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http://www.mcti.gov.br/index.php/content/view/351202/As_mudancas_climaticas_e_os_paises_em_desenvolvimento.html
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As mudanças climáticas e os países em desenvolvimento
20/11/2013 - 12:56
As mudanças ambientais e seus impactos regionais são um dos desafios propostos à ciência no século 21. Nesse sentido, a vulnerabilidade dos países menos desenvolvidos em relação aos efeitos adversos do clima na vida de suas populações deve ser vista como uma das grandes preocupações mundiais.
O tema permeia as discussões da comunidade científica brasileira e internacional e estará presente no Fórum Mundial de Ciência (FMC) 2013, que ocorre de 24 a 27 de novembro, no Rio de Janeiro.
A questão também fez parte dos encontros preparatórios ao FMC, realizados em 2012 e 2013 em sete capitais brasileiras. A síntese dos encontros será debatida de amanhã (21) até sexta-feira (22), também na capital fluminense, durante o Seminário Brasil – Ciência, Desenvolvimento e Sustentabilidade.
Para o secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Carlos Nobre, os países em desenvolvimento são mais vulneráveis às mudanças climáticas por duas razões principais.
A primeira relaciona-se diretamente ao grau de desenvolvimento: sociedades com mais disponibilidade de recursos materiais, humanos e capital intelectual “aprenderam a viver” com extremos climáticos ao longo da história, estando mais habilitadas aos desafios futuros. “Por outro lado, as mudanças climáticas que estão ocorrendo, e vão ocorrer durante este século, penalizam países que já são marginais em relação ao clima”, avalia Nobre, que é climatologista e o primeiro brasileiro a integrar o Fórum Político de Alto Nível das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável.
Ele cita como exemplo países africanos, semiáridos, desérticos e os muito populosos, que já são afetados por extremos climáticos como tufões e ciclones, caso do Sudeste asiático. “Lugares onde o clima já é um fator impeditivo de desenvolvimento”, observa. “Países em desenvolvimento já são muito mais vulneráveis aos sistemas climáticos de hoje, e o serão no futuro se não desenvolverem uma capacidade em relação a extremos climáticos”.
Sustentabilidade, ciência e tecnologia
E se, por hipótese, as emissões de gases de efeito estufa (GEE), os principais causadores das mudanças climáticas, fossem interrompidas hoje? Para o secretário do MCTI, nos próximos 20 a 30 anos, as mudanças no clima e no meio ambiente continuariam a ocorrer sem nenhuma grande alteração. “Porque já são mudanças climáticas que respondem às emissões do passado”, explica.
Segundo ele, o sistema climático leva de duas a três décadas para começar a responder à emissão de GEE. “Como nós sabemos que é praticamente inevitável reduzirmos rapidamente as emissões, a humanidade terá que conviver com mudanças climáticas por muitas décadas, talvez alguns séculos”.
Por esta razão, tão importante quanto reduzir as emissões desses gases é a humanidade buscar conviver com as mudanças climáticas que já estão ocorrendo. “É aí que entram a ciência e as tecnologias apropriadas”.
É aí, também, que a vulnerabilidade dos países menos desenvolvidos volta à pauta. Na avaliação do secretário, enquanto os países desenvolvidos estão “muito mais avançados” em encontrar soluções para adaptar a sociedade e seus sistemas produtivos e proteger o meio ambiente, as sociedades dos países em desenvolvimento “estão mais longe” desse caminho, pois não desenvolveram todo o conhecimento de como se adaptar às mudanças climáticas. “A ciência e a tecnologia têm um papel importantíssimo nessa fase de tornar a sociedade dos países em desenvolvimento mais resilientes às mudanças climáticas que já se tornaram inevitáveis”.
Texto: Denise Coelho e Isadora Grespan - Ascom do MCTI
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