LABORATÓRIO 5
Ciência e cultura na reinvenção
educomunicativa
Relatório de Campo apresentado ao
Grupo Pesquisador em Educação Ambiental, Comunicação e Arte (GPEA) da Universidade
Federal de Mato Grosso (UFMT) como parte dos requisitos da pesquisa do
Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Áreas Úmidas (INAU), Laboratório
5, Ciência e cultura na reinvenção educomunicativa, sob a coordenação e
orientação da Profa. Dra. Michèle Sato.
Cuiabá,
MT, 13 de março de 2014
Relatório
de Campo
Giselly Rodrigues das Neves Silva Gomes
Considerando que os espaços
educadores sustentáveis podem contribuir
para o enfrentamento das mudanças climáticas, constituindo-se em elementos
facilitadores na prevenção e no enfrentamento de riscos ambientais e no
fortalecimento do Sistema Nacional de Defesa Civil[1], pesquisadores do GPEA têm desenvolvido
pesquisas em torno da problemática das mudanças ambientais globais junto a
comunidade de São Pedro de Joselândia, em Barão de Melgaço-MT.
A referida pesquisa insere-de
enquanto proposta de um projeto de pesquisa/Laboratório 5, do Instituto Nacional
de Ciência e Tecnologia de Áreas Úmidas (INAU), tendo como parceiros o Word
Wildlife Foundation (WWF-Brasil) e o GPEA (Grupo Pesquisador em Educação Ambiental,
Comunicação e Arte) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), de modo que
cada atividade desenvolvida durante os dias 21 e 22 de fevereiro de 2014
constituem-se em subprojetos distintos que, interconectados, têm por objetivo transformar
a comunidade de São Pedro de Joselândia em um local melhor para se viver.
Cientes
de que tratar da sustentabilidade no ambiente escolar deve ultrapassar as questões
relativas à eficiência energética, coleta seletiva, bioconstrução etc, mas
considerar o questionamento do modelo de sociedade, promovendo modos de vida
mais sustentáveis e inclusivos, o presente relato apresenta, especificamente, o
processo inicial de construção de um projeto que propõe-se à fortalecer a
educação ambiental escolarizada, transformando a escola em um espaço educador
sustentável (Escola Sustentável) a partir da construção dos
PAEC e na
perspectiva das Mudanças Climáticas.
Por meio da Pesquisa Participante,
professores e técnicos da Escola Estadual Profª Maria Silvino Peixoto de Moura
participaram inicialmente de um diálogo sobre Escolas Sustentáveis e Pegada
Ecológica, enquanto estudantes do 6ª ao 9ª Ano e Ensino Médio eram
entrevistados pelos pesquisadores mirins [2].
Tendo a escola vivenciado as etapas
da IV Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente (CNIJMA), membros
da Comissão de Meio Ambiente e Qualidade de Vida Escolar (Com-VIDA) também
estavam dentre o público jovem com o objetivo de animar toda esta experiência
na escola e comunidade. Os grupos de alunos participaram de oficinas de
educação ambiental relacionadas ao protagonismo juvenil, ensino de História e
percepção ambiental.
No segundo momento, cerca de 20
participantes dentre professores, funcionários e estudantes membros da Com-Vida
reuniram-se para conhecer e discutir sobre Tecnologias Ambientais (Ecotécnicas)
a serem construídas na escola.
Nesta atividade, a
pesquisadora Giselly Rodrigues das Neves Silva Gomes ministrou palestra sobre
Escolas Sustentáveis na perspectiva das Mudanças Climáticas, destacando casos
de sucesso no Estado de Mato Grosso, bem como, a importância da escola
trabalhar junto a comunidade, conforme orienta o PAEC. Em seguida, o
pesquisador Júlio Correa de Resende Dias Duarte ministrou palestra sobre
Ecotécnicas aplicáveis às escolas.
Os grupos foram orientados a fazerem
um levantamento dos problemas e carências da escola, considerando o cenário das
mudanças climáticas. Em seguida, realizaram um diagnóstico geral a partir dos
levantamentos de cada grupo. Após esta fase, cada grupo escolheu um problema a
ser solucionado por meio das ecotécnicas e, em seguida, foi iniciado o
planejamento das ações por meio da construção de planilhas de projetos 5w2h
(what, when, who, where, why, how e how much), detalhando as ações necessárias
para as etapas do projeto. Cada grupo definiu os responsáveis por cada ação e construíram
um cronograma de execução do projeto no prazo de 4 meses.
Em consonância as diretrizes dos
PAEC, finalizamos as atividades com 04 grupos de trabalho que desenvolverão,
portanto, 04 ecotécnicas. Estas foram selecionadas considerando os problemas
socioambientais identificados no espaço da escola:
ü Cortina Verde, visando proporcionar
maior conforto térmico às salas de aula;
ü Horta Medicinal, com o objetivo de
produzir comidas saudáveis para a comunidade
escolar;
ü Coleta Seletiva e Compostagem, para dar
uma solução responsável para os resíduos sólidos;
ü Caixa e Filtro d'água, buscando uma
melhor qualidade da água em toda a Escola.
Cada proposta terá o apoio financeiro do WWF-Brasil, num total de até R$
2.500,00, e cumprirão o cronograma de execução, o qual será acompanhado
presencialmente pela pesquisadora Giselly R. N. S. Gomes e pelo pesquisador
Júlio C. R. D. Duarte.
Para além das soluções sustentáveis, esperamos que
a proposta deste projeto contribua para reflexões críticas, mudança de hábitos
e a proposições de alternativas em prol da coletividade de São Pedro de
Joselândia, e que estas sejam reflexos percebidos por outros territórios.
REFERÊNCIAS
Brasil,
Ministério da Educação. Resolução
CD/FNDE no 18, de 21 de maio de
2013.
MATO
GROSSO, Secretaria de Estado de Educação. Projeto
de Educação Ambiental – PrEA/Caderno 4: Projeto Ambiental Escolar Comunitário.
Cuiabá: Tanta Tinta, 2004. 103p.
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