Thursday, 5 December 2013

Projeto INAU da UFMT obtém padrão de excelência

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Projeto INAU da UFMT obtém padrão de excelência

Publicado em Notícias | 05/12/2013

O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), órgão vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, classificou como “ótima” a avaliação global do programa INCT Áreas Úmidas (INAU), coordenado pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e voltado para o desenvolvimento de pesquisas em Áreas Úmidas (AUs) do Brasil, produção e transferência de conhecimento e tecnologias para governos, setor empresarial e sociedade. As avaliações dos projetos vinculados ao INCT foram feitas por cientistas de projeção internacional indicados pelo CNPq. Pela sua qualidade, o programa INAU obteve recursos da ordem de R$ 8,8 milhões, valor expressivo em termos de financiamento de pesquisas.
O INCT Áreas Úmidas é coordenado pelo professor doutor Wolfgang Johannes Junk e tem como vice-coordenador o professor doutor Paulo Teixeira, secretário de Relações Internacionais da UFMT.
“Este INCT é um exemplo de desenvolvimento de pesquisa articulada a todas as oportunidades do mercado científico. Através de contatos e colaborações internacionais aproveitou os benefícios de programas como o Ciência sem Fronteiras e trouxe muitos pesquisadores e recursos, que certamente auxiliaram na formação de pessoal, que foi expressiva. Uma visão internacional da coordenação trouxe um avanço aos critérios para ação do Ramsar [tratado internacional para conservação e uso racional das áreas úmidas]. Reuniões internacionais foram realizadas, e finalmente as ações se estenderam à população através de capacitação local em vários níveis. O Pantanal precisava muito de um INCT como este, que se destacou pela eficiência”, pontua o relatório nas considerações finais.
No quesito “qualidade e padrão competitivo internacional”, o conceito obtido foi “excelente”, o mesmo acontecendo quando o aspecto analisado foi se as pesquisas desenvolvidas e os resultados obtidos pelas instituições envolvidas no projeto contribuíram para o fortalecimento da rede de pesquisa e a potencialização de descobertas na sua área de atuação.
O relatório, apresentado durante o II Seminário de Acompanhamento e Avaliação dos INCT realizado pelo CNPq, aponta ainda como destaques a contribuição para o avanço tecnológico e do conhecimento em níveis nacional e internacional, a formação de uma rede de especialistas em pesquisas em AUs, a cooperação com outras instituições de pesquisa do Brasil e do exterior, a formação de recursos humanos, inclusive com potencial para aproveitamento em ambiente empresarial e implementação de políticas públicas e serviços.
Também foi destacada a transferência de conhecimento à sociedade, com a utilização de uma estratégica eficiente de difusão científica, utilizando-se de diversos veículos de comunicação (revistas, jornais, TV e sites), atingindo, ainda, públicos do ensino básico e profissionalizante, por meio de cursos e produção de materiais educomunicacionais e livretos didáticos.
O relatório reconhece a contribuição do INCT Áreas Úmidas (INAU) “no incremento substancial nos padrões de excelência e produtividade da Ciência, Tecnologia e Inovação brasileira e em sua inserção mais competitiva e integrada no cenário internacional.
Classificação de Áreas Úmidas, sons do Pantanal e bioinseticida
Entre as ações realizadas, destacam-se o delineamento de Áreas Úmidas (AUs) e classificação de habitats no Pantanal e nos rios Araguaia, Paraná e Guaporé.
Esse trabalho dá as bases científicas para a elaboração de políticas públicas visando a conservação e o uso sustentável de áreas úmidas, como o Pantanal, e poderá em muito contribuir para o aperfeiçoamento do Projeto de Lei do Pantanal (PLS 750/2011), de autoria do senador Blairo Maggi (MT), que se encontra em tramitação no Senado Federal e institui uma política de conservação e uso sustentável da maior planície alagável do planeta.
Duas pesquisas realizadas pelo programa na região pantaneira são destacadas pela originalidade e alcance social e ambiental, com potencial de futuro patenteamento.
Foi desenvolvido um sistema bioacústico (hardware e software) para produção de um banco de dados com sons de diferentes tipos de animais que habitam o pantanal (pássaros, sapos, morcegos, rãs, insetos etc.), que permitirá a realização de um levantamento qualitativo e quantitativo das populações dessas espécies durante o dia e a noite. Os resultados desta pesquisa poderão vir a subsidiar políticas públicas voltadas para o ecoturismo e a preservação do pantanal.
Também estão sendo realizadas pesquisas visando o desenvolvimento de um bioinseticida contra o Aedes aegipty, mosquito transmissor da dengue, doença que atinge expressivo contingente de brasileiros.
O INAU Pantanal também tem se voltado para a preservação da cultura da região e a sustentabilidade socioambiental de populações pantaneiras, propondo e realizando ações direcionadas a essas comunidades.
Palestra
No próximo dia 09 (segunda-feira), o professor doutor Wolfgang Johannes Junk, coordenador do INAU, vai proferir a palestra “Identificação e Classificação de Áreas Úmidas Brasileiras: Bases Científicas para uma Política Nacional”, na sede do Instituto Nacional de Pesquisas do Pantanal (INPP), no campus de Cuiabá da UFMT.
A palestra terá como público alvo pesquisadores, políticos, tomadores de decisões, gestores e técnicos governamentais e estudantes. Não há necessidade de se inscrever para assistir à palestra.

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