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http://www.socioambiental.org/pt-br/noticias-socioambientais/rainforest-da-noruega-comemora-25-anos-com-conferencia-e-publicacao-sobre-a-floresta-tropical
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Rainforest da Noruega comemora 25 anos com conferência e publicação sobre a floresta tropical
quinta-feira, 18 de Setembro de 2014
Publicação é dedicada aos guardiões da floresta
Propostas e recomendações
Para conter a destruição e preservar as florestas no futuro, a publicação chama a atenção para a urgência em reforçar os direitos dos povos da floresta às suas terras e aos recursos naturais com o desenvolvimento de políticas de manejo florestal. Levanta ainda pontos importantes como o estabelecimento de políticas públicas para evitar que investimentos privados que destruam a floresta e o combate ao desmatamento ilegal. Alertam também para obras de infraestrutura que não podem ameaçar os ecossistemas e que os direitos coletivos do povos da floresta à terra e aos recursos naturais devem ser incluídos nas políticas de desenvolvimento nacional e internacional, observando o direito que os povos indígenas têm de serem consultados sobre obras que afetem seus territórios e modo de vida (o consentimento livre, prévio e informado contido na Convenção 169 da OIT). Daí a importância do trabalho conjunto com essas populações tradicionais, em projetos de desenvolvimento e geração de alternativas sustentáveis que mantenham sua cultura, tradição e a floresta.
Nesta quinta (18), a Fundação Rainforest da Noruega realiza em Oslo conferência internacional para debater a situação atual e formas de proteção do que resta das florestas tropicais do planeta. Participam do evento, parceiros da Rainforest nos países que ainda detêm florestas tropicais, pesquisadores, acadêmicos, lideranças políticas e executivos
A proteção da floresta tropical e o desenvolvimento sustentável, o estado atual de conservação as florestas, o avanço do desmatamento, a mudança climática e os desafios futuros são os temas em debate na conferência internacional desta quinta, 18, que contará com a presença do rei Harald V. Durante o evento será lançada a publicação O Estado da Floresta Tropical 2014.
Considerada o termômetro da situação de degradação em que se encontra o planeta, as florestas tropicais abrigam mais da metade das espécies de plantas terrestres e animais da Terra, além de muitos povos que ainda resistem à degradação dos ecossistemas.
Em uma da sessões da conferência, parceiros da RFN que atuam na Amazônia, no Sudeste da Ásia e Oceania e na África Central vão relatar a situação da floresta tropical em seus países e os desafios que têm pela frente. Representantes de organizações parceiras falarão sobre o desmatamento e as alternativas para conter a degradação ambiental. Adriana Ramos, do ISA, participa do painel que discutirá o papel e as responsabilidades de governos, do setor privado e da sociedade civil na redução da pressão sobre a floresta. O rei Harald V encerrará a conferência com uma entrevista coletiva sobre sua visita à Amazônia, especialmente à Terra Indígena Yanomami, em 2013.
Publicação é dedicada aos guardiões da floresta
Dedicada aos povos da floresta, responsáveis por preservar seus territórios e utilizá-los de forma sustentável, a publicação foi elaborada a partir da contribuição da sociedade civil e das comunidades locais dos países que detêm grande áreas de floresta tropical. E conta cinco histórias de cinco diferentes países tropicais mostrando o papel dos povos da floresta no manejo de seu habitat, de como essas populações tradicionais e comunidades protegem suas florestas. Exatamente por isso, as soluções para enfrentar o desmatamento global em curso, por exemplo, devem ser construídas a partir das experiências locais. De acordo com a publicação, as florestas vêm sendo destruídas a uma taxa alarmante – 130 mil km2 se perdem a cada ano.
Dividida em quatro partes, a publicação engloba de forma completa e detalhada a situação atual da floresta tropical no mundo. A primeira aborda a importância da floresta e da biodiversidade e as ameaças que sobre ela pairam. A segunda parte trata do desmatamento. A terceira parte foca os povos que protegem a floresta contando as cinco histórias de cinco países de diferentes regiões, a saber: Amazônia (Brasil e Peru), África Central (República Democrática do Congo), Sudeste da Ásia e Oceania (Indonésia e Papua Nova Guiné).
Mesmo no Brasil, que diminuiu suas taxas de desmatamento nos últimos anos, a floresta continua sob pressão, com retirada ilegal de madeira, apesar da legislação de combate e da proteção que as Terras Indígenas exercem. O desmatamento, diz a revista, não é uma questão econômica, mas de vontade política e de escolha de estratégias econômicas.o texto explica porque as florestas estão desaparecendo e quem são os condutores da destruição. Ao final, os editores alertam que esse é um caminho sem volta lembrando que para os povos que vivem nas florestas as centenas ou milhares de anos de destruição já são uma questão de vida ou de morte.
Propostas e recomendações
Para conter a destruição e preservar as florestas no futuro, a publicação chama a atenção para a urgência em reforçar os direitos dos povos da floresta às suas terras e aos recursos naturais com o desenvolvimento de políticas de manejo florestal. Levanta ainda pontos importantes como o estabelecimento de políticas públicas para evitar que investimentos privados que destruam a floresta e o combate ao desmatamento ilegal. Alertam também para obras de infraestrutura que não podem ameaçar os ecossistemas e que os direitos coletivos do povos da floresta à terra e aos recursos naturais devem ser incluídos nas políticas de desenvolvimento nacional e internacional, observando o direito que os povos indígenas têm de serem consultados sobre obras que afetem seus territórios e modo de vida (o consentimento livre, prévio e informado contido na Convenção 169 da OIT). Daí a importância do trabalho conjunto com essas populações tradicionais, em projetos de desenvolvimento e geração de alternativas sustentáveis que mantenham sua cultura, tradição e a floresta.
A publicação está disponível para leitura, em inglês, aqui.
Inês Zanchetta
ISA
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