Thursday, 2 May 2013

Samuel Borges – relatório de campo...

 


 
            Entre os dias 21 e 24 de março estive novamente na comunidade de São Pedro. O Pantanal está maravilhosamente cheio, propiciando chegar à comunidade de barco, num dos percursos mais incríveis nessa época do ano.



            Ao se aproximar da comunidade, constata-se como a cheia foi “grande” esse ano. Campos, pastos e quintais estão tomados pelas águas.

 
            O barco chega até a parte central da vila. Os moradores acabam trocando as estradas de terra pelas estradas alagadas e, para isso, a canoa é o principal transporte nessa época do ano, utilizada para ir ao mercado, para a escola, para a igreja.

 

            Entre idas e vindas nas estradas alagadas, muitas pessoas vem e vão na maior tranquilidade do mundo, como se não existisse mais nada além dessa maravilhosa rotina pantaneira.

 
            As aves, integrantes permanentes do cenário local, continuam inseridas na comunidade. É possível observá-las o dia inteiro, se alimentando nos brejos em frente da casa das pessoas ou construindo suas casas nos beirais das áreas das casas locais.


 

            Nas conversas, regradas a muitos cafés e guaranás, os mais variados assuntos: seca, cheia, festas, santos, bichos, plantas, cavalos, corridas, bailes. Percebe-se o conhecimento local fortemente ligado ao cotidiano dos moradores no ambiente pantaneiro. Conhecimento que deve ser reconhecido e protegido pelo imenso valor que possui para os moradores e para a conservação do Pantanal de um modo geral.

 

Cuiabá, 02 de maio de 2013.
(Imagens: Samuel Borges, 2013)











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