Tuesday, 3 December 2013

Mudanças climáticas devem consumir 3% do PIB mundial

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Mudanças climáticas devem consumir 3% do PIB mundial

Segundo o jornalista Washington Novaes, o planeta Terra irá atingir temperatura de pelo menos 3 graus Celsius

Por: Graziela Wolfart e Patricia Fachin

Em tese, antes mesmo da conferência do clima acontecer em Copenhague, há um consenso de que as emissões de gases precisam ser reduzidas em 80% nos próximos 40 anos, e metas ambiciosas para redução de 20% nos próximos dez anos. Mas, na opinião do jornalista Washington Novaes, os países ainda estão longe de chegar a um acordo na conferência do clima que acontece em Copenhague, no mês de dezembro.
Na entrevista que segue, concedida, por telefone, à IHU On-Line, Novaes lembra que os eventos extremos, causados pelas mudanças climáticas, além de atingir cerca de 300 milhões de pessoas no planeta, causaram prejuízos da ordem de 200 bilhões de dólares. O jornalista demonstra preocupação especial em relação ao aumento do nível do mar e o degelo polar. Adepto das análises do ex-economista Nicholas Stern,  Novaes informa que 1% ao ano do PIB mundial, o que equivale a 600 bilhões de dólares, não será mais suficiente para conter os prejuízos das mudanças climáticas. A estimativa é de que o valor alcance 1,8 trilhão de dólares, o equivalente a 3% do PIB mundial. Do contrário, alerta, “enfrentaremos a mais grave recessão da história, pior que a da década de 30”.
Graduado em Direito, jornalista e ambientalista, Washington Novaes já atuou em várias publicações brasileiras. Ganhou prêmios como O Prêmio de Jornalismo Rei de Espanha, o troféu Golfinho de Ouro e o Prêmio Esso Especial de Meio Ambiente. Atualmente, é colunista dos jornais O Estadão e O Popular, de Goiânia.
Confira a entrevista.

IHU On-Line – Diante do último relatório do IPCC, que aspectos se tornaram indispensáveis em relação às mudanças climáticas?
Washington Novaes – Essa continua sendo uma discussão sobre o nível de problemas que teremos de enfrentar e o nível de providências. O relatório do IPCC de 2006 anunciava que se a temperatura não fosse contida em dois graus ao longo deste século, teríamos elevações do nível do mar de 59 centímetros e uma intensificação muito grande de desastres. Depois disso, as discussões têm avançado muito e hoje já se fala de elevações em até um metro no nível do mar. De lá para cá têm se intensificado as informações sobre um ritmo muito maior de derretimento dos gelos polares. Recentemente, o secretário geral da ONU disse que eles (gelos) podem desaparecer até 2030. Também alertou sobre a perda de gelo nas montanhas do Himalaia e dos Andes, criando problemas muito mais prementes.
Os últimos relatórios também revelam que, no ano passado, os eventos extremos atingiram 300 milhões de pessoas no mundo, mataram dezenas de milhões, e os prejuízos foram de mais de 200 bilhões de dólares. Isso mostra que temos um agravamento do quadro anunciado em 2006. Além disso, Nicholas Stern, ex-economista chefe do Banco Mundial, que fez um estudo sobre a economia e clima para o governo britânico, atualizou suas previsões de 2006 e as tornou muito mais pessimistas. Ele disse que nós não temos uma década como ele pensava para enfrentar a questão do clima, que o tempo é muito menor e que o custo disso não será de apenas 1% ao ano do PIB mundial, o que equivale a 600 bilhões de dólares, e sim 2 ou 3% ao ano, algo em torno de 1,8 trilhão de dólares. Ele diz que se não fizermos isso, enfrentaremos a mais grave recessão da história, pior que a da década de 30. Então, desde 2006, há um agravamento desse quadro das mudanças climáticas, inclusive no Brasil, onde esses eventos extremos estão se tornando cada vez mais frequentes e graves como temos visto em Santa Catarina, Rio Grande do Sul e nordeste.

IHU On-Line – Ambientalistas apontam para a necessidade de preservar as florestas como fenômeno importante para conter as mudanças climáticas. Copenhague pode representar um avanço nesse sentido?
Washington Novaes – Há uma discussão em andamento: uma parte das pessoas defende que deve haver um pagamento pela conservação da floresta; quem conservá-la irá receber um pagamento. Tudo isso é muito complicado porque como o Brasil não aceita compromissos de redução das emissões, e sim metas voluntárias, fica difícil saber quem irá financiar isso sem uma obrigação clara definida. O próprio programa que o governo brasileiro apresentou, dizendo que irá reduzir em 40% as emissões na Amazônia com o desmatamento, toma por base um período de 1995 a 2006, o que significa que na verdade isso já aconteceu.

IHU On-Line – O encontro em Copenhague pode produzir um acordo que fará diferença nas emissões de gases ou o evento apenas será uma repetição de Kyoto?
Washington Novaes – Recentemente, o próprio secretário geral da convenção, Yvo de Boer,  disse que ainda estamos bastante longe do acordo. O documento sobre o qual se discute e que será a base em Copenhague, diz ele, ainda está com 200 páginas e precisa ser reduzido a 30. Isso significa que cada país está colocando no documento a posição que defende, e essas “opiniões” ficam sempre entre colchetes, como se diz na linguagem diplomática, ou seja, aquilo que não tem consenso ainda.
Em tese, há um consenso de que, até 2050, as emissões precisam ser reduzidas em 80%. E quase um consenso de que, até 2020, essas emissões devem atingir 40% pelo menos sobre os níveis de 1990. A partir daí, as discussões são muito fortes com os chamados países emergentes como Brasil, China, Índia, México e África do Sul. Eles alegam que essa responsabilidade deve caber aos países industrializados que emitem mais e há mais tempo, e que os emergentes não poderiam assumir compromissos de reduzir emissões porque isso poderia comprometer o seu desenvolvimento, o que também é discutível. Os países desenvolvidos, em contrapartida, argumentam que se os emergentes não assumirem compromissos de redução, não se conseguirá nada porque, neste momento, o mundo em desenvolvimento já consome mais energia e emite mais que o primeiro mundo. Mas aí entram outras discussões como a da China que questiona o seguinte: os responsáveis devem ser os países que consomem ou os que produzem bens que geram emissões? Nesse caso, os EUA consomem 35% dos produtos industriais chineses. Onde deve ser a taxação, por exemplo, dos vôos internacionais: nos países de origem ou destino? Essas são discussões complicadas e, para complicar mais, a Agência Internacional de Energia diz que não haverá como conter o aumento da temperatura em 2 graus, chegaremos a pelo menos 3 graus.

IHU On-Line – O Brasil já argumentou que não irá reduzir a emissão de gases entre outros motivos porque corre o risco de afetar o desenvolvimento econômico. Esse argumento é válido?  Em alguma medida, a sustentabilidade do meio ambiente interfere no crescimento econômico?
Washington Novaes – Depende de que desenvolvimento econômico se trata. Se for um desenvolvimento de crescimento da economia a qualquer preço, é possível que se defina que obras devem ou não serem feitas. Agora, depende do tipo de desenvolvimento que se possa escolher.
Sempre lembro o fato de que os EUA, depois da segunda crise do petróleo em 1973, assustados com a possibilidade de o Oriente Médio bloquear o fornecimento de petróleo, colocaram em prática um plano de conservação e redução de energia consumida. Com isso, durante 15 anos, não aumentaram em um só quilowatt o consumo de energia e, portanto, de emissões. Durante esse período, o produto econômico continuou crescendo: cresceu 40%. O Brasil precisa olhar para esse exemplo, inclusive porque estudos da WWF  mostram que o país pode economizar 50% no consumo de energia que tem hoje e ganhar 30% com conservação de energia e eficiência energética, tal como fez com o apagão, em 2001, sem prejuízo para ninguém, a não ser para as geradoras de energia.
Poderia ganhar mais 10% com a repotenciação de usinas com geradores antigos e faria isso a um custo muitas vezes menor do que com a construção de uma nova usina. Ganharia mais pelo menos 10%, reduzindo perdas nas linhas de transmissão, que chegam a 17%, enquanto na Europa equivale a 5% e no Japão, 1%. Mas o Brasil continua querendo investir fortunas em usinas hidrelétricas e – o que é pior -, em termoelétricas movidas a carvão. Nos últimos leilões de energia, as termoelétricas entraram com 40% e elas são altamente poluidoras, inclusive as movidas a carvão mineral. Esse mesmo estudo da WWF mostra ainda que apenas a energia eólica tem potencial para atender a todo o consumo brasileiro de hoje. Tudo isso depende do tipo de desenvolvimento que se tenha.

IHU On-Line – Quando se trata de discutir medidas e ações para diminuir a emissão de gás carbônico, as medidas de redução devem ser iguais para países desenvolvidos e para os em desenvolvimento?
Washington Novaes – Até o Brasil já se esqueceu de que, em 1997, na discussão do Protocolo de Kyoto, a delegação brasileira apresentou um projeto para que a redução das emissões fosse calculada da seguinte forma: primeiro, verificar quanto cada país já emitiu e contribuiu para a concentração de gases na atmosfera; segundo, calcular quanto isso representa do total e como isso contribuiu para o aumento da temperatura. Essa tese foi aprovada em Kyoto, mas, depois, todos esqueceram disso, inclusive o Brasil. É fácil calcular qual deve ser a responsabilidade de cada um com justiça e equidade.

IHU On-Line – Qual é sua percepção sobre o mercado global de créditos de carbono e também sobre a possibilidade de se criar um imposto direto sobre as emissões?
Washington Novaes – A questão do mercado de carbono está dependendo de várias coisas. Ela é consequência do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL ) criado no Protocolo de Kyoto, e que permite a um país industrializado financiar um projeto que reduza emissões em outro país e contabilizar essa redução na sua contabilidade própria. É um mecanismo que tem muitos defensores, os quais alegam que isso é bom porque, num conjunto, reduz as emissões. Os críticos dizem que é um mecanismo de estímulo para os países desenvolvidos não reduzirem as suas emissões, porque eles continuam emitindo e pagando a outros países. Esse mecanismo também depende muito de valores de mercado: a tonelada de carbono chegou a ser cotada nos mercados internacionais a 90 dólares e depois caiu para 5 dólares. A última notícia que eu vi mencionava que a tonelada estava custando 12 dólares. Então, a continuação desse mecanismo vai depender do que aconteça em Copenhague, quer dizer, vai haver uma continuidade desse mecanismo num novo acordo mundial do clima ou ele se esgotará com o protocolo de Kyoto? Isso terá muita influência. O panorama ainda é incerto, como é incerto também o preço no mercado internacional, que depende muito dos rumos da crise econômica.

IHU On-Line – As últimas notícias mostram que a recessão econômica ajudou a reduzir a emissão de gases. É possível dar continuidade a esse processo de redução?
Washington Novaes – A redução não foi na direção de que se conseguiram ter unidades de produção menos poluentes. A redução aconteceu em função da redução de atividades. Então, como reduziram as atividades, reduziram as emissões. Se a economia vai caminhar em direção a unidades menos poluentes vai depender do acordo que se tenha ou não em Copenhague e o que isso exigirá de cada país e setor.

IHU On-Line – Em que medida os indígenas podem ajudar na contenção da emissão dos gases estufas, permanecendo nas florestas? Como seus costumes podem nos ajudar a ouvir o clamor da Terra?
Washington Novaes – Todos os estudos sobre conservação da biodiversidade do Brasil mostram que a colaboração dos grupos indígenas já é muito grande. Todos dizem que o melhor caminho para a conservação da vegetação e da biodiversidade está nas áreas indígenas por três motivos: primeiro, porque o nível de consumo nessas áreas é muito pequeno se comparado com as pessoas que vivem na civilização industrial; segundo, porque são populações pequenas e, terceiro, porque enquanto elas vivem na força da sua cultura, tentam não sobrecarregar o entorno das suas aldeias para não perder a vegetação. Então, as áreas indígenas já são apontadas como o melhor caminho para a preservação da vegetação, não-desmatamento, embora estejam vivendo situações muito difíceis.

IHU On-Line – O professor Célio Berman, da USP, já advertiu, como o senhor mesmo citou em artigo recente (Emissões por veículos seguem na contramão, publicado pelo site do Instituto Humanitas Unisinos, em 18-08-2009), que o petróleo contido nas reservas de pré-sal pode significar a emissão de 33 bilhões a 62 bilhões de toneladas de dióxido de carbono. Quais os impactos do pré-sal para o meio ambiente, considerando as informações catastróficas em relação às mudanças climáticas?
Washington Novaes
 – Há uma euforia em torno do pré-sal que deveria ser repensada porque são muitas as questões que envolvem o produto. A primeira delas é saber se o preço dele será suficiente para permitir a perfuração e extração, porque há um nível mínimo de preço abaixo do qual o pré-sal não é viável economicamente. Foram publicados muitos números. O presidente da Petrobrás falou que com 45 dólares por barril o pré-sal é viável. Hoje, o petróleo está custando em torno de 60 dólares. A segunda questão é saber o que se fará com as emissões que o consumo desse petróleo irá gerar – elas serão muito mais altas do que o petróleo que se consome hoje.
A esperança das pessoas que trabalham nessa área é de que se viabilize a tecnologia de captura e sepultamento do carbono no lugar das emissões. Isso seria feito nas usinas de energia ou qualquer outro lugar que consuma petróleo; as emissões seriam capturadas e, através de grandes dutos, levadas para o fundo do mar ou da terra. O Painel Intergovernamental do Clima analisou esta questão e fez uma análise preliminar, disse que, tecnicamente, esse processo é viável, mas há muitas questões a responder. É preciso saber o que pode acontecer no fundo da terra em termos geológicos, sismológicos e em termos de recursos hídricos. No fundo do mar, diz esse relatório, os especialistas em biodiversidade marinha são unânimes em afirmar que seria um desastre pôr isso no fundo do mar, porque lá as emissões não têm como ser contidas, se espalhariam e causariam um desastre na biodiversidade marinha. Então, todas essas questões ainda cercam a questão do pré-sal, precisam ser mais discutidas e apontar um rumo mais concreto, sobre o qual a sociedade possa opinar e decidir.

IHU On-Line – O senhor disse que cada boi emite em média 58 quilos de metano por ano no processo de ruminação. Que alternativa o senhor propõe para reduzir a emissão desses gases? É o caso da sociedade adotar o vegetarianismo, pensar outras formas de consumo ou há outra alternativa?
Washington Novaes
 – Têm países que estão tentando o caminho de novas tecnologias e novos formatos de alimentação para reduzir essas emissões: a Alemanha e Suíça estão tentando acrescentar certos insumos químicos à ração do gado para diminuir a emissão de metano. Chegou a ser divulgada uma notícia – embora eu não tenha visto maiores detalhes – de que a adição de olho de peixe consegue uma redução de 25% nas emissões. Também a Nova Zelândia está estudando a possibilidade de impor uma taxa por tonelada de metano emitida pelo gado bovino. A Embrapa, no Brasil, também está tentando criar variedades de capim que emitam menos metano no processo de ruminação, mas não sei quais são os resultados disso. Nos EUA, a Agência de Proteção Ambiental recomendou que se estude essa questão para verificar os impactos.
Há uma outra novidade – embora a área de estudos químicos a quem eu tenho consultado diz que não conhece ainda nenhuma modificação -, tenho a informação de que na última reunião do Painel Cientifico do IPCC, alguns cientistas levantaram a questão de que as reações do metano na atmosfera seriam um pouco diferentes das reações do dióxido de carbono. E essa relação de que uma tonelada de metano equivale a 23 toneladas de dióxido de carbono precisa ser revista. Houve até quem propusesse nessa reunião que a relação caísse para cinco. Então, uma tonelada de metano, ao invés de equivaler a 23 toneladas de carbono, equivaleria a cinco. Mas, não houve resolução tomada sobre isso ainda.
Quanto ao restante, penso que irá depender um pouco do ambiente político que vai definir quais serão as pressões em função do fato de um quilo de carne bovina exigir o uso de 15 mil litros de água. Tudo isso vai depender dessa evolução do panorama. O fato é que as pressões estão aumentando e também as pressões dos vegetarianos ou daqueles que simplesmente acham que deve ou eliminar ou consumir menos carne bovina e consumir outros tipos de carne que geram menos emissões como as de aves. A carne continua sendo um problema e a solução depende de muitos fatores.

IHU On-Line – Como o senhor interpreta as promessas em relação a veículos elétricos ou híbridos? Em que medida eles podem ser potências para amenizar as mudanças climáticas?
Washington Novaes – Isso vai depender da evolução do panorama político. Na verdade, os veículos híbridos que usam o combustível para dar a partida e depois usam motores elétricos já são previstos há pelo menos 15 anos. Lembro de ter lido os primeiros textos sobre isso numa revista científica norte-americana que dizia que a tecnologia já está disponível, mas o problema é que os produtores de veículos não querem adotar isso porque o lucro deles por unidade de produto cairia muito. Um veículo híbrido faria cair o lucro de 15 dólares de um veiculo convencional por unidade para mil dólares por veículos híbridos.
A tecnologia tem evoluído bastante e começa a ganhar destaque nos carros japoneses. Mas, hoje, por exemplo, os carros brasileiros continuam usando uma tecnologia mais antiga que a dos carros europeus, por isso emitem muito mais. Acaba de ser feita essa nova resolução do Conama que permite a eles manter os mesmo níveis de emissões até 2013 e 2014. Então, tudo depende da evolução dos fatos e das políticas para saber o que vai acontecer.

Leia mais
>> Novaes já concedeu outras entrevistas à IHU On-Line. Elas estão disponíveis na página eletrônica do IHU (www.ihu.unisinos.br).
Algumas entrevistas:
A biodiversidade, grande possibilidade brasileira, e os povos indígenas. Entrevista publicada no sítio do IHU em 28-08-2008.
Energias renováveis: a caminho da descentralização. Entrevista publicada na Revista IHU On-Line edição 285, de 08-12-2008.
Regras são fundamentais para a ampliação da matriz energética nacional. Entrevista publicada na Revista IHU On-Line edição número 236, de 17-09-2007, intitulada Energia para quê e para quem? A matriz energética do Brasil em debate.
Alguns artigos
*Emissões por veículos seguem na contramão. Artigo publicado em 18-09-2009.
Como escapar de tantos impasses? Artigo publicado em 14-08-2009.
Que pode mudar no meio ambiente? Publicado em 23-05-2008. 
Desmatamento na Amazônia. Publicado em 08-02-2008.
Do que temos certeza, afinal? Publicado em 11-01-2008.

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