UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
MESTRADO EM EDUCAÇÃO
INAU- INSTITUTO NACIONAL DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA EM ÁREAS ÚMIDAS
Laboratório 5: Educação, Socioeconomia e Práticas Culturais
Projeto 5.2 : Ciência e Cultura na Reinvenção Educomunicativa
5.2.2: Biorregionalismo, identidades, trabalho, conflitos e gênero
Pesquisa: As Mulheres da Associação Comunitária e de Micro Produtores Rurais de Joselândia: um estudo sobre trabalho e produção de saberes
Resumo de relato de viagem de campo realizada entre os dias 06 e 10 de setembro de 2011.
Objetivo geral do projeto:
Investigar as experiências de e no trabalho que marcam as trajetórias de vida das mulheres da Associação Comunitária e de Micro Produtores Rurais de Joselândia e as implicações que a reestruturação produtiva trouxe a esta comunidade. Além disso, analisaremos a produção de saberes que acontece dentro desta associação, que surge com a vontade de algumas mulheres da comunidade de possuírem, não somente seu próprio trabalho, como também produzirem uma vida associativamente, estabelecendo assim, uma discussão/reflexão acerca da construção de uma organização do processo de trabalho do tipo associado.
Objetivos da viagem:
- Identificar e entrevistar as mulheres integrantes da Associação Comunitária e de Micro Produtores Rurais de Joselândia;
- Coletar dados, juntamente com os moradores mais antigos de São Pedro de Joselândia, quanto a história da comunidade e as relações de trabalho, propriedade e uso da terra.
Metodologia:
O método a ser utilizado será o materialismo histórico dialético. Com base nisso, o conhecimento adquirido no decorrer da pesquisa estará sempre em movimento, do abstrato para o concreto, das partes para o todo, do todo para as partes, da totalidade para as contradições, onde os conceitos entram em movimento recíproco e se elucidam mutuamente, sempre mediados pelo empírico, a fim de que, nestes consertos e desconsertos, que são essenciais a este processo, alcancemos a uma profundidade nunca imaginada ao início da pesquisa, atingindo assim, níveis crescentes de concreticidade (KUENZER, 2008).
Para que alcancemos os dados a serem investigados, utilizaremos de alguns procedimentos metodológicos como: entrevistas (semi-estruturadas) com as mulheres da Associação Comunitária e de Micro Produtores Rurais de Joselândia, enfocando suas experiências de e no trabalho e a produção de saberes que acontece dentro desta associação e coleta de dados, juntamente com os moradores mais antigos de São Pedro de Joselândia quanto a história da comunidade e as relações de trabalho, propriedade e uso da terra.
Descrição das atividades:
Coleta de dados com alguns moradores mais antigos da região de Matão e São Pedro de Joselândia:
Sr. Isac Gonçalves da Silva (à esquerda), é neto de Antônio da Silva e Pedro da Silva, pioneiros na descoberta das terras que hoje formam São Pedro de Joselândia. Almerindo Jesus de Magalhães(à direita), filho de José Dias de Arruda (o Zé Arruda), outro personagem histórico da comunidade, também contribuiu com nossa pesquisa, falando um pouco sobre como iniciou o povoado de São Pedro de Joselândia. Abaixo, foto do mapa construído por Zé Arruda, morador de “Matão”:
Duas florzinhas que encontrei em “Matão”... filhas de Almerindo Jesus de Magalhães e Ana Tereza Penha Magalhães.
Prosseguindo a viagem, fomos à casa do casal Joaquim Santana Rodrigues (96 anos) e Tarcilia Pereira Rodrigues (84 anos), que muito contribuíram para nossa pesquisa também contando sobre a história de São Pedro de Joselândia e sobre as relações de trabalho, propriedade e uso da terra existentes no passado.
Naquelas horas mais antes não existia essas carrerinhas de riqueza de tanta cousa demás [...]
eu entendo assim que isso tudo mais é ambição[...]
o que está acabando com o povo é o desespero...
( Joaquim Santana Rodrigues)
Após coletarmos um pouco da história da comunidade visitamos a Escola Maria Moura, sede provisória da Associação Comunitária e de Micro Produtores Rurais de Joselândia, para conversar e entrevistar algumas integrantes da associação. Ao todo 06 mulheres foram entrevistadas.
“A percepção de que Somos Terra é a base para compreender essa peculiar capacidade humana
de criação de cultura, que se dá no diálogo entre a singularidade da espécie e o complexo da vida. A cultura resulta da nossa capacidade de co-criação e de transitar no tempo entre as gerações e projetarmo-nos no futuro. Mas isso se dá, ainda, na teia de vida de que participamos, com as manifestações de ciência e arte realizando-se nas diferentes relações que estabelecemos entre nós e com outros seres, com os elementos que nos constituem fora e dentro de cada um.”
“As nossas pequenas histórias coletivas e pessoais nascem da intimidade com cada lugar onde brotamos. Carregamos no peito a relação específica com um bioma, com uma paisagem,
com os seus habitantes. O homem da floresta carrega dentro de si a mata, seus cheiros,
visões, possibilidades. O homem ribeirinho carrega o som do rio, os peixes,
as invenções de sobrevivência às suas margens, para comer, abrigar-se, criar.
Quando despregados de seus lugares, levam-nos consigo e deles se alimentam.”
(Rose Marie Inojosa )
Fotos: Eloisa Rosana de Azeredo
Pesquisadora: Eloisa Rosana de Azeredo
Orientador: Prof. Dr. Edson Caetano
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1 comment:
ELÔ querida
escelente relatório, combinando texto e imagem! adorei!!!
uma beijoca feminina
*
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