Entre os dias
21 e 24 de março estive novamente na comunidade de São Pedro. O Pantanal está
maravilhosamente cheio, propiciando chegar à comunidade de barco, num dos
percursos mais incríveis nessa época do ano.
Ao se
aproximar da comunidade, constata-se como a cheia foi “grande” esse ano.
Campos, pastos e quintais estão tomados pelas águas.
O barco chega
até a parte central da vila. Os moradores acabam trocando as estradas de terra
pelas estradas alagadas e, para isso, a canoa é o principal transporte nessa
época do ano, utilizada para ir ao mercado, para a escola, para a igreja.
Entre idas e vindas nas estradas alagadas, muitas pessoas vem e vão na maior tranquilidade do mundo, como se não existisse mais nada além dessa maravilhosa rotina pantaneira.
As aves,
integrantes permanentes do cenário local, continuam inseridas na comunidade. É
possível observá-las o dia inteiro, se alimentando nos brejos em frente da casa
das pessoas ou construindo suas casas nos beirais das áreas das casas locais.
Nas
conversas, regradas a muitos cafés e guaranás, os mais variados assuntos: seca,
cheia, festas, santos, bichos, plantas, cavalos, corridas, bailes. Percebe-se o
conhecimento local fortemente ligado ao cotidiano dos moradores no ambiente
pantaneiro. Conhecimento que deve ser reconhecido e protegido pelo imenso valor
que possui para os moradores e para a conservação do Pantanal de um modo geral.
Cuiabá, 02 de maio de 2013.
(Imagens: Samuel Borges,
2013)
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