo para descrever o cenário climático previsto para o
Brasil das próximas décadas. Se o assunto são as mudanças climáticas, a era dos
extremos (nome do livro de Hobsbawm) apenas se iniciou e, segundo os
pesquisadores, veio para ficar por um bom tempo. Em razão do aumento
progressivo da concentração de gases de efeito estufa – em maio passado, os
níveis de dióxido de carbono (C02) atingiram pela primeira vez na história
recente da humanidade as 400 partes por milhão (ppm) – e de alterações na
ocupação do uso do solo, o clima no Brasil do final do século XXI será
provavelmente bem diferente do atual, a exemplo do que deverá ocorrer em outras
partes do planeta.
As projeções indicam que a temperatura média em todas as
grandes regiões do país, sem exceção, será de 3º a 6ºC mais elevada em 2100 do
que no final do século XX, a depender do padrão futuro de emissões de gases de
efeito estufa. As chuvas devem apresentar um quadro mais complexo. Em biomas
como a Amazônia e a caatinga, a quantidade estimada de chuvas poderá ser 40%
menor. Nos pampas, há uma tendência de que ocorra o inverso, com um aumento de
cerca de um terço nos índices gerais de pluviosidade ao longo deste século. Nas
demais áreas do Brasil, os modelos climáticos também indicam cenários com
modificações preocupantes, mas o grau de confiabilidade dessas projeções é
menor. Ainda assim, há indícios de que poderá chover significativamente mais
nas porções de mata atlântica do Sul e do Sudeste e menos na do Nordeste, no
cerrado, na caatinga e no pantanal. “Com exceção da costa central e sul do
Chile, onde há um esfriamento observado nas últimas décadas, estamos medindo e
também projetamos para o futuro um aumento de temperatura em todas as demais
áreas da América do Sul”, diz José Marengo, do Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (Inpe), que trabalha com projeções futuras a partir de modelos
regionais do clima. “A sensação é de que as estações estão meio ‘loucas’, com
manifestações mais frequentes de extremos climáticos.”
A expressão significa que os brasileiros vão conviver
tanto com mais períodos de seca prolongada como de chuva forte, às vezes um
após o outro. Isso sem falar na possibilidade de aparecimento de fenômenos com
grande potencial de destruição que antes eram muito raros no país, como o
furacão Catarina, que atingiu a costa de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul
em março de 2004. Nas grandes áreas metropolitanas, e mesmo em cidades de médio
porte, o avanço do concreto e do asfalto intensifica o efeito ilha urbana de
calor, tornando-as mais quentes e alterando seu regime de chuvas.
Esse quadro faz parte do mais completo diagnóstico já
produzido sobre as principais tendências do clima futuro no país: o primeiro
relatório de avaliação nacional (RAN1) do Painel Brasileiro de Mudanças
Climáticas (PBMC), criado em 2009 pelos ministérios do Meio Ambiente (MMA) e da
Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Entre 9 e 13 de setembro, o relatório
será divulgado durante a 1ª Conferência Nacional de Mudanças Climáticas
Globais, organizada pela FAPESP. Concebido nos moldes do Painel Intergovernamental
das Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) das Nações Unidas, que,
aliás, vai divulgar a primeira parte de seu quinto relatório no final de
setembro, o PBMC reuniu 345 pesquisadores de diversas áreas para formular uma
síntese inédita do estado da arte da produção científica nacional sobre o tema.
O RAN1 é dividido em três partes, cada uma elaborada por
um grupo de trabalho distinto. A primeira traz as principais conclusões de
estudos feitos entre 2007 e o início deste ano que mostram a ocorrência das
mudanças climáticas no Brasil. A segunda detalha os impactos das alterações
climáticas no país, realçando vulnerabilidades e medidas de adaptação à nova
realidade. A terceira indica formas de reduzir as emissões de gases de efeito
estufa no território nacional (ver reportagem na página 22 sobre a segunda e a
terceira partes do documento). “Fizemos uma compilação crítica dos dados
produzidos pelos estudos mais recentes”, explica o meteorologista Tércio
Ambrizzi, da Universidade de São Paulo (USP), um dos coordenadores do primeiro
grupo de trabalho do PBMC sobre a produção científica nacional. “Há regiões do
país, como o Centro-Oeste, sobre as quais quase não há estudos. Também temos
pouca pesquisa sobre o paleoclima no Brasil.”
A maioria dos trabalhos sobre esse tema analisa o pólen
fossilizado de plantas do território nacional e apresenta datação de qualidade
irregular, segundo os especialistas. “Pesquisas sobre como era o clima do
passado na costa do Atlântico em torno do Brasil são ainda mais raras”, afirma
o paleoceanógrafo Cristiano Chiessi, da USP Leste, um dos autores do relatório.
“Precisamos investir nesse tipo de estudo para sabermos o que é variação
natural do clima e o que é decorrente da ação humana.”
Um modelo climático
brasileiro
A divulgação do relatório do PBMC marca a incorporação de
uma sofisticada ferramenta para melhorar o entendimento do clima e fazer
projeções no país. O Modelo Brasileiro do Sistema Terrestre (Besm, na sigla em
inglês) é um conjunto de programas computacionais que permite simular a
evolução dos principais parâmetros do clima em escala global. “O Brasil é hoje
o único país do hemisfério Sul a contar com um modelo próprio”, diz Paulo
Nobre, do Inpe, um dos coordenadores do Besm. “Isso nos dará uma grande autonomia
para realizar as simulações que sejam de nosso maior interesse.” Com o Besm
podem ser feitas, por exemplo, projeções sobre prováveis efeitos no clima no
Brasil ocasionados por alterações na circulação oceânica do Atlântico Tropical
e nos biomas do país. A Austrália também estava criando um modelo climático
próprio, mas preferiu juntar seus esforços aos do Centro Hadley, do Reino
Unido. O modelo brasileiro está sendo desenvolvido desde 2008 por pesquisadores
de diversas instituições que integram o Programa FAPESP de Pesquisa em Mudanças
Climáticas Globais (PFPMCG), a Rede Brasileira de Pesquisa em Mudanças
Climáticas Globais (Rede Clima) e o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia
para Mudanças Climáticas (INCT-MC).
Como qualquer programa de computador, o Besm é uma obra
aberta, a ser aprimorada continuamente. Sua construção visa não somente a dotar
o país de um modelo que seja o estado da arte para representar o sistema
terrestre, mas também contribuir para a formação de uma nova geração de
cientistas capazes de manejar um poderoso instrumento dedicado à previsão
climática. A versão atual do Besm – que roda no supercomputador Tupã da Rede
Clima/PFPMCG, instalado na unidade do Inpe de Cachoeira Paulista – já permite
reproduzir vários fenômenos do clima global e regional e prever cenários
futuros. O modelo consegue, por exemplo, reconstituir a ocorrência dos últimos
El Niños e estimar o retorno desse fenômeno climático. O El Niño é o
aquecimento anormal das águas superficiais do Pacífico Equatorial, uma
alteração oceânica e atmosférica que afeta o regime de chuvas em boa parte do
planeta. No Brasil tende a provocar secas na Amazônia e no Nordeste e
intensificar a pluviosidade no Sul. Simulações feitas com o Besm mostraram que
o hipotético desmatamento total da Amazônia aumentaria a intensidade dos El
Niños e reduziria a precipitação anual sobre a região Norte em até 40%.
Os cenários climáticos gerados pelo Besm foram aceitos
neste ano pela iniciativa internacional que reúne os dados produzidos pelos 20
modelos globais até agora desenvolvidos, a fase 5 do Projeto de Intercomparação
de Modelos Acoplados (CMIP5, na sigla em inglês). Eles inauguram a participação
do Brasil no IPCC como nação fornecedora de projeções em escala planetária das
mudanças climáticas. As projeções geradas pelo modelo nacional serão utilizadas
para a elaboração do quinto relatório sobre mudanças climáticas do IPCC.
O Besm ainda não fornece cenários tão detalhados como os
gerados por outros modelos globais e mesmo pelo modelo regional do Inpe, que
enfoca o clima na América do Sul e serviu de base para boa parte das projeções
do primeiro relatório do PBMC. Sua resolução espacial é de 200 por 200
quilômetros, enquanto a do modelo regional do Inpe, que por ora roda “dentro”
do modelo global do Centro Hadley, é usualmente de 40 por 40 quilômetros e pode
chegar a 5 por 5 quilômetros. Apesar de estar em seus primórdios, o Besm já
produz simulações que traçam um panorama das variações climáticas previstas
para ocorrer no Brasil nos próximos 30 anos. Pesquisa FAPESPpublica em primeira
mão os resultados de uma simulação inédita que mostra como a temperatura média
anual da atmosfera pode variar em todos os estados do país até 2035, com base
nos primeiros resultados da versão mais recente do modelo Besm. Os dados
indicam um Brasil mais quente em quase todas as latitudes. “Esse é o primeiro
resultado de cenário de aquecimento global futuro realizado integralmente no
país, sem depender das simulações obtidas por modelos de outros países”,
comenta Paulo Nobre, também um dos autores do RAN1.
Se a taxa de CO2, principal gás responsável por
intensificar o efeito estufa, mantiver a tendência atual e atingir os 450 ppm
daqui a três décadas, a temperatura média anual na maior parte do território
nacional, em especial nas áreas mais distantes da costa, deverá se elevar até
1ºC. Apenas no Sul do país e em áreas setentrionais da região Norte a
temperatura apresenta tendência a se manter estável ou até diminuir
ligeiramente. “Esse resultado inicial leva em conta as contribuições das
tendências de ajuste de longo tempo da circulação oceânica global e do
aquecimento atmosférico decorrente do aumento moderado de CO2 em escala
planetária”, explica Paulo Nobre. “São resultados preliminares. Precisamos
rodar o modelo mais vezes para ter um grau maior de confiabilidade dos
resultados e, assim, podermos falar mais especificamente de tendências
climáticas para um estado ou uma área menor.”
As previsões do Besm para a parte mais meridional do país
são as únicas que não concordam totalmente com as feitas pelo modelo regional
do Inpe, que projeta uma discreta elevação de temperatura na região Sul até
2040. Até o final do século, no entanto, a maioria das projeções sinaliza que o
Rio Grande do Sul vai seguir a mesma tendência das demais partes do país e se
tornar mais quente. Com o aumento contínuo do CO2, a passagem do tempo faz os
modelos registrarem uma elevação progressiva das temperaturas e exacerba a
possibilidade de ocorrer mais ou menos chuva numa região.
O tamanho da gota de chuva
A versão mais recente do Besm conseguiu contornar, em
parte, uma grande limitação da modelagem climática: prever com razoável nível
de exatidão a pluviosidade na Amazônia, um traço determinante da região Norte
sem o qual uma floresta tropical tão densa e exuberante não se sustenta a longo
prazo. Na região Norte chove anualmente entre 2.500 e 3.400 milímetros, mais ou
menos o dobro do que no Centro-Oeste, onde a vegetação típica é o cerrado, com
predomínio de gramíneas e presença esparsa de pequenas árvores. “Todos os
modelos climáticos globais subestimam a chuva que cai na região amazônica”, diz
Paulo Nobre.
A melhoria na previsão de pluviosidade sobre a floresta
amazônica foi obtida pela introdução de aprimoramentos sucessivos no componente
atmosférico do Besm, com destaque para a revisão de um parâmetro: o tamanho
médio do raio das gotas de chuva representadas nas nuvens geradas pelo modelo.
Antes as gotas de chuva simuladas pelo Besm tinham raio médio de 1 milímetro.
Agora adotam o valor de 1,4 milímetro. “O modelo climático norte-americano
CAM5, do NCAR (Centro Nacional para Pesquisa Atmosférica) já usava esse valor
médio de raio, mas os resultados de suas projeções não corrigiram os totais
pluviométricos sobre a Amazônia de forma tão satisfatória como ocorreu com
nosso modelo”, afirma Paulo Nobre. “Ainda não simulamos com perfeição as
chuvas. No entanto, isso nenhum modelo climático faz por enquanto.”
Com as modificações introduzidas, o Besm deu um salto de
qualidade. Passou a simular melhor a formação dos ventos alísios que levam
umidade à Amazônia. Começou a registrar de forma mais adequada a variação de
temperatura do mar entre o Brasil e a África. Conseguiu ainda reproduzir um
importante mecanismo climático conhecido como Zona de Convergência do Atlântico
Sul, que regula a formação de chuvas no Sudeste e sul do Nordeste. Formado por
um conjunto de nuvens que pode se estender por até 5 mil quilômetros de
extensão, orientado no sentido noroeste-sudeste, a zona de convergência cruza o
litoral brasileiro entre 18 e 25 graus de latitude sul.
A diferença de desempenho tem uma explicação
razoavelmente simples. Cada modelo é composto por partes menores que tentam
reproduzir o funcionamento dos grandes componentes do clima, como a atmosfera,
os oceanos, a ocupação do solo e sua vegetação, o gelo do globo. Uma série de
dados e equações particulares faz cada componente funcionar de uma maneira
única e interagir com as demais partes do modelo. Por isso, ao mexer num
parâmetro como o raio médio das gotas de água na cobertura de nuvens, um modelo
pode melhorar seu desempenho enquanto outro pode piorar ou não apresentar
mudança significativa. “Os modelos têm mais dificuldade de fazer projeções de
chuvas do que temperatura”, comenta o físico Alexandre Costa, da Universidade
Estadual do Ceará (Uece), um dos autores do capítulo sobre nuvens e aerossóis
(conjunto de diminutas partículas sólidas ou líquidas em suspensão num gás) do
primeiro relatório do PBMC. “De acordo com o tamanho da gota de uma nuvem, pode
ocorrer mais ou menos chuva.”
A favor de uma rede de
dados ambientais
Para o físico Paulo Artaxo, da USP, um dos maiores
especialistas no processo de formação de aerossóis, o primeiro relatório do
PBMC servirá para o Brasil identificar áreas ainda carentes em termos de
pesquisa, além de fornecer um panorama sobre os estudos a respeito das mudanças
climáticas. “Temos um longo caminho a percorrer”, afirma Artaxo, membro do
conselho diretor do PBMC. “O IPCC tem 20 anos e está indo para seu quinto
relatório. Ainda não temos massa crítica de cientistas e falta gente para tocar
algumas áreas importantes.” O físico alerta que o Brasil ainda não conta com
uma rede nacional para coleta sistemática de dados ambientais mais sofisticados
do que somente medidas de temperatura e pluviosidade. Na Amazônia há 12 torres
que registram as trocas de carbono e energia entre a floresta e a atmosfera e
medem propriedades de outros ciclos biogeoquímicos, uma iniciativa mantida pelo
Programa de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera da Amazônia (LBA), uma
bem-sucedida parceria que há mais de duas décadas une pesquisadores do país e
do exterior. Fora da região Norte existem poucas torres no território
brasileiro, entre as quais uma no pantanal, outra no cerrado, uma terceira nos
pampas e uma no interior paulista. “Essa estrutura de pequena escala não
permite fazer uma radiografia nacional, por exemplo, das emissões e da captura
de C02 atmosférico”, diz Artaxo. “Na Europa e Estados Unidos há centenas de
torres que fornecem uma radiografia do que está acontecendo com o funcionamento
dos ecossistemas em decorrência das mudanças climáticas.”
Para o climatologista Carlos Nobre, secretário de
Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do MCTI e presidente do
PBMC, os dados disponibilizados pelo Painel Brasileiro servem para guiar as
políticas públicas de adaptação e mitigação das mudanças climáticas. “O
trabalho do painel não se encerrará com esse primeiro relatório de avaliação,
mas continuará e se tornará cada vez mais relevante”, afirma.
Publicado originalmente no site do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas
Ondas de calor mais
frequentes já são praticamente inevitáveis
15/08/2013 - Autor: Fabiano
Ávila - Fonte: Instituto CarbonoBrasil
Instituto Potsdam e
Universidade de Madri afirmam que mesmo se reduzirmos as emissões de gases do
efeito estufa, a quantidade de eventos extremos de altas temperaturas será
multiplicada por quatro até 2040
“Hoje, graças às mudanças climáticas causadas pelo homem, os
extremos de calor registrados no verão já são observados em 5% da área
terrestre. A projeção é que isso dobre até 2020 e quadruplique até 2040.”
É assim que começa o alerta divulgado nesta semana pelo
Instituto Potsdam para Pesquisas de Impacto Climático (PIK) e pela Universidade
Complutense de Madrid (UCM). As entidades acabam de publicar um estudo
avaliando a frequência e a intensidade das ondas de calor no futuro e chegaram
à conclusão de que qualquer redução feita hoje nas emissões de gases do efeito
estufa (GEEs) só seria sentida na segunda metade do século.
“Descobrimos que até 2040, independentemente do cenário de
emissões que assumimos, a frequência de extremos de calor mensais irá aumentar
em muitas vezes. Já existe tanto GEE na atmosfera que as ondas de calor são
praticamente inevitáveis. Porém, um corte ambicioso nas emissões pode reduzir o
número de extremos após 2050”, explicou Dim Coumou, do PIK e principal autor do
estudo.
Para chegar a essas conclusões, os pesquisadores utilizaram
modelos climáticos para projetar a quantidade de ondas de calor e os impactos
das emissões no clima. Para confirmar se os resultados eram confiáveis, eles
fizeram o mesmo processo, só que para os últimos 50 anos. Dessa forma, puderam
comparar os resultados dos modelos com o que de fato ocorreu.
“Demonstramos que as simulações previram muito bem o aumento
dos extremos de calor nos últimos 50 anos. Estamos confiantes de que somos
capazes de avaliar o que estar por vir”, disse Alexander Robinson, da
UCM.
Apesar de deixar claro que já é hora de colocar ações de
adaptação em prática porque as ondas de calor são mesmo inevitáveis, o estudo
também destaca a importância de não abandonar a mitigação das emissões.
A previsão é de que se tudo continuar como está, sem metas
ambiciosas de corte de GEEs, até 85% da superfície terrestre estará sujeita aos
extremos de calor até o fim do século.
“Em muitas regiões, até 2100, o mês mais frio do ano terá
temperaturas mais altas do que o mês mais quente de hoje – isso em um cenário
onde não haja controle sobre as emissões. Entraríamos em um novo regime
climático”, alertou Coumou.
O estudo destaca as ondas de calor que castigaram boa parte
dos Estados Unidos no ano passado e a Rússia em 2010 como exemplos do que
podemos esperar que aconteça cada vez mais. Esses dois eventos causaram enormes
prejuízos para a agricultura, inclusive elevando o preço dos alimentos em
escala mundial, e também resultaram em dezenas de mortes de idosos.
Citação: Historic and future increase in the global land area
affected by monthly heat extremes,
doi:10.1088/1748-9326/8/3/034018.
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